Escravidão
A ESCRAVIDÃO, A LEI DE DEUS, E O VERDADEIRO CRISTIANISMO
(Romanos 1:28) “E por haverem desprezado o
conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental
reprovável, para praticarem coisas inconvenientes.”
A novela Sinhá Moça, de
grande ibope em seu horário, retrata um dos maiores flagelos do mundo pagão,
que continuará a assombrar a humanidade com seu zumbi por muito tempo: a
escravidão. Por conta da malignidade desse flagelo, originou-se uma cultura de
compensação, vista na música, na arte, nos costumes, nas leis nacionais, e na
religião.
Os críticos do Cristianismo atribuem
culpa à religião judaica e à fé cristã, pelo incentivo à escravidão desde
tempos remotos.
Mas, o que diz a Bíblia sobre a
escravidão?
NO ANTIGO TESTAMENTO
Na lei do Senhor era proibida a
escravidão no meio do povo hebreu. Os únicos casos de servidão – radicalmente
distinto de qualquer modelo das culturas pagãs – eram de punições de criminosos
que deveriam restituir o roubo com serviço, (Êxodo 22:3) “Dize-lhes: Todo
homem dentre os vossos descendentes pelas vossas gerações que, tendo sobre si a
sua imundícia, se chegar às coisas sagradas que os filhos de Israel santificam
ao Senhor, aquela alma será extirpada da minha presença. Eu sou o Senhor”; e de pobreza, quando as pessoas
buscavam sustento trabalhando para outras, (Levítico 25:39); “Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e
vender-se a ti, não o farás servir como escravo”. Além disso, a escravidão em Israel era legalmente proibida, (Levítico
25:42) “Porque são meus servos, que tirei da terra do Egito; não serão
vendidos como escravos”. Deve-se salientar também que
os hebreus escravos, por motivo de crime ou pobreza, só podiam servir aos seus
senhores por seis anos, sendo compulsoriamente libertados. Mesmo no caso dos
pobres, a opção de se tornarem servos era deles, a fim de que não morressem de
fome. Na verdade, o princípio da escravidão entre hebreus, nada mais era do que
ser tratado exatamente como um trabalhador livre, um empregado pago, (Levítico
25:39-40) “Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e
vender-se a ti, não o farás servir como escravo. “Como
jornaleiro, como peregrino estará ele contigo; até o ano do jubileu te servirá”.
No que concerne aos escravos vindo do mundo pagão, a lei
permitia aos hebreus que comprassem tais escravos (Levítico 25:44) “E quanto aos
escravos ou às escravas que chegares a possuir, das nações que estiverem ao
redor de vós, delas é que os comprareis”, não para a servidão e opressão,
mas como um meio de livrá-los do terrível sofrimento imposto pelas culturas
pagãs de origem. As leis de Israel eram princípios redentivos para qualquer
criatura degradada pelos sistemas humanos pagãos. Nenhuma lei quanto à
escravidão propunha princípios tão justos como a lei dada a Israel,(sendo muito
superior aos gregos e romanos). Os escravos de origem pagã eram servos muito
pobres e sem direitos, que, se fossem deixados à mercê de suas origens, teriam
um fim terrível. Israel não poderia comprá-los, libertá-los, e deixar esses
libertos à própria sorte. O mais ideal proposto pela lei mosaica (ou lei de
Deus) era que eles servissem ao povo de Deus de maneira digna pelo seu
sustento. O fator decisivo pela permanência de um escravo vindo de povos pagãos
era o religioso: a circuncisão. Nenhum escravo era permitido no meio do povo se
não houvesse profissão de fé e circuncisão para com o Deus de Israel. Isto era
previsto para que a santidade do povo e a fidelidade a Deus fossem preservadas
contra qualquer mistura de religiões do mundo pagão. Mas o escravo não era
compulsoriamente circuncidado, pois a circuncisão só poderia ser administrada
se a pessoa concordasse com os preceitos da fé de Israel, (Romanos 2:25-29) “Porque
a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se guardares a lei; mas se tu és
transgressor da lei, a tua circuncisão tem-se tornado em incircuncisão.
Se,
pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão
não será reputada como circuncisão?
