Escola Bíblica Dominical -Casamento uma instituição divina
Domingo 01 de Julho de 2012
Casamento uma
instituição divina
O
casamento é uma instituição divina, constituída no principio, antes da formação
da sociedade humana. O criado fez o homem e dele tirou a mulher, e ordenou o
casamento condição indispensável para perpetuar a raça humana (Gênesis 01:27-28).
Deus implantou no homem desejos e afetos que se estenderam a todas as criaturas
humanas, fez do casamento uma influência nobilitante, que poderosamente
contribui para o desenvolvimento de uma existência completa no homem e na
mulher. Declarou que não era bom que o homem estivesse só, e deparou-lhe um
adjutório igual a ele (Gênesis 02:18). A abstinência do casamento somente é
recomendável em casos especiais (Mateus 19:12; 1Corintios 07:08,26) e constitui
um desvio essencial à vida piedosa (1Timoteo 04:03).
A
monogamia é o ideal divino. O Criador instituiu o matrimônio com a união de um
homem e uma mulher (Gênesis 02:18-24; Mateus 19:05; 1Corintios 06:06). O número
de homens e de mulheres é praticamente igual em uma nação. O casamento
estabelece relações permanentes (Mateus 19:06). O Eterno indiciou a permanência
destas relações, fazendo com que os afetos entre o marido e a mulher, cresçam
na proporção dos anos que passam, processo muito natural, em condições normais.
Os fins morais exigem que estas relações sejam permanentes. A fidelidade do
marido e da mulher no cumprimento de seus deveres, intimamente ligados à suas
recíprocas relações e a criação dos filhos no principio da obediência e da virtude,
são indispensáveis para se atingirem os fins morais do matrimônio.
Entre
o antediluviano Adão, Caim, Noé e os três filhos deste, cada um tinham a sua
mulher, mas a poligamia já era praticada. Lameque teve duas mulheres (Gênesis 04:19).
A pureza do matrimônio foi-se enfraquecendo pela conduta de homens, que se
deixavam governar por baixos motivos na escolha de suas esposas (Gênesis 06:12).
Abraão adotou imprudentemente a poligamia quando julgou necessário ir em
socorro de Deus para realizar a sua promessa (Gênesis 16:04). Isaque teve só
uma esposa. Jacó teve duas mulheres como suas concubinas. Moisés que estava
corrigindo abusos, não o fez repentinamente, permitindo aos israelitas por
causa de sua dureza de coração e por se acharam escravizados aos costumes do
tempo, divorciarem-se de suas mulheres por qualquer motivo; ele não proibiu a
poligamia, mas procurou enfraquecê-la; deu regras aos costumes de seu tempo,
porém a história do período primitivo, mostrou que o estado das cousas entre os
israelitas, era contrário às disposições do Criador. Os serviços prestados por
Moisés à causa do matrimônio consistiam em estabelecer ideal mais elevado,
marcando os graus de consangüinidade e de afinidade dentro das quais se
permitia o casamento, segundo a Lei (Levítico 18), pondo freio à poligamia (Levítico
18:18; Deuteronômio 17:17), garantido os direitos das esposas inferiores (Êxodo
21:02-11; Deuteronômio 21:10-17) restringindo o divórcio (Deuteronômio 22:19-29;
24:11) exigindo pureza na vida matrimonial (Exodo 20:14,17; Levítico 20:10; Deuteronômio
22:22). A poligamia continuou a ser praticada, em maior ou menor grau, pelos
ricos, depois dos tempos de Moisés como
o fizeram Gideão (Juízes 08:30), Elcana (1Samuel 01:02), Saul, Davi (2Samuel 05:13),
Salomão (1Reis 11:03), Roboão e outros. Os males que a poligamia produz,
aparecem nas desordens domésticas provocadas pelo ciúmes das mulheres de Abraão
e das de Elcana (Gênesis 06:06; 1Samuel 01:06), em contraste com as belezas do
casamento entre um homem e uma só esposa, descritas em Salmos 128:03; Provérbios
05:18; 31:10-29; Eclesiastes 09:09. Na
família a que Abraão pertencia permitia-se o casamento com a filha de seu pai e
até com duas mulheres irmãs (Gênesis 20:12; 29:26). O casamento com a própria
irmã não era coisa rara no Egito e era permitido na Pérsia. Em Atenas
consentia-se o casamento com a irmã por parte de pai, e em Esparta, com a irmã
por parte de mãe. A Lei Mosaica proibia tais alianças e ainda outras com laços
de sangue menos chegado (Levítico 18:06-18). Porém no caso de morte do marido
que não deixava filhos, o irmão dele deveria casar-se com a viúva, sua cunhada
(Deuteronômio 25:05). A Lei ordenava estes casamentos, mas não
compulsoriamente. A lei romana parecia semelhante à lei mosaica neste
particular. Declarava tais casamentos incestuosos, quando as partes tinham
laços de consangüinidade muito íntimos, isto é, sendo as partes do mesmo sangue
como irmã e irmão, ou por afinidade, como sogro e nora. A escolha de uma esposa
para o filho era ordinariamente feita pelo pai (Gênesis 21:21; 24:38,46). Em
alguns casos, o filho fazia ele mesmo a sua escolha ficando, ao pai a missão de
dirigir as negociações (Gênesis 34:04,08; Juízes 14:1-10). Somente em
circunstâncias extraordinárias é que o jovem dirigia todo o negócio (Gênesis 29:18);
Havendo o consentimento do pai ou do irmão da moça preferida, não havia
necessidade de consultar a vontade dela (Gênesis 24:51; 34:11). Ocasionalmente
os pais, procuravam um esposo para sua filha, ou a ofereciam em casamento a um
individuo de sua escolha (Exodo 02:21; Josué 15:17; Rute 03:01-02; 1Samuel 18:27).
