ESCOLA BÍBLICA - LIVRO DE TIAGO - PROVAÇÕES - CAPÍTULO 1
Domingo
12 de Outubro de 2014
ESTUDOS
BÍBLICOS NO LIVRO DE TIAGO
PROVAÇÕES
PROVAÇÕES
CAPÍTULO 1
O garoto
entra na escola e durante algum tempo estuda. A professora lhe dá muito
conteúdo, de acordo com a sua capacidade, e, então, depois de um período ela
lhe dá uma prova. Essa prova visa aferir o conhecimento adquirido pelo garoto.
Caso não tenha aprendido o conteúdo o aluno é reprovado e terá de rever todo o
conteúdo estudado, até que consiga passar na prova. A prova não é para o seu
mal, pelo contrário, ela visa saber o quanto ele aprendeu para que novo
conteúdo lhe seja dado e ele passe para um nível superior de ensino, de acordo
com a sua capacidade.
Nenhum de nós gosta de ser reprovado. Na vida procuramos a aprovação. O marido espera o sorriso aprovador da esposa e vice-versa. O filho espera a palavra de aprovação do pai. Quando esta não acontece há um sentimento de derrota. A reprovação atesta nossa incapacidade e nos obriga a fazer tudo novamente.
A carta de Tiago trata, neste capítulo, sobre Provações. Ela revela que Deus está sempre nos provando e espera que sejamos aprovados. Deus não nos quer o mal, pelo contrário, ele nos quer bem e quer que subamos de nível e cheguemos à perfeição. Nosso tema será PROVAÇÕES QUE VISAM APROVAÇÕES.
Em primeiro lugar veja você que SOMOS PROVADOS NAS NOSSAS CONCEPÇÕES PESSOAIS (v. 1) “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na dispersão, saudações”.
Somos provados por Deus naquilo que pensamos sobre nós mesmos. Provados naquilo que acreditamos que somos ou no grupo que achamos que pertencemos. O modo como definimos a nós mesmos mostrará se nossa concepção sobre nós está correta ou incorreta aos olhos de Deus.
O texto mostra o modo como Tiago se identificou: “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”. De que modo essa identificação revela alguma provação na concepção pessoal? Para entender isto é necessário saber quem é esse homem.
Tiago não era um apóstolo e muito menos fora um dos discípulos de Jesus durante seu ministério terreno. Ele era filho de José e de Maria, mãe de Jesus. Nesse texto ele se identifica como servo, mas não foi sempre assim, pois os evangelhos revelam que numa situação Tiago, seus irmãos e Maria, foram à Jesus para prendê-lo, como se Jesus estivesse louco por cumprir seu ministério. Eles não entendiam e não aceitavam sua missão.
Alguns textos, como Mateus 13.55 e Marcos 6.3, revelam que Tiago era irmão de Jesus e que havia outros irmãos e irmãs dele: “E seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas?” Em Gálatas 1.19, Paulo diz que quando esteve em Jerusalém não viu nenhum dos apóstolos. Viu apenas a “Tiago, o irmão do Senhor”.
Tiago se converteu, provavelmente, após a morte e ressurreição de Jesus. Juntou-se aos discípulos de Jesus e tornou-se líder da igreja em Jerusalém. Morreu como mártir defendendo a causa de Cristo.
Quem nós somos. O que devemos pensar de nós mesmos. Paulo nos ensina a “não pensar de nós mesmos além do que convém”. Devemos saber quem somos e a importância que temos, mas não podemos exagerar no conceito que temos de nós mesmos, achando que temos de ser tratados de modo especial por causa do conceito pessoal que temos de nós mesmos.
Como irmão de Jesus ele podia entender que tinha de ser tratado de modo especial. Poderia usar o fato de ter sido irmão de Jesus para exigir um tratamento especial e submeter os outros a si. Poderia querer colocar os apóstolos de Jesus como seus servos. Mas o texto traz a sua identificação e mostra que Tiago fora aprovado por Deus na sua concepção pessoal. Ele não se auto valorizava, pelo contrário. Ele afirma seu estado de “Servo de Deus e de Jesus Cristo”.
