Pastoral - O silêncio do sepulcro - Domingo 11 de Maio de 2014
Domingo
11 de Maio de 2014
O silêncio do
sepulcro
José de Arimatéia pediu a Pilatos que lhe
permitisse tirar o corpo da cruz e juntamente com Nicodemus prepararam o corpo
de Jesus e o envolveram em um lençol e o puseram em um sepulcro ainda não
usado, que ficava perto do local onde fora crucificado, assim evitariam violar
o sábado (Jo 19.38-42).
PIlatos, por sua vez, incitado pelos líderes
religiosos, mandou guardas romanos vigiarem o túmulo para evitar que o corpo
fosse levado pelos discípulos. Eles selaram o túmulo com uma pedra (Mt
27.62-66).
As mulheres, em particular Maria, mãe de Jesus,
observavam todas as coisas em silêncio. Viram-no ser colocado no túmulo (Lc 23.55;
Mc 15.47) e se retiraram para o preparo de aromas e bálsamo para depois
oferecerem os seus cuidados ao corpo de Jesus, e no dia de sábado, descansaram
(Lc 23.56).
Um sábado de silêncio! Não se ouvia nas ruas de
Jerusalém ou nas cidades da Galiléia, tampouco nos arredores de Samaria a voz
de nenhum profeta. Não havia quem desse vista aos cegos, ou alguém anunciando o
Reino de Deus no templo. Tudo parecia seguir a sua rotina e o mundo parecia ter
adormecido em um sono profundo, depois de um intenso sonho de três anos.
Mais tarde, os discípulos do caminho de Emaús
haveriam de dar voz à frustração de muitos ao dizer: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de
redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que
tais coisas sucederam" (Lc 24.21). O silêncio da
frustração tomou conta daqueles que ousaram crer que Jesus era o Messias e,
naquele sábado, o dia se fez preenchido pela tristeza.
Os discípulos, as mulheres, os líderes religiosos
judaicos, os oficiais e guardas romanos, todos concebiam em seu coração que a
morte havia vencido Jesus. Imaginavam que ele tinha sido, de uma vez por todas,
silenciado e que agora era somente necessário traçar os caminhos para que o
curso da história tomasse outros rumos. Para eles, um ponto final na última
página do livro da história de Jesus tinha sido colocado.
No silêncio da morte, o Cristo completava a sua
obra de redenção. Seu espírito havia sido entregue a Deus nas palavras: "Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito"
(Jo 23.46); e, portanto, de fato havia chegado ao paraíso, conforme
prometera ao ladrão: "Em verdade te digo
que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43).
O corpo, no entanto, descia à sepultura, porém, sem
ver a corrupção (At 2.31) e aguardava, neste estado, a promessa da
ressurreição. Ele seria o primeiro dos homens a celebrar a vida após a vitória
sobre a morte. Assim conduziria também muitos à vida!
Este sábado de silêncio entre os homens é um dia
para celebrar a profunda esperança nas promessas da ressurreição. Este dia é o
dia em que a nossa fé se concentra no fato de que tudo o que precisamos é crer.
Estas foram as exortações do Cristo ressurreto a todos os que duvidaram: "Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse
na sua glória?" (Lc 24.25-26).
A fé cristã é sobretudo baseada na esperança de que
a vitória de Cristo se completará na vida de cada um daqueles que ousarem
confiar nele. Assim como ele venceu também venceremos e assim como ele
ressuscitou também ressuscitaremos. Do modo como ele é incorruptível também o
seremos. Um dia, não somente veremos um mundo melhor, mas o veremos perfeito,
onde a morte não terá mais lugar.
Este é um dia para resignadamente nos colocarmos na
expectativa final da ressurreição de todos aqueles que crêem em Jesus, ainda
que esta vitória final pareça ocorrer no silêncio sepulcral de um mundo tão
corrompido.
Cristo está trabalhando para que a vida venha sobre nós definitivamente.
Pense nisso!
Do seu Pastor: Samuel José dos
Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e consolações do
Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
E com todo povo de Deus espalhados
sobre a face da terra,
Desde agora e para todo Sempre,
Amém.
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