Os pais e às vezes a própria filha recebiam presentes feitos pelo candidato (Gênesis
24:22,53; 29:18,27; 34:12; 1Samuel 18:25). Entre o tempo que decorria entre o
noivado e o casamento, todas as comunicações entre as partes eram mantidas por
meio de um amigo para este fim escolhido, que se chamava o “amigo do esposo”
(João 03:29).
O
Casamento em si era negócio puramente doméstico, sem nenhuma cerimônia religiosa,
apenas retificado por uma espécie de juramento (Provérbios 02:17; Ezequiel 16:08;
Malaquias 02:14). Depois do exílio, estabeleceu-se o costume de lavrar um
contrato selado. Quando chegava o dia marcado para o casamento, a noiva
purificava-se (Efésios 05:26-27), vestia-se de branco (Apocalipse 19:08; Salmos
04:13-14), ornava-se de jóias (Isaias 61:10; Apocalipse 21;02), apertava o
cinto (Isaias 03:24; 49:18; Jeremias 02:32); cobria-se com um véu (Gênesis 24:65),
e cingia a fronte com uma coroa. O noivo vestia as suas melhores roupas, cobria
a cabeça e cingia o diadema (Cantares 03:11; Isaias 61:10), saía de casa para
casa dos pais da noiva acompanhado por seus amigos (Juizes 14:11; Mateus 09:15),
ao som de músicas e de cantos. Se o casamento era de noite, as pessoas que
faziam parte do cortejo empunhavam tochas (Mateus 25:07). Recebendo a esposa na
casa dos pais, com o rosto velado, e acompanhada pelos votos de felicidade dos
amigos e pelas bênçãos paternais (Gênesis 24:59; Rute 06:11), o esposo a
conduzia para casa de seu pai, ou para a sua, juntamente com os convidados, ao
som de músicas e danças (Salmos 04:15; Cantares 03:06-11). Em caminho para
casa, ajuntava-se à comitiva pessoas amigas do novo casal, moças virgens, etc.
(Mateus 25:6). Seguia-se o banquete na casa do esposo, ou de seu pai (Mateus
22:01-10; João 02:01-09). Se a distância da casa era grande, então o banquete
se realizava em casa dos pais da noiva (Mateus 25:01), à custa destes ou do
esposo (Gênesis 29:22; Juízes 14:10). Nesta ocasião é que o noivo se aproximava
da esposa pela primeira vez (João 03:29). Terminado o banquete, a noiva era
conduzida para a câmara nupcial pelos pais (Gênesis 29:23; Juízes 15:01), e o
noivo era igualmente acompanhado pelos seus amigos, ou pelos pais da noiva. As
festas continuavam no dia seguinte um pouco menor, e se prolongavam por mais uma ou duas semanas (Gênesis 29:27;
Juízes 14:12).
As
relações espirituais, entre Deus e o seu povo, são comparadas às de um esposo
com a sua esposa (Isaias 62:04-05; Oséias 02:19). A apostasia de Israel, voltando-se pra
a idolatria, ou para outras formas de pecado, é por conseguinte comparada à
infidelidade de uma mulher para com o seu marido (Isaias 01:21; 03:01-20; Ezequiel
16 e 23; Oséias 02), e portanto, dando lugar ao divórcio (Salmos 73:27; Jeremias
02:20; Oséias 04:12). Esta comparação
continua no Novo Testamento:
Cristo
é o esposo (Mateus 09:15; João 03:29), e a Igreja é a esposa (2Corintios 11;02;
Apocalipse 19:07; 21:02,09 e 22:17). O amor de Cristo pela igreja, os cuidados
que ele tem por ela, a posição que ele ocupa como seu cabeça, são bem
representados pelos cuidados que um marido dispensa a sua mulher (Efésios 05:23-32).
A graça do Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e
consolações do Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
Desde agora e para todo
Sempre,
Amém.
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