Tiago escreve para os crentes da dispersão. Esses eram irmãos em Cristo que por causa da sua fé foram espalhados pelos países vizinhos tentando proteger sua vida. Continuavam sendo perseguidos e a carta lhes foi escrita para animá-los na luta e para não desistirem de sua esperança do Senhor.
O texto revela uma falha em Tiago. Ele escreve apenas “às doze tribos de Israel”. Tiago era um crente conservador. Ele trazia em si muito do exclusivismo do judaísmo. Jesus enviou seus discípulos a todos os povos, mas Tiago, assim como Pedro, se sentia ministro apenas dos crentes descendentes do Israel e dos que haviam sido circuncidados.
Atos dos Apóstolos revela que Tiago criou alguns problemas por causa da sua posição conservadora. Pedro, por exemplo, em Antioquia, teve de ser chamado à atenção, por Paulo, por mudar de comportamento em relação aos crentes gentios por causa da chegada de Tiago. Mas foi de Tiago a voz que definiu e trouxe paz no embate no Concílio de Jerusalém.
Já dissemos que somos provados naquilo que pensamos de nós mesmos e agora veremos que somos provados naquilo que pensamos de nós na nossa condição financeira.
Tiago disse: (v. 9-11) “O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva. Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos”.
Você será provado na sua concepção pessoal naquilo que você é, mas também será provado na sua concepção daquilo que você tem. Quando digo “no que tem” não estou falando de quem tem muitos bens. Falo também sobre os que não têm bens.
Infelizmente, muitos se acham menos importantes porque são pobres. Vê-se isto na escolha de líderes para a igreja. Homens ricos são escolhidos para ocupar o cargo de presbíteros e pobres para o cargo de diáconos. Alguns ricos não aceitariam ser diáconos por achar que essa é uma tarefa de menor importância. Não é o dinheiro que define a sabedoria do homem e sua autoridade espiritual para ocupar cargos de liderança, mas este é um problema de concepção errada quanto ao que se possui de bens materiais.
Muitos se acham superiores por serem ricos. Outros se acham inferiores por serem pobres e acham que os ricos são superiores porque são ricos. Esta é um modo de provação divina para medir nosso valor, pois devemos medir nosso valor pelo valor que o próprio Deus nos deu. Não podemos medir nosso valor pelos bens que possuímos. Muitos são reprovados na sua concepção pessoal quanto aos bens que possui.
Jesus não escolheu os ricos da terra, mas os fracos. Um grande erro é se medir pelo que se tem. A pessoa que se mede assim terá problemas. O amor não se mede pela beleza, por exemplo. Uma mulher que meça o amor de seu marido por sua beleza terá problemas quando as rugas e os cabelos brancos chegarem. Seu marido a ama pelo que ela é e não apenas por sua aparência. A auto-estima alta será uma qualidade de quem se valoriza pelo que é e não pelo que se tem.
O texto diz que o irmão humilde deve gloriar-se na sua dignidade. Se Deus não lhe deu posses seja feliz e se valorize por ser amado por Deus, mesmo não tendo riquezas. Se alegre naquilo que és. Paulo diz aos servos que devem servir a Deus como servos, mas se tiver oportunidade de se libertar que se libertem. Se o pobre pode mudar sua condição, mude, mas não deve, de modo nenhum, sentir-se inferior por ser servo.
Tiago diz aos ricos que se gloriem na sua insignificância. Os crentes ricos devem analisar sua vida independente dos seus bens. Conheço um rico que morreu de fome, com um câncer na garganta. Suas posses não puderam ajudá-lo. Tiago leva os ricos a entender que seu valor diante de Deus independe dos bens que possui. Sua vida é tão frágil como a vida do pobre. O rico não possui nada de diferente ou superior àqueles que possuem menos bens materiais. Essa diferença é insignificante para Deus.