E a incircuncisão
que por natureza o é, se cumpre a lei, julgará a ti, que com a letra e a
circuncisão és transgressor da lei.
Mas é judeu aquele
que o é interiormente, e circuncisão é a do coração, no espírito, e não na
letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus”;
caso contrário, ele era devolvido ao seu povo de origem, (comentários judaicos:
Yebamoth 46, b). O tempo exigido para a liberdade de um escravo de outra origem
era de cinquenta anos. Esse tempo era diferente dos escravos judeus (apenas
seis anos), para que não houvesse brecha para um fenômeno de re-escravização
dos libertos por parte de suas nações de origem, e para que eles pudessem
levantar patrimônio suficiente para sua independência.
Jó usou o argumento da criação para referendar os
direitos dos seus servos, (Jó 31:13-15) “Se desprezei o direito do meu servo
ou da minha serva, quando eles pleitearam comigo,
14 então
que faria eu quando Deus se levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que
lhe responderia?
15 Aquele
que me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos
plasmou na madre?”.Que direitos são esses?
· Os
escravos tinham direito a um dia de descanso como qualquer trabalhador comum,
(Êxodo 20:10; “mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não
farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo,
nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas
portas”.Êxodo 23:12) “Seis dias farás os teus trabalhos, mas
ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento, e para
que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro”.
· Havia
salário para o escravo, (Levítico 25:40) “Como jornaleiro,
como peregrino estará ele contigo; até o ano do jubileu te servirá”;
· Havia indenização por vexames
provocados contra o escravo, (Êxodo 21:8,10) “Se
ela não agradar ao seu senhor, de modo que não se despose com ela, então ele
permitirá que seja resgatada; vendê-la a um povo estrangeiro, não o poderá
fazer, visto ter usado de dolo para com ela.
Se lhe tomar outra,
não diminuirá e o mantimento daquela, nem o seu vestido, nem o seu direito
conjugal”.
· Os
escravos tinham direito de se casarem com filhos ou filhas de seus senhores,
tornando-se assim membros da família, (Êxodo 21:9)
“Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito de filhas”.
· Se fugissem de seus senhores não
poderiam ser devolvidos para os mesmos, (Deuteronômio 23:15-16) “Não
entregarás a seu senhor o servo que, fugindo dele, se tiver acolhido a ti; contigo ficará, no meio de ti, no lugar que escolher em alguma das
tuas cidades, onde lhe agradar; não o oprimirás”.
. Isso era providencial porque os
escravos fugiam de senhores que lhes maltratavam, e isso fazia com que seus
donos perdessem o direito de seus serviços; a lei proibia todo e qualquer
maltrato a um escravo.
· Se um escravo concordasse em ser um
professo fiel ao Deus de Israel, ele tornava-se um membro da família, com
privilégios que a outro membro poderia ser negado, (Levítico 22:10-13) “Também
nenhum estranho comerá das coisas sagradas; nem o hóspede do sacerdote, nem o
jornaleiro, comerá delas. Mas aquele que o sacerdote tiver comprado com o seu
dinheiro, e o nascido na sua casa, esses comerão do seu pão. Se
a filha de um sacerdote se casar com um estranho, ela não comerá da oferta
alçada das coisas sagradas. Mas quando a filha do sacerdote for
viúva ou repudiada, e não tiver filhos, e houver tornado para a casa de seu
pai, como na sua mocidade, do pão de seu pai comerá; mas nenhum estranho comerá
dele”.
· O ano sabático e o ano do jubileu
eram datas de cada senhor dispensar os trabalhos de seus escravos, a menos que
tais escravos se recusassem a deixar o serviço, sendo amados pelos seus
senhores, se tornariam servos para sempre, (Êxodo 21:2,5) “Se
comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de
graça. Se entrar sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, então
com ele sairá sua mulher. Se seu senhor lhe houver dado uma
mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos dela serão
de seu senhor e ele sairá sozinho. Mas se esse servo
expressamente disser: Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a meus filhos, não
quero sair forro”;
· Havia leis que protegiam os escravos a cada possível circunstância
degradante por parte dos senhores malvados, estes, para os quais era previsto
punição.
