Escola Bíblica - Arrependimento - Domingo 15 de Março de 2015
Domingo 15 de Março de 2015
Arrependimento
Introdução
Lucas compreendeu uma forte
peculiaridade do ministério de João Batista: sua missão profética.
Propositadamente, faz uma introdução à mensagem de João nos moldes daquelas
feitas no Velho Testamento, quando as mensagens dos profetas são anunciadas.
“No décimo-quinto
ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia,
Herodes, tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe, tetrarca da região da Ituréia
e Traconides, e Lisânias, tetrarca de Abilene, sendo sumos sacerdotes Anás e
Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto” (Lc 3.1-2).
A importância desta introdução é que
ela equipara o ministério de João ao dos profetas antigos do Velho Testamento.
Lucas decidiu mostrar a importância de João como preparador do Caminho do Senhor
e fortaleceu sua ligação ou continuidade do ministério dos profetas do Velho
Testamento.
Em outras palavras, podemos dizer que
Lucas está propondo uma mensagem central profética em seu livro. Pensando no
fato de que ele escreve estes dois livros para Teófilo ter certeza das coisas
que ouviu sobre a fé e como a Igreja era a continuadora desta mensagem, devemos
considerar que Lucas está propondo em seu todo uma maneira viva pela qual a
igreja deveria manifestar sua mensagem ao mundo. Neste caso, a mensagem da
igreja seria a pregação do arrependimento.
Nestes versos, veremos algumas
características desta pregação do arrependimento, a qual deve ainda hoje ser
pregada profeticamente à nossa geração. Convido você a conhecer estas
características e, conhecendo-as, incluí-las no modo como você vê o mundo e
atua nele.
Um Novo Modo
de Viver e Pensar
Um dos fatos marcantes sobre o
ministério de João é que ele se manifestou à Israel como profeta do Altíssimo
andando no deserto. As circunvizinhanças do Jordão, ou o deserto da Judéia,
eram conhecidas pela aridez e as condições inóspitas destas terras.
João, cujo nome aponta para a presença
da graça de Jehovah, estava presente no deserto e nada mais significativo para
uma terra aflita e exausta, onde as pessoas mais se pareciam com ovelhas que
não têm pastor.
“Ele percorreu
toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de arrependimento para
remissão de pecados” (Lc 3.3).
Não é sem propósito que Lucas indica
neste versículo que o deserto era o lugar para Deus manifestar sua graça. No
Velho Testamento, veremos muitos profetas anunciando o poder de Deus de trazer
vida ao deserto.
“O deserto e a
terra se alegrarão, o ermo exultará e florescerá como o narciso. Florescerá
abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a glória do Libano,
o esplendor do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor
do nosso Deus” (Is
35.1-2).
O outro lado desta apresentação do
ministério de João era o conteúdo de sua pregação:pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados.
Quando ouvimos a ideia de batismo,
pensamos inicialmente no ato em si. Mas você deve perceber que Lucas não está
destacando o ato em si, mas fazendo o batismo um conteúdo.
Na verdade, Lucas está aqui usando a
palavra batismo pelo seu ato simbólico, ou seja, ele pregou a purificação por
meio do arrependimento. Lucas está propondo que a pregação de João batista era uma missão de conduzir pessoas a pensar de
maneira diferente. O início de um novo modelo de vida, baseado na pureza.
Veja que as citações usadas do Velho
Testamento que ele usou para fazer a ligação entre a pregação de João e a
continuidade do ofício profético, todas apontam para a ideia de uma mudança de
rumos:
Voz do que
clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e outeiros; os caminhos
tortuosos serão retificados, e os escrabosos aplanados (Lc 3.4-5).
Arrependimento - a palavra bíblica usada por Lucas é “metanóia” ou “mudança de mente”.
O batismo ou o processo de purificação para o qual a graça (João) nos chama é
antes de tudo, um jeito novo de pensar e conceber a vida. O que precisamos
anunciar aos homens não é que continuem pensando segundo o modelo deste mundo,
mas que façam uma revisão e se proponham a mudar totalmente o coração. Paulo
irá chamar isso de “renovação da nossa
mente”.
A graça de Deus (João) confronta os
homens. Primeiramente, revelando nossa condição caída. Foi desta condição que
João falou quando se dirigia às multidões falando delas como víboras.
Dizia ele,
pois, às multidões que saíam para serem batizadas: raça de víboras, quem vos
induziu a fugir da ira vindoura? (Lc 3.7).
As pessoas estavam ouvindo a mensagem
de João e buscavam o batismo, mas o que as motivava? Talvez, por terem a
história dos profetas em sua mente, buscaram na mensagem de João um abrigo
seguro, meramente por associarem sua mensagem ao modelo dos profetas, que lhe
eram tão caros.