O texto revela que os ricos são como a erva que se seca com o calor do sol. A altivez motivada pelos bens que possui é um erro. Tiago tratará, mais adiante, sobre o erro de tratar de modo especial o rico e menosprezar o pobre, mas aqui ele está tratando do modo como você vê a si mesmo por causa dos bens que possui. Você percebe o teu valor com o que tem, seja muito ou pouco? O pobre deve sentir-se digno pelo que é diante de Deus e o rico deve sentir digno pelo que é diante de Deus, pois a riqueza ou pobreza é insignificante no Reino de Deus.
O texto revela outro modo de sermos provados na concepção pessoal. É o modo como nos medimos pelos dons que possuímos. (v.16-18) “Não vos espanteis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. O que você acha dos seus dons. Como é o modo que você acha que deve ser tratado por causa dos dons que você possui. Esse será um modo de Deus te provar mediante os dons que Ele te deu.
O irmão que canta bonito na igreja pode exigir tratamento especial por causa da sua voz e se outro tiver oportunidade que não lhe foi dada, sai da igreja. Um irmão que fala bem exigirá se tratado com destaque, e se não lhe for dada as oportunidades se sente ferido e sai da igreja também.
Tiago revela que Deus nos prova com base nos dons que possuímos. Como esperamos ser tratados com base nos nossos dons? Tiago afirma que todo dom perfeito vem lá do alto. O que você possui de dom vem de Deus. Foi-lhe dado por Deus. Você o recebeu pela vontade de Deus. Você não o possui por herança ou por mérito pessoal.
Os dons que recebemos de Deus são dados com propósito. Ele nos quer como suas primícias. Paulo diz, na sua 1ª carta aos Coríntios, que “Se queremos dons espirituais, devemos promover a edificação da igreja”. Deus não dá dons para o bem pessoal de quem o recebe, mas para que os dons sejam usados a favor do outro. Por isso, quem recebe dons não deve se sentir melhor e mais importante que outros, mas mais responsável que os outros.
Por pensar com orgulho por causa dos dons alguns pregadores escolhem os seus ouvintes. Perguntam a quem os convida quantas pessoas deverão ouvi-lo, e se o grupo for pequeno, se negam a falar, pois acham que será um desperdício gastar seu tempo falando para um grupo pequeno. Estes se acham bons demais para gastar sua saliva pregando para um grupo pequeno de pessoas. Esses parecem não ler a Bíblia, pois Felipe, que estava num ministério frutífero em Samaria foi retirado por Deus de lá para pregar para apenas um homem que passava pelo deserto. E Felipe não questionou. Foi e pregou ao eunuco, oficial da rainha Candace. O número dos ouvintes não pode servir de base para aceitação ou recusa do convite que está sendo feito. Há festa por “um” pecador que se arrepende.
Não se ache melhor por ter vários dons. Teus dons vieram do alto e segundo a vontade de Deus. O teu valor não está na quantidade de dons, mas no fato de ter sido amado por Deus.
Já vimos que você será provado naquilo que você pensa sobre você, como você se valoriza em relação ao que possui de bens materiais e como você exige ser tratado pelos dons que possui. Agora veremos outro modo de sermos provados por Deus.
Em segundo lugar veremos que SOMOS PROVADOS NAS NOSSAS ATITUDES DIANTE DAS PRIVAÇÕES (v. 2-4) “Meus irmãos, tende por motivo de alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes”. Essas privações podem ser de bens, prazeres ou até mesmo da liberdade.
Como respondemos às privações? Quando o dinheiro falta, quando a saúde falta, quando a liberdade falta, como você responde? Tiago diz que deve ser motivo de alegria o passar por várias provações. A alegria ou contentamento é provindo do fato de saber que as provações não são castigos divinos. O texto revela que devemos enfrentá-la com perseverança.