Por estes motivos, o mercado
escravagista judaico não interessava aos mercadores de escravos, havendo entre
eles até mesmo um ditado que dizia “Quem comprar um escravo judeu arranja um
senhor para si mesmo.”
NO NOVO TESTAMENTO
O próprio Jesus refere-se aos
escravos em muitas de suas parábolas (o servo impiedoso, o filho pródigo, o
joio e o trigo, etc.). Mas na época de Jesus já havia pouquíssimos escravos em
seu mundo; por volta de 71 d.C. havia, possivelmente, um escravo para cada nove
habitantes. A visão romana nessa época era que o escravo era uma rés (coisa).
Mesmo que na literatura romana haja muitos exemplos de bons senhores romanos,
ainda assim, a legislação romana para o escravo era muito inferior à judaica.
Foi essa supervalorização judaico-cristã que tornou o mundo romano
desinteressado por escravos. Nos dias de Cristo, portanto, os costumes e as
medidas legais fizeram desaparecer quase completamente a escravidão palestina.
Cristo não ocupou-se da missão
abolicionista porque em sua época a escravidão não era algo preocupante, devido
à brandura da condição servil. Certamente se a escravidão fosse um flagelo na
Palestina, Cristo e os apóstolos a teriam combatido, como fizeram com os
fariseus de sua época. Contudo, todo o ensino de Cristo quanto à escravidão foi
voltado para a anulação da diferença entre senhor e escravo, estabelecendo
assim, o único vínculo: o amor.
O ESCRAVO NA FAMÍLIA DA FÉ
Efesios 06:05 “Vós,
servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na
sinceridade de vosso coração, como a Cristo”,
Efésios 06: 09 “E vós Senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as
ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso,
está nos céus e que para com ele não existe acepção de pessoas.”
O autor da Nova Aliança que mais
falou do tema da escravidão pormenorizadamente foi o apóstolo Paulo.
O modelo Paulino de escravidão, ainda no primeiro século
da era cristã, consiste no mais alto e refinado conceito de relações
escravo-senhor-escravo. No texto de Efésios 6:5-9 “Vós, servos,
obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade
de vosso coração, como a Cristo,
não servindo
somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo,
fazendo de coração a vontade de Deus, servindo de boa vontade como ao
Senhor, e não como aos homens. Sabendo
que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer. E vós, senhores, fazei o mesmo para
com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor tanto deles como vosso está
no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas”. O tema
pertence ao contexto sobre a família. Paulo inclui o escravo neste texto porque
na igreja cristã primitiva, seguindo a Lei de Deus no Antigo Testamento, o
escravo era membro da família por meio da fé. Como nos dias da lei mosaica,
nenhum interesse deveria haver em escravos se não fosse para ele manter
relacionamento familiar religioso com o seu senhor. Mais uma vez, os princípios
que orientam a relação do escravo com o seu senhor são religiosos. Por que
princípios religiosos? Porque são inspirados em Deus e feitos por Ele, e assim
não pode haver injustiça. Uma prova disso é o Livro de Eclesiástico, que por
não ser de origem divina (apócrifo), incentiva a crueldade para com os
escravos, o que é proibido pela Lei de Deus,( leia Eclesiástico 33:25-28 Biblia
Catolica Ave Maria) “Para o jumento o feno, a vara e a carga. Para o escravo
o pão, o castigo e o trabalho.O escravo só trabalha quando corrigido, e só
aspira ao repouso; afrouxa-lhe a mão, e ele buscará a liberdade.O jugo e a
correia fazem dobrar o mais rígido pescoço; o trabalho contínuo torna o escravo
dócil.Para o escravo malévolo a tortura e as peias; manda-o para o trabalho
para que ele não fique ocioso”,
O apóstolo dá as seguintes instruções
aos senhores e aos escravos:
1) Os
escravos deviam total respeito aos seus senhores com sinceridade do coração, como
a Cristo (Efésios. 06:05) “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne,
com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo”;
2) Não
servir apenas para agradar a homens, mas ter em vista a visão deservos de
Cristo, fazendo de coração o serviço de escravo comovontade de Deus,
(Efésios. 06:06) “não servindo somente à vista, como
para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a
vontade de Deus”;
3) Ter uma
visão do trabalho escravo como um servir a Cristo, e não a homens,
(Efésios. 06:07) “servindo de boa vontade como ao
Senhor, e não como aos homens”.;
4) Considerar
que o trabalho servil como a Cristo redunda em remuneração futura, (Efésios. 06:08) “Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do
Senhor todo bem que fizer”;
5) Que os
senhores não sejam motivados à tirania para com seus escravos como no mundo
pagão; que reconheçam que ambos, senhor e escravo, estão debaixo do mesmo
senhorio de Cristo; e que para Cristo não há diferença essencial entre escravo
e senhor, (Efésios. 06:09) “E vós, senhores,
fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor tanto
deles como vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas”..