João destaca duas coisas que eles
precisavam saber. Eles estavam no deserto e pareciam muito adaptados a este
modelo de vida “sem graça”, por isso ele usa a figura das víboras, animais que
viviam muito bem no deserto e se encontravam em casa.
O outro lado é que sobre eles estava
por vir o juízo inevitável de Deus. O modo como ele se refere ao juízo é a
certeza de que a ira de deus virá com certeza sobre eles.
João ataca o grande pecado deles, que é
a falsa segurança na sua história humana, como descendentes de Abraão e
contrasta essa falsa confiança com a verdadeira mudança que deveriam
apresentar.
“Produzi,
pois, frutos dignos do arrependimento e não comeceis a dizer entre vós
mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras
Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Lc 3.8).
A falsa segurança na história antiga do
chamado de Abraão, levava muitos a se sentirem seguros apenas em ser
descendentes de Abraão. O ponto é que eles se asseguravam demais nesta herança.
João, entretanto, despreza a confiança humana e exalta o poder transformador de
Deus, mostrando que até pedras do deserto podem ser filhos de Abraão.
O ponto central é que a nova mente que
se espera do povo de deus não comporta uma mentalidade de confiança vazia nos
valores humanos. Não confie na sua inteligência, no seu dinheiro, nos seus
relacionamentos, não pense que a graça de Deus está atrelada às suas virtudes,
ela se manifesta no deserto, por meio de uma nova maneira de pensar que faz de
Deus a nossa única segurança.
A Pregação do Arrependimento é Uma Chamada à Urgência da Mudança
Em geral falhamos muito no nosso
relacionamento com Deus por deixar a nossa vida com Deus em último plano das
nossas decisões. Estamos tão focados em resolver nossa vida no plano material e
social.
João enfrentou as multidões
confrontando estas urgências e valores que as guiavam. Ele introduziu este
confronto em sua mensagem considerando o juízo urgente de Deus.
“E também já
está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom
fruto é cortada e lançado no fogo” (Lc 3.9).
Era necessário que este batismo, ou
esta purificação da maneira de pensar não seja o último item da sua lista de
prioridades, mas pense na importância de se posicionar ainda agora.
João mostrava-lhes que seu desejo de
mudança deveria afetar as áreas mais sensíveis para cada um: o que havemos de fazer?
Multidão: quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem, e quem
tiver comida, faça o mesmo.
Publicanos: Não cobreis mais do que o estipulado.
Soldados: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos
com o vosso soldo.
Nossas maiores urgências são as áreas
mais sensíveis, em que os pecados mais nos causam laços. A pregação do
arrependimento é uma mudança que que precisa ser urgentemente implementada na
nossa vida.
Conclusão
Irmãos, Deus chamou a sua igreja para
dar sequência à esse ministério de confronto profético. Deus nos convocou a
sair pelo mundo anunciando a mudança da mente e das prioridades do homem,
acusando o pecado e propondo uma mudança significativa.
Mas, como haveremos de anunciar essa
mensagem e dar continuidade a este ministério se ele primeiramente não
acontecer em nós. Muitos que seguem Jesus sequer perceberam ou iniciaram este
processo de purificação e mudança de mentalidade.
Uma situação ilustrativa foi o primeiro
sermão pregado por Pedro, quando o Espírito Santo desceu sobre a Igreja. Ele
acusou o pecado daquela geração e convocou o povo a se arrepender. Os homens
lhe perguntar: que faremos? Ele
respondeu: arrependei-vos e crede.
A graça veio ao nosso deserto com esta
mensagem de mudança e renovação da mente. Hoje, pode ser que o seu deserto está
sendo desafiado e chamado à mudança, por uma proposta de inundação da graça. Liberte-se
daquelas coisas que lhe afastam de Deus, que lhe impedem seguir o caminho da fé
como a prioridade de sua via. Lembre-se: o machado está na raiz da árvore. E aquele que não der fruto será cortado
e lançado no fogo.
Às vezes, crentes estão interessados em
manter uma relação com Deus, mas não estão buscando que esta relação seja nos
termos de Deus. Pensam em tomar decisões espirituais, mas elas estão na gaveta
de espera, porque outras coisas estão se tornando mais importantes.
Um dos destaques da mensagem de João é
que ele estava propondo a urgência como fator determinante, pois o tempo estava
cumprido e o Reino de Deus era chegado, assim como o juízo.
Repense seus valores e prioridades, mas
não somente repense. Coloque seus pecados diante de Deus e busque mudança
imediata. Viva o modelo de arrependimento.
Pense nisso!
Do seu Pastor: Samuel José dos
Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e consolações do
Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
E com todo povo de Deus espalhados
sobre a face da terra,
Desde agora e
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