Romanos 5.1, diz que temos paz com Deus ao aceitarmos pela fé que fomos justificados por Deus. Jesus faz seu convite para os cansados e oprimidos e diz que no final encontrarão descanso para a sua alma. Esse descanso na alma por sabe da inclinação divina em nos fazer o bem e não o mal me faz sentir alegria nas provações, pois saberei que Deus tem algo de bom para mim, mesmo em meio das provações.
Muitos, em meio às provações, se rebelam contra Deus e se afastam de Deus e da igreja. Por causa da sua atitude estes são reprovados por Deus nas privações. Por terem uma concepção errada de si mesmos não aceitam serem dirigidos por Deus do modo como Ele quer dirigir suas vidas. Por isso são reprovados.
O texto revela que a provação produz perseverança. Quem desiste na primeira tentativa é um derrotado. Quem insiste, acaba vencendo e passa a ter experiência, podendo ser útil na animação daqueles que estão em meio às provações. É o que ensina Romanos 5.1-11, dizendo que a experiência produz experiência e esta produz esperança. Quem desiste no início não terá nada a oferecer.
O texto diz que a perseverança trará benefícios. Ela te fará perfeito. Todo pintor famoso começou fazendo rabiscos inúteis. Sua perseverança fez dele perfeito em seus traços únicos e que valorizaram seus quadros. Este é um benefício da perseverança. Ela fará com que você vá retirando os erros da tua vida à medida que caminha. As falhas serão percebidas e corrigidas com o decorrer dos anos.
Além da perfeição, a perseverança te fará íntegro. Íntegro é inteiro. Muitos são apenas parte daquilo que deveriam ser. O perseverante dará valor àquilo que de fato tem valor. A mulher perseverante saberá sorrir e chorar sem medo do julgamento alheio. O crente perseverante descobrirá que pode se expor, pois Deus estará com ele, protegendo-o quando agir como seu ministro. Não precisa temer o que os outros pensarão dele. Ele será uma pessoa inteira, pois perceberá que não há razão para deixar de ser tudo aquilo que poderia ser. Assim desenvolve todo o seu potencial.
A perseverança trará ainda como dádiva o “ser em nada deficiente”. Já citei a experiência como benefício da perseverança. O experiente percebe coisas que o iniciante não percebe. Ele sabe agir corretamente e no cumprimento do seu dever ele não é, em nada, deficiente.
O texto revela que devemos responder às privações com perseverança, mas também devo enfrentá-las com Esperança. (v.12) “Bem aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam”. O texto ressalta a esperança que devemos ter durante as provações. É possível suportar as provações quando temos esperança na resposta futura de Deus.
Somos imediatistas. A resposta de Deus não nos é dada no nosso tempo. Muitos aplicam o modo comercial de agir no relacionamento com Deus. É o famoso “Toma lá, dá cá”. Pensam que tudo o que fazem para Deus trará respostas imediatas, e não é assim. Sabemos que o bem virá, mas pode não vir agora. Os imediatistas sofrem e abandonam a fé por esperar algo que Deus não prometeu.
Na provação temos de manter a esperança. Deus não deixa que nossos sofrimentos sejam em vão, mas quando receberemos os seus bens? Devemos passar pelas provações com perseverança e cheios de esperança sabendo que a coroa da vida nos será dada. Ela nos está assegurada. Ninguém poderá tomá-la de nós. É com esperança que devemos suportar as provações.
Vimos que devemos responder às privações com esperança. Agora veremos que devemos responder às privaçõescom obediência. Os versos 13 a 15 dizem: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.
Qual é a diferença entre Provação e Tentação? Elas são a mesma coisa ou há diferença? Provação é positiva. Ela vem de Deus. Vem de quem nos quer o bem. Satanás não nos prova. Ele quer o nosso mal. Quer nos destruir. Deus, ao contrário, nos prova, para que recebamos os benefícios da aprovação.