É evidente que o escravo deste texto
é muito mais do que um simples servo, e nada tem a ver com o que o mundo
conhece por escravidão. Neste texto, o escravo é um crente que tem consciência
de estar trabalhando para Cristo quando serve ao seu senhor segundo a carne.
Tudo quanto faz é com sinceridade de coração, e de boa vontade para com seu
senhor. Jesus Cristo é a motivação para o serviço desse servo, com quem ele
mantém comunhão juntamente com o seu senhor segundo a carne. Nessa relação não
há nada que lembre acepção de pessoas, porque os dois, escravo e senhor, têm
consciência de que são um debaixo do senhorio de Cristo.
O
fato do apóstolo colocar esses deveres no contexto da família é porque o
escravo sempre se tornava membro da família por meio da sua conversão e
batismo; isso acontecia desde os dias do Antigo Testamento, (Genesis 17:12-13) “A
idade de oito dias, todo varão dentre vós será circuncidado, por todas as
vossas gerações, tanto o nascido em casa como o comprado por dinheiro a
qualquer estrangeiro, que não for da tua linhagem. Com efeito será circuncidado
o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; assim estará o meu pacto
na vossa carne como pacto perpétuo”, quando os escravos se tornavam
membros da família da fé por meio da aliança do Senhor.
Essa visão bíblica da escravidão é
muito anterior e superior ao que os homens conceberam e perverteram do assunto.
As instituições surgidas do Cristianismo demoraram muito para debelar a
escravidão como um flagelo do mundo pagão pós-reforma. É por esta razão que Sinhá
Moça faz tanto sucesso; a novela inspira a aversão cristã contra a
degradação de seres humanos. Essa inspiração foi fruto da cristianização do
mundo, operada pela pregação reformada da lei de Deus, bem como pela lei da
consciência que defende e acusa os pecadores mesmo sem eles ouvirem o
evangelho.
Podemos concluir, pois, que a
escravidão do mundo europeu nada tem a ver com a fé judaica do Antigo
Testamento, nem com a verdadeira religião de Cristo e os apóstolos. Todos
aqueles que em nome de Deus apoiaram tão grande insulto ao Criador o fizeram
por perversão de seus próprios corações. A influência do evangelho de Cristo
sempre foi fator reformador e doador de dignidade e vida. O pecado na vida da
raça humana é que é o fator degradante da humanidade.
Jesus Cristo é a porta para a
liberdade da escravidão, antes escravos do pecado, hoje libertos por Cristo, (João 8:36) “Se,
pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.
O povo antes de Cristo eram escravos do Egito terra de Faraó, porem Deus
com braço forte libertou seu povo daquele julgo, (Êxodo 06:01) “Então disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que hei de fazer
a Faraó; pois por uma poderosa mão os deixará ir, sim, por uma poderosa mão os
lançará de sua terra”, o que falta para você hoje ser
liberto desse pecado?. Quantos anos você tem sido acorrentado por esse vicio, esse
adultério, por essa fornicação, por esse sexo indevido, por essa maledicência,
por essa mentira?
Pense
nisso, Jesus Cristo quer ter um verdadeiro encontro com você, porem ele não é
mal educado, ele não irá força-lo a nada, Jesus é cavalheiro (Apocalipse
3:20) “Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e
ele comigo!.
O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça
resplandecer o seu rosto sobre ti,
e tenha misericórdia de
ti;
O Senhor levante sobre ti
o seu rosto, e te dê a paz.
Do seu Amigo e Irmão: Samuel.
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