Pastoral- Amor e relacionamento: construindo uma relação a dois - Domingo 28 de Dezembro de 2014
Domingo
28 de Dezembro de 2014
Amor e relacionamento:
construindo uma relação a dois
“Assim, eles já não são dois, mas sim uma só
carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe".
Mateus 19:6
Mateus 19:6
Falar sobre o amor nunca é
fácil, pois na verdade, cada um tem a sua própria explicação do que ele é. O
amor é um conjunto de sentimentos internos que só nós mesmos temos acesso. Não
dá para a gente saber como uma pessoa apaixonada se sente a não ser quando
passamos por uma situação semelhante, mas quem garante que o que eu sinto e
chamo de amor é o mesmo que outra pessoa sente?
Vemos
alguém fazendo declarações, dando flores e bombons para outra pessoa e aí
dizemos: “ele está apaixonado”. Mas será que ele realmente se sente apaixonado?
Isso a gente não tem como comprovar. Por isso, no decorrer de nossas vidas,
cada um de nós temos diferentes explicações para o que é estar apaixonado (e
descrevemos diferentes sensações para o amor), além de termos diferentes
“regras” do que se deve fazer quando se está apaixonado.
E quem
garante que estas regras estão sempre corretas? A maioria dos relacionamentos
amorosos acabam. É só olhar ao seu redor e reparar em quantas pessoas se
casaram ou ficou o resto da vida com o primeiro parceiro. Viver a dois não é
fácil. Assim como qualquer comportamento, envolve treino. Ninguém aprende a se
relacionar de uma hora para a outra, muito menos nasce sabendo. Ainda mais
quando duas pessoas têm ideias muito diferentes sobre o que é e o que se deve
fazer quando se está apaixonado.
Muitos
estudos têm buscado identificar quais são os principais motivos que levam aos
conflitos de relacionamentos. Torres e Wielewicki (2009), em um artigo sobre
relacionamentos amorosos, apresentam a ideia de Smith (2008) que resume alguns
desses pontos, diferenciando o “amor infantil”, que torna difícil uma relação,
do “amor adulto”.
Segundo
o autor, no amor infantil a pessoa:
·
Vê o outro como extensão de si mesmo;
·
Apresenta medo do abandono;
·
Necessita de constante reforço para sentir/saber que é amada;
·
Tem comportamentos de dependência com relação aos outros a fim
de satisfazer suas necessidades físicas e emocionais;
·
Demonstra grande dificuldade em controlar comportamentos
relacionados às suas emoções;
·
Precisa, frequentemente, de comportamentos que denotam certezas;
·
Sente que inexiste fora da presença da pessoa amada;
·
Vive apenas o momento; Vê-se como o centro do universo;
·
Apresenta comportamentos de medo com relação às mudanças e
comportamentos de esquiva ao esforço excessivo para fazê-las;
·
Lança mão de quaisquer comportamentos para não perder seu
relacionamento, optando até por perder a si mesmo, e
·
Suas necessidades são consideradas imediatas e desesperadas.
Segundo
as autoras, ser adulto em uma relação envolve principalmente autoconhecimento e
conhecimento do outro. Deste modo fica mais fácil identificar o que você pode
fazer para produzir consequências reforçadoras para os dois. Smith (2008)
demonstra que no amor adulto a pessoa:
·
Contempla suas necessidades sob uma perspectiva adequada e
comporta-se na direção de satisfazê-las;
·
Considera-se inteira como é, não dependendo, dessa forma, de
outra pessoa para deixá-la completa;
·
Sente-se emocionalmente segura e assim consegue tolerar/aceitar
sentimentos de tristeza e ansiedade (por exemplo), sem se deixar consumir por
eles;
·
Identifica/observa que é amada e não precisa procurar
comportamentos na outra pessoa que possam provar isso;
·
Sente-se capaz de avaliar as situações e fazer julgamentos
baseados em dados de realidade, além de buscar atitudes saudáveis no que se
refere à satisfazer suas necessidades;
·
Aceita comportamentos de imperfeição em si mesmo e nos outros e
não se sente humilhada ou temerosa quando comete erros;
·
Assume atitudes de responsabilidade por sua vida, porém,
discrimina quem não pode controlar tudo que acontece;
·
Sente-se completa em si;
·
Planeja o futuro enquanto vive o momento (aprendeu com o
passado);
·
Possui a habilidade de lidar com a empatia, o sentimento de
culpa e a flexibilidade para mudança;
·
Discrimina que ir além de sua zona de conforto é reforçador e
essencial para o seu bem-estar geral;
·
Consegue aceitar a perda, todavia, nunca a de si mesmo.
As autoras do artigo
completam a ideia de Smith trazendo algumas habilidades necessárias para manter
um bom relacionamento, que são: Ser empático, ou seja, compreender e sentir o
que o outro pensa e sente; Ser flexível, ou conceder ao outro sem que isso seja
desagradável para si; e habilidade de dar suporte emocional – poder se doar, de
tolerar e compreender o outro.
O mais
interessante de se estudar o amor é que sempre acabamos pensando em nossa
própria vida e nossos próprios relacionamentos. Com o que eu escrevi aqui já dá
para fazermos boas reflexões.
Texto retirado de Torres,
N. & Wielewicki M. G. (2009). Aprendendo a construir uma
relação a dois: repertório do casal, em Wielenska R. C. (org.) Sobre Comportamento e Cognição: Vol. 24.
desafios, soluções e questionamentos (1ª ed., pp. 240-248), Santo André:
Esetec.
Pense nisso!
Do seu Pastor: Samuel José dos
Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e consolações do
Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
E com todo povo de Deus espalhados
sobre a face da terra,
Desde agora e para todo Sempre,
Amém.
Comentários
Postar um comentário