Escola Bíblica Dominical - O VALOR DOS BONS CONSELHOS
24 de novembro de 2013
O VALOR DOS BONS
CONSELHOS
TEXTO ÁUREO
“O temor do SENHOR é
o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução” (Pv 1:7).
VERDADE PRÁTICA
Provérbios e Eclesiastes são
verdadeiras pérolas da sabedoria divina para o nosso bom viver.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 1:1‐6
INTERAÇÃO
Prezado professor, iniciaremos
mais um trimestre, o último do ano.
Esta é uma excelente
oportunidade para fazer uma autoanálise a respeito do seu ministério de ensino.
Seus objetivos foram alcançados? Seus alunos ou filhos cresceram na graça e no
conhecimento de Deus? Neste trimestre estudaremos parte da literatura
sapiencial judaica, isto é, os livros de sabedoria dos judeus que tratam dos
conselhos divinos para a vida humana. Veremos o quanto eles são atuais e
relevantes em seus ensinamentos.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conhecer o conceito geral dos
livros de Provérbios e Eclesiastes.
Idenficar as fontes da sabedoria
dos sábios antigos.
Compreender o propósito da
sabedoria ensinada em Provérbios e Eclesiastes.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para introduzir o primeiro
tópico da lição, sugerimos que você reproduza o esquema abaixo. É importante
que todos os alunos tenham uma cópia do quadro. O objetivo é fazer um resumo a
respeito dos elementos literários presentes nos livros dos Provérbios e do
Eclesiastes. Explique aos alunos que quando estes livros foram compilados nos
tempos bíblicos, a cultura, a língua e o estilo literário eram opostos aos da
literatura moderna.
Compreender o estilo literário
usado pelo compilador antigo é essencial para entendermos o sentido real do texto
e evitarmos interpretações mirabolantes.,
Características Literárias Dos
Livros De: Provérbios e Eclesiastes
1. O estilo literário do livro dos
Provérbios é pelo menos dois: Provérbio e Instrução.
2. Provérbios: A expressão é de
difcil definição, mas suas características são singulares:a) concisão; b)
sagacidade; c) forma memorável;d) base na experiência; e) verdade universal; f)
objetivo prático e longo uso. Quase sempre, o provérbio é descrito como poético
ou rítmico, com metáforas sucintas, vivazes, convincentes e admiráveis.
3. Instrução: Quase sempre articulada
como o legado de um pai ao filho, ou do mestre ao discípulo, que incluem ordens
de proibições e as motivações pelos quais eles devem obedecer.1. O livro se
divide em quatro partes: a primeira, a central, a segunda e o epílogo.
2. Primeira parte
[1.1–3.15].Reflexões bem organizadas sobre a vida, acompanhadas de um poema
enternecedor sobre o tempo
3. Parte central [3.16–11.8].
Alguns provérbios aparecem. De vez em quando uma parábola e poesia também.
4. Segunda parte [11,9–12.8].
Há uma mudança de tom. A ideia é dar esperança ao jovem, pois a velhice chega
depressa demais.
5. O epílogo [vv.9‐14]. Esta seção é a justificativas
de como o pregador ensinou ao povo comentário.
INTRODUÇÃO
Lembro‐me dos ditados populares que
ouvia dos meus pais: "Águas passadas não movem moinhos";
"Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura";
"Quem espera sempre
alcança", e muitos outros. Essas pequenas expressões contêm conselhos de
uma cultura popular impregnada de valores éticos, morais e sociais, que acabam
por dirigir as regras da vida em sociedade.
Mais do que qualquer outra
fonte, a Bíblia está recheada dessas pérolas. São bons conselhos que revelam a sabedoria
divina. Tais máximas bíblicas são expressas em linguagem figurada, das mais
variadas formas (parábolas, fábulas, enigmas e provérbios). Por isso, neste
trimestre, conheceremos o que a Bíblia revela sobre os conselhos divinos contidos
nos livros de Provérbios e Eclesiastes. Veremos ainda como esses conselhos se revelam
na vida dos que temem ao Senhor.
I. ‐ JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
1. O livro de Provérbios. A
Bíblia diz que Salomão compôs "três mil provérbios, e foram os seus cânticos
mil e cinco" (1 Rs 4:32). O texto sagrado identifica Salomão como o
principal autor do livro de Provérbios (Pv 1:1), mas não o único. O próprio
Salomão exorta a que se ouça "as palavras dos sábios" (Pv 22:17), e
declara fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24:23).
O livro revela que havia alguns
provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias, e que posteriormente
foram compilados pelos homens deste piedoso rei (Pv 25.1).
Por último, o livro de
Provérbios revela que Agur, filho de Jaque, de Massá, é o autor do capítulo 30.
Já o capítulo 31 é atribuído ao
rei Lemuel de Massá. O livro pertence ao gênero literário hebreu conhecido como
sapiencial, isto é, literatura da sabedoria.