A tentação é negativa. O diabo nos tenta para nos destruir. Ele quer nosso mal. Ele usa nossas fraquezas e desejos carnais para nos levar para o fundo do poço, para nos afastar de Deus. Deus não tenta ninguém, pois não quer o mal dos seus filhos.
Aí está a questão desse texto. Como devemos responder às privações? Devemos responder com obediência. O texto trata sobre o pecado praticado nas provações, provocados pelas privações. As pessoas não gostam de serem privadas daquilo que desejam. Aí, então, quando privadas respondem com rebeldia. Pecam contra quem os priva do seu desejo.
Nossa obediência aos preceitos divinos é cheia de privações. O namorado será privado de sexo antes do casamento e o negociante será privado do lucro desonesto. Como responder a estas privações? Com obediência. O crente terá de entender que não poderá ter tudo o que deseja. Deus nos dará tudo e no tempo desejado por Ele. Há tempo para tudo. Há leis que devem ser obedecidas. A obediência será provada.
Como você responde à privação. Responda com obediência. O texto diz que ninguém será tentado por Deus, mas será tentado por sua própria cobiça. Ninguém está livre de ser tentado, mas será responsabilizado pelo modo como lida com seus desejos. Nossa cobiça nos atrai e nos seduz. Nosso desejo nos levará naturalmente ao erro. A cobiça atrai o pecado.
O pecado concretiza o desejo. Ele põe o desejo em prática. Você faz o que não devia fazer e o pecado trará sérias consequências.
O pecado trará a morte. A morte é a ausência de Deus na tua vida por causa do pecado. O praticante do pecado não tem prazer na presença de Deus. Não o procura em oração e não se dispõe a ouvir a voz de Deus. Todas as pregações serão dirigidas a ele. Enquanto mantiver o pecado em sua vida tudo o que vier da parte de Deus será como um toque na sua ferida. Isto é a morte trazida pelo pecado, que vem carregado de medo e culpa.
Os crentes da época estavam sendo tentados pela libertinagem do Império Romano. Tudo podia. Nada era proibido. Como crentes eles eram privados dos prazeres mundanos. Como deveriam responder às privações? Sendo obedientes aos preceitos divinos. Somente assim seriam abençoados e aprovados por Deus.
Você será provado nas tuas privações. Nas privações você deve responder com perseverança, com esperança e com obediência. Se você não tem é porque Deus não quis te dar. Se ele quiser te dar ele dará, mas enquanto não tiver o que deseja, seja perseverante, esperançoso e obediente. Assim você será aprovado.
Veja agora que SOMOS PROVADOS NA RESPOSTA QUE DAMOS ÀS SITUAÇÕES (5-8) “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera e ser-lhes-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos”.
Como você responde às situações? Com sabedoria ou sendo néscio? O princípio da sabedoria é temer a Deus. Sabendo que Deus está nos observando procuraremos agir de acordo com sua vontade. O néscio diz que não há Deus. O sábio sabe que Deus existe e o teme. Esse agir, com base no respeito e temor a Deus revelará sabedoria diante das situações.
Nem sempre sabemos o modo correto de agir. O que fazer então? Devemos buscar a sabedoria. Devemos perguntar: como Deus quer que eu aja. No segundo capítulo de Provérbios encontramos o modo de encontrar sabedoria. Ele nos diz que devemos procurá-lo como se procura um tesouro. Se soubéssemos que num lugar há um tesouro escondido nós cavaríamos e se não o encontrássemos ficaríamos pensando nele até encontrar. Assim devemos procurar a sabedoria, como a um tesouro.
