Escola Bíblica Dominical - A NATUREZA DE DEUS OU SEU MODO DE SER
Domingo 29 de Julho De 2012
A NATUREZA DE DEUS OU SEU MODO DE SER
Quem é Deus?
O que constitui a natureza divina? Qual é o modo de ser de Deus? Estas
perguntas nos levam à sarça ardente e à terra santa. Nós devemos caminhar
suavemente, andar humildemente e evitar suposições. Mas podemos ir até onde a
revelação divina for.
Existe
realmente uma natureza divina. Com a palavra "natureza" indicamos as
características que diferenciam um ser dos demais. Falamos, portanto, da
natureza angélica, da natureza humana e da natureza das bestas feras. A
possibilidade de falarmos da natureza de Deus foi sugerida pelo apóstolo Paulo
quando disse que os gálatas, antes de serem convertidos, serviam aqueles que
por natureza não eram deuses. (Gálatas 04:08). Isto claramente implica a
existência de alguém que por natureza é Deus.
DEUS
É UM SER PESSOAL
A pessoa de
Deus é bem distinta do panteísmo, que diz que tudo o que é agregado é Deus.
Deus é tudo e tudo é Deus. Como um ser pessoal, Deus é imanente e
transcendente, isto significa que, Ele está na Sua criação e ao mesmo tempo
acima de Sua criação. Ele é uma pessoa na Sua criação e ao mesmo tempo Ele está
separado e bem distinto dela. Ele também está acima de Sua criação, isto é, Ele
é maior que Sua criação, distinto dela e não faz parte dela. Na oração de
Salomão por ocasião da dedicação do templo, ele prestou tributos à grandeza
transcendental de Deus com estas palavras: (1ª Reis 08:27)"Mas na verdade habitará Deus na terra? Eis que os céus
e até o céu dos céus, te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu
tenho edificado".
Existem três
marcas de personalidade: a auto-consciência, auto-determinação e consciência
moral e todas estas três qualidades pertencem a Deus.
DEUS
É UM SER ESPIRITUAL
Deus é
exclusivamente espírito. (João 04:24) O leitor deverá reconhecer esta verdade
ou terá problema para entender as três pessoas da trindade. Como espírito Deus
não pode ser dividido ou composto. Como espírito Ele é invisível e intangível. (João 01:18)"Deus
nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito que está no seio do Pai, esse o
fez conhecer".
ARGUMENTO
1. Ele é o
criador dos espíritos, e desde que o ser espiritual é o nível mais alto de ser,
Ele deve ter a natureza pertencente a este nível.
2. As
Escrituras atribuem espiritualidade a Deus. (João 04:24), (Hebreus 12:09) “Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos
corrigirem, e os olhávamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai
dos espíritos, e viveremos”?.
3. Sua
espiritualidade pode ser argumentada do ponto de Sua imensidade e eternidade.
Ele é infinito quanto a espaço e tempo. A matéria é limitada ao tempo e espaço,
mas Deus é onipresente e eterno.
4. Sua
espiritualidade pode ser argumentada através de Sua independência e
imutabilidade. Tudo o que é matéria pode ser dividido, somado ou diminuído. A
matéria é sujeita as mudanças, mas Deus é imutável.
5. Sua
espiritualidade pode também ser argumentada através de Suas perfeições
absolutas. A matéria impõe limitações e não é sistemática nem consistente com a
perfeição absoluta. A palavra perfeição é usada aqui com um significado amplo e
não só no sentido de não ter pecado. O Salvador, em Seu corpo humano tinha Seus
limites ainda que sem pecado. Ele não podia estar em todos os lugares ao mesmo
tempo. Ele não estava imune à fome, sede, cansaço e dor.
OBJEÇÃO
Muitas
passagens nas Escrituras atribuem partes do corpo a Deus. Falam de Seus olhos,
Sua face, Suas mãos e Seus braços, etc. Em réplica podemos dizer que a
linguagem é figurativa e é usada de modo conveniente ao entendimento humano.
Tal linguagem é chamada de antropomorfismo, isto é atribuição de
características humanas a seres que não são humanos.
DEUS
É UM SER TRIÚNO
Existe uma
essência Divina de ser que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito
Santo. Deus é uma trindade, três em um. Na primeira parte do século IV quando o
arianismo ameaçava dominar o setor religioso, um jovem teólogo, Atanásio,
formulou uma declaração que foi incorporada no credo Nicenos. Dizia: "Nós
adoramos um Deus na trindade e trindade em união, não confundindo as pessoas
nem dividindo a substância". Esta afirmação é notória e profunda, mas
clara e simples. A noção ariana fazia do Pai, o supremo Deus e do Filho apenas
um ser divino, mas subordinado. De acordo com ÁRIUS, o Filho era semelhante,
mas não da mesma substância do Pai.
A noção
Sabeliana é que Deus é uma pessoa, que se manifesta certas vezes como o Pai, às
vezes como o Filho e ainda outras vezes como o Espírito Santo. Mas tal noção
faria com que Ele deixasse de existir como Pai quando manifestado como Filho.
Se Deus
fosse um ser físico existindo como uma trindade, Ele estaria em três partes, e
se estas partes fossem pessoas, cada pessoa seria apenas parte de Deus. Mas
como espírito, Ele é três pessoas mas uma só substância e cada pessoa é em si o
todo de Deus. Concernente ao Filho, (Colossenses 02:09) lemos que “nEle habitou corporalmente toda a plenitude da divindade”.
(Colossenses 01:15) “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a
criação”; E também Ele é chamado a imagem do Deus invisível
em Deus não é três pessoas no mesmo sentido que um pai, mãe e filho são três
pessoas de uma só família.
Deus tem
três modos de ser, três centros de consciência pessoal. Essencialmente Ele é
um, mas relativamente Ele é três pessoas. E nestas relações, Ele existe como o
Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Doutor Strong resume o fato da seguinte
maneira: Na questão da fonte, origem e autoridade, Ele é Pai: Na questão de
expressão, meio e revelação, Ele é Filho. E na questão de compreensão,
realização e concepção, Ele é Espírito. O Doutor Strong em quatro pensamentos
faz um resumo da diferença entre o trabalho do Filho e do Espírito Santo.
1. O semear
parece ser obra de Cristo, e a ceifa é obra do Espírito Santo.
2. Cristo é
o órgão de revelação exterior, o Espírito Santo é o órgão de revelação
interior.
3. Cristo é
nosso advogado no céu, o Espírito Santo, advogado na alma.
4. Na obra
de Cristo somos passivos, mas na obra do Espírito Santo somos ativos.
A
TRINDADE - DOUTRINA REVELADA
Do mesmo
modo que sem a Bíblia o homem jamais descobriria o único Deus verdadeiro, ele
jamais poderia descobrir sem a Bíblia a trindade da Divindade. A razão humana é
incapaz de descobrir o mistério da trindade, e também não há provas racionais
da existência da mesma.
Diz-se que
em certa ocasião, Daniel Webster e um amigo escutaram um sermão sobre a
Trindade. Ao voltarem da igreja, o amigo disse que tal doutrina era uma
impossibilidade matemática. Daniel Webster respondeu: "De acordo com a
matemática da terra, sim, mas eu nada sei da matemática celeste"!
A Bíblia nos
dá a matemática celestial, e com ela tentaremos provar a Trindade de Deus.
1. Nós temos
a Trindade no plural dos nomes de Deus. O primeiro nome de Deus que encontramos
na Bíblia está no plural: (Gênesis 01:01) "No
princípio criou (singular) Deus (Eloim, plural) os céus e a terra".
O substantivo plural com o verbo no singular mostra a Trindade trabalhando em
união. Charles Smith diz que a Bíblia começa com uma falsificação e que este
versículo deve ser lido: "No princípio criou Os Deuses..." Errado,
pois o verbo no singular mostra a obra de Um só, mas o substantivo revela três
pessoas em uma só essência divina. Encontra-se o nome plural de Deus com maior frequência
nas Escrituras que a forma singular.
2. Nós temos
a Trindade nas expressões plurais usadas por Deus quando fala de Si mesmo: "Façamos o homem". Gênesis 01:26; "Desçamos e confundamos". Gênesis 11:07,
etc.
3. A
Trindade foi mostrada no batismo de Jesus. O Filho encarnado sendo batizado; O
Pai manifesto em voz alta e o Espírito Santo na forma de uma pomba. Mateus 03:16-17.
4. Temos
ainda a Trindade na fórmula batismal em Mateus 28:19. As Escrituras não dizem:
"batizando-os nos nomes (plural) do Pai e do Filho e do Espírito
Santo". Do mesmo modo não encontramos o equivalente do plural, pois não
lemos: "no nome do Pai, e no nome do Filho, e no nome do Espírito".