2. O livro de Eclesiastes.
Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e Provérbios, também faz parte
do gênero literário conhecido como "Literatura Sapiencial". Sua
autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1). Embora escrito pelo filho de Davi e
pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo
diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias
ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea utilizada
por Salomão em seus discursos.
Ao contrário do que muitos
pensam, o livro de Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo ou desencanto
existencial. Salomão faz um balanço da vida do ponto de vista de alguém que
teve o privilégio de vivê‐la com
intensidade, mas que descobre ser ela totalmente vazia se não vivida em Deus. A
própria sabedoria, tão celebrada nos Provérbios, quando posta a serviço de
interesses pessoais e objetivos mesquinhos é tida como tola.
SINOPSE DO (1)
Provérbios e Eclesiastes são
livros de sabedoria judaica que revelam os desígnios eternos para a vida.
II. A SABEDORIA DOS
ANTIGOS
1. A inteligência dos sábios.
Já observamos que pelo menos duas referências do livro de Provérbios fazem citação
das "Palavras dos Sábios" (Pv 22:17; 24:23). Mas quem são esses
sábios? O texto não os identificam.
Todavia, o Primeiro Livro dos
Reis fala acerca de outros sábios, igualmente famosos, e como Salomão os sobrepujou
em sabedoria (1 Rs 4:29‐31).
2. A sabedoria de Salomão. O
escritor americano Eugene Peterson mostra a singularidade da sabedoria salomônica
em diferentes áreas da vida. Mais especificamente nos Provérbios, há uma amostra
de como honrar os pais, criar os filhos, lidar com o dinheiro, conduzir a
sexualidade, trabalhar e exercitar liderança, usar bem as palavras, tratar os
amigos com gentileza, comer e beber saudavelmente, bem como cul"var emoções
e atitudes em relação aos outros de modo pacífico. Peterson ainda mostra que o
princípio da sabedoria salomônica destaca que o nosso modo de pensar e
corresponder‐nos com
Deus reflete a prática cotidiana de nossa existência.
Isto significa que nada, em
nossa vida, precede a Deus. Sem Ele nada podemos fazer.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria dos antigos, e particularmente
a de Salomão, versava sobre diferentes áreas da vida humana.
III. AS FONTES DA
SABEDORIA
1. A sabedoria popular. Os
livros poéticos mostram, entre outras coisas como louvores e orações, muito da sabedoria
do povo de Israel. Ciente dessa verdade, Salomão apresenta máximas populares
para compor os seus Provérbios (Pv 22:17; 24:23). Podemos entender que Deus dá
inteligência aos homens para que estes possam analisar as situações da vida e tirar
delas conclusões que servirão para si mesmos e para outras pessoas, em forma de
conselhos e advertências, como ocorre no livro de Provérbios.
2. A sabedoria divina. O texto
bíblico destaca que Salomão "falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano
até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos
répteis, e dos peixes. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de
Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria" (1
Rs 4:33,34). De onde vinha tanta sabedoria? O texto bíblico revela que Salomão orou
pedindo a Deus sabedoria (1 Rs 3.9), e que o Senhor respondeu‐lhe integralmente (1 Rs 3.10‐12). Esta é a fonte da
sabedoria de Salomão e explica o porquê de ninguém conseguir superá‐la.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A fonte de toda sabedoria do
rei Salomão era o Senhor nosso Deus.
IV. O PROPÓSITO DA
SABEDORIA
1. Valores éticos e morais. Na
introdução do livro de Provérbios, encontramos um conjunto de valores éticos e
morais que revelam o propósito desses conselhos. Ali, consta todo o objetivo
proposto pelo livro:
(1) Conhecer
a sabedoria e a instrução;
(2) Entender as palavras da prudência;
(3) receber a instrução do entendimento, a
justiça, o juízo e a equidade;
(4) dar aos simples prudência e
aos jovens conhecimento e sensatez;
(5) ouvir e crescer em
sabedoria;
(6) adquirir sábios conselhos;
(7) compreender provérbios e sua interpretação,
bem como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1:1‐6).
2. Valores espirituais. Além de
apontar valores éticos e morais, ao afirmar que o "temor do Senhor é o princípio
da ciência; [e que somente] os loucos desprezam a sabedoria e a instrução"
(Pv 1:7), o cronista sacro abaliza os valores espirituais que sobressaem nas
palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro de Eclesiastes aponta para Deus
como a razão de toda a existência humana. Fora dele não há base segura para uma
moral social. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura
milenar no contexto religioso judaico que, adaptado à nossa realidade,
apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos os homens.
SINOPSE DO TÓPICO (4)
O propósito da sabedoria nos
livros de Provérbios e Eclesiastes é constituir um conjunto de valores éticos, morais
e espirituais para a vida.