O texto diz que não tem sabedoria quem não pede a Deus, pois quando pedimos, ele nos dá. Ele nos colocará em situações que devemos agir de acordo com a sabedoria que nos deu. É o caso de Salomão, que pediu a Deus sabedoria e Deus o colocou diante de duas mulheres que lutavam pela guarda de uma criança. Deus nos colocará diante de situações difíceis e com base na vontade de Deus agiremos com a sabedoria que ele nos deu.
Devemos pedir a Deus a sabedoria, mas pedir com fé. Confie na resposta de Deus, pois quem duvida é como onda do mar impelida pelo vento. É assim o homem sem fé, pois pede sem confiança, assim não espera e não recebe também.
Acabamos de ver que devemos responder às situações com sabedoria, mas temos também de ser longânimes. (19,20) “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus”.
Devemos ser longânimes. O que é longânime? É ter um longo ânimo. Quem se lembra das televisões antigas movidas por válvulas? Elas eram ligadas e depois de longo tempo é que a imagem aparecia. Deveríamos ter um comportamento parecido com este. Agir com paciência evita erros.
Assistindo um filme chinês com meus filhos, observei o comportamento de uma mulher que foi atrás do seu marido e o viu conversando com uma mulher. Sua primeira reação foi achar que seu marido a estava traindo, pois saiu de casa para ir a uma reunião. Foi contida por seu filho. Depois viu seu marido falar sobre a gravidez da mulher, e pensou que ele a tinha engravidado. Foi novamente contida pelo filho. Depois, então, viu seu marido dizer que o bebê era a única coisa que o marido dela, morto, havia deixado. Ela entendeu que não havia traição alguma.
Estando pregando numa congregação que dirigia, no meio do culto, fui interrompido por um homem que pediu ajuda. Fiquei irado e disse-lhe que não devia interromper um culto para pedir dinheiro. Ele, então, me disse que tinha ido ali para pedir que orasse por ele. Virou as costas e saiu. Passei uma grande vergonha por ter sido apressado no meu julgamento.
O texto nos induz a sermos longânimes. Devemos ser prontos a ouvir, tardios para falar e tardios para nos irar. Devemos parar para ouvir, dar atenção a quem fala. Nosso julgamento será melhor quando entendermos as razões do outro. Erraremos menos quando deixarmos o sangue esfriar.
O texto diz
que a ira do homem não produz a justiça de Deus. Quando você se vinga, você se
torna tão pecador quanto aquele que te fez o mal. É assim com os justiceiros,
pois matam os culpados na justificativa de que a justiça é lenta. Eles se
tornam tão assassinos quanto aqueles que mataram por tê-los feito o mal.
Devemos confiar na justiça de Deus. Esperar que Ele aplique Sua justiça,
principalmente porque sabemos que Ele é duro no seu julgamento.
Verso 21, diz: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma”. Devemos responder às situações de acordo com a Palavra que recebemos de Deus. O mais novo entre os membros da igreja já sabe o que é certo ou errado aos olhos de Deus. O texto diz que devemos responder às situações de acordo com a Palavra implantada em nós.
Somos impelidos a “nos despojar de toda impureza”. Somos induzidos a fazer uma faxina geral em nossa vida e tirar dela tudo o que seja impuro. É preciso limpar o coração. Tire tudo que é ruim do teu coração. Limpe-o.
Então diz: “Acolhei, com mansidão a Palavra em vós implantada”. É a paciência e mansidão, como fruto do Espírito, fazendo com que você acolha a Palavra de Deus dada a você.
Quando aprendemos a sermos guiados pela Palavra de Deus nossa alma vai sendo liberta das inclinações carnais que trazemos em nossa vida. Caminhamos melhor com o próximo e com Deus. Por isso tiramos o que é mal e acolhemos a vontade de Deus como boa, perfeita e agradável para nós. Por isso obedecemos àquilo que ele deseja para nós.
Versículos 22 a 24 mostrarão outro modo de responder às situações: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência”.