CONCLUSÃO
A literatura sapiencial,
representada neste trimestre pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela
que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser
considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do saber
divino. Segundo a Bíblia, um sábio não se caracteriza apenas por ter muita informação
ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de
toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13‐18).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
"Livros da Sabedoria
São considerados livros da
sabedoria três dos livros poéticos: Jó, Provérbios e Eclesiastes, embora Jó
seja realmente um livro de espécie única.
Essa classificação é baseada no
fato de tratarem esses três livros dos problemas que mais interessam à
humanidade.
Jó trata do problema do
sofrimento, Provérbios, do problema do dever moral, e Eclesiastes, do problema
da felicidade.
Os livros chamados de Sabedoria
são diferentes da literatura profética de Israel porque expressam melhor a
filosofia dos pensadores do que as determinações das mensagens de Jeová. Não se
encontra neles a frase: 'Assim diz o Senhor', quando falam dos problemas da
vida e das conclusões dos homens.
Os sábios anunciaram as
verdades como um tratado de filosofia moral, usando palavras de profundeza mais
elevada do que seus conhecimentos, de modo que só tempos depois é que puderam
ser interpretadas.
Provérbios e Eclesiastes
apresentam principalmente esse fato" (MELO, Joel Leitão de. Eclesiastes
versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.12).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Lexicográfico
"Sabedoria [de Cristo] Embora
no Antigo Testamento a sabedoria seja personificada no livro de Provérbios e
mostrada como tendo existido eternamente em Deus (Pv 8:22‐30), ela é centrada em uma
pessoa, o Senhor Jesus Cristo (1 Co 1:30; Cl 2:2,3; cf. Lc 11.49).
Cristo, em sua natureza humana,
cresceu em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52),
mas em sua natureza divina, repousava sobre ele o Espírito sétuplo cujo
principal atributo é a sabedoria (Is 11.2). Como resultado os homens
perguntaram, 'Donde veio a este a sabedoria' (Mt 13.54; Mc 6.2), não percebendo
que alguém maior que Salomão estava ali (Mt 12.42). O apóstolo Paulo escreve
que Ele é o poder e a sabedoria de Deus, destacando que a vida e a morte de
Cristo eram o sábio plano de salvação de Deus (1 Co 1.24).
Os gregos, com sua filosofia,
buscavam a sabedoria (1 Co 1.22) e produziram grandes homens como Platão e Aristóteles,
mas não vieram a conhecer a Deus. Em contraste, Deus, em sua infinita sabedoria,
usou a Palavra da cruz para revelar o modo como o homem pode ser salvo. O
evangelho provou ser um tropeço para os judeus, que estavam tentando obter a
salvação através das boas obras (Rm 9.30‐33); e 'uma loucura ou insensatez' (gr. moria,
os pensamentos de um simplório, simples demais para ser aceito como o
verdadeiro conhecimento da salvação) para os gregos cultos. Os judeus ficavam
ofendidos com o pensamento da crucificação, e por serem tão impotentes a ponto de
precisarem que alguém morresse pelos seus pecados. Os gregos consideravam a
simples fé em uma expiação substitutiva um modo fácil demais para a salvação.
Contudo, a morte expiatória do Senhor Jesus Cristo é o epítome de toda a
sabedoria (Ef 3.10), uma vez que ela resolve o maior problema do mundo e do
homem, isto é, o pecado"
(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2009, p.1712).
VOCABULÁRIO
Desencanto Existencial:
Desgosto ou decepção com a realidade vivida, isto é, com a vida.
Tessitura: Modo como estão
interligadas as partes de um todo; organização, contextura.
Sétuplo: Numeral que vale sete
vezes o outro.
Epítome: A síntese, o resumo.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD nº
56, p.36.
EXERCÍCIOS
1. O que o livro de Provérbios
revela acerca de Salomão?
R. O livro revela que havia
alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias.
Posteriormente, eles foram
compilados pelos homens desse rei (Pv 25.1).
2. Embora pertença ao mesmo
gênero literário de sabedoria judaica, qual a diferença entre Eclesiastes e
Provérbios?R. Diferentemente de
Provérbios, Eclesiastes apresenta‐se como um discurso usado em assembleias ou
templos
3. Além de louvores e orações,
o que os livros poé+cos mostram?
R. Muito da sabedoria do povo
de Israel.
4. Cite pelo menos três
obje+vos propostos na introdução do livro de Provérbios.
R. Conhecer a sabedoria, a
instrução; entender as palavras da prudência; adquirir sábios conselhos.
5. Os livros de Provérbios e
Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico. Para
nós, o que eles falam hoje?
R. Adaptados a nossa realidade,
eles apresentam conselhos práticos
Pense nisso!
Do seu
Pastor: Samuel José dos Santos Filho
A graça do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,
E o amor de
Deus,
E as doces
comunhão e consolações do Espírito Santo,
Sejam com
todos vós,
E com
todo povo de Deus espalhados sobre a face da terra,
Desde agora
e para todo Sempre,
Amém.
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