Devemos responder ás situações praticando o que aprendemos. Pratique o que aprendeu. Passada uma semana as pessoas não se lembram mais o que o pastor pregou no domingo, nem o livro base sabem. Essa é uma falha dos crentes e revela que não deram a devida atenção ao que Deus lhes falou através do pregador. Faltou a prática do que ouviram. Ninguém procurou ensinar o que ouviu, por isso se esqueceram.
A falta da prática leva ao esquecimento. Tiago diz que ser ouvinte apenas é enganar-se a si mesmo. A prática leva à perfeição. Apenas ouvir não trará benefício algum. Ouvintes tratam a igreja como um clube apenas. Se a igreja ouvisse as mensagens pregadas como sendo Deus falando e praticassem o que foi ensinado com certeza suas vidas e a resposta às situações seriam diferentes. Tiago compara o comportamento dos ouvintes com o olhar no espelho. Olha e logo esquece o que viu. Terá de ouvir de novo.
O texto diz mais. O verso 25 diz: “Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.
Você quer ser bem aventurado? Seja praticante da Palavra de Deus. Mas encontramos aqui uma “Lei da Liberdade”. É estranho, pois toda lei proíbe algo. Ela restringe a liberdade. Mas Tiago fala da lei da liberdade. É que Jesus Cristo nos chamou para sermos livres. Devemos responder às situações não como tendo um observador que nos poderá punir, mas como libertos em Cristo para fazermos o que é certo. Somos convidados por Jesus para vivermos a alegria de sermos libertos por ele para livremente obedecermos a Deus. É por isso que o crente tem prazer em fazer a vontade de Deus, pois não a faz como constrangido, mas livremente.
Paulo, conhecedor da lei da liberdade, diz em Romanos 6.3,15 – “Vamos pecar por que a salvação é de Graça? De modo nenhum”. A liberdade que temos em Cristo é a força que precisamos para não nos tornarmos servos do Diabo.
Por fim, no versículo 26 e 27, diz: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.
O que é ser religioso? Como você explicaria a tua religiosidade? Muitos pensam que religioso é aquele que vai muito à igreja. Tiago rejeita esse modo de pensar. Ele afirma que a religiosidade se concretiza na prática. Ao ouvir você cria uma teoria. Ao praticar você revela o que aprendeu.
Devo mostrar minha religiosidade na prática de amor ao próximo. Devo ser misericordioso com o próximo. Devo me compadecer na necessidade do mais carente do que eu. Sendo misericordioso como Jesus Cristo foi comigo revelarei a todos a minha fé e a minha religião.
Vimos também que o religioso deve refrear a língua, caso contrário, estará enganando o seu coração. Tiago falará mais sobre o poder destruidor da língua. Ela tem de ser domada, caso contrário, sua religião é uma mentira.
A minha religião será demonstrada no domínio da minha língua, na misericórdia no trato com os necessitados, e também no cuidado com a pureza da minha vida. Não posso me contaminar com os prazeres do mundo. Paulo, em Romanos 12.1,2, diz que, se queremos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus não podemos tomar a forma do mundo. É o mesmo que Tiago diz. É necessário estar incontaminado com o mundo. Quem ama o mundo odeia a Deus. A amizade do mundo é inimizade contra Deus.
Provação, aprovação e reprovação. Precisamos pensar mais nisto. Neste estudo vimos que estaremos sempre sendo provados por Deus. Seremos provados: Naquilo que pensamos sobre nós mesmos, na resposta que damos às privações e na resposta que damos as situações que nós vivemos.
Devemos lutar com todas as nossas forças para sermos aprovados por Deus. Quem desiste se torna um derrotado. Quem luta com perseverança encontrará a vitória.
Seja você, meu irmão, um entre os vencedores que foram aprovados por Deus.
Pense nisso!
Do seu Pastor: Samuel
José dos Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e
consolações do Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
E com todo povo de Deus
espalhados sobre a face da terra,
Desde agora e para todo
Sempre,
Amém.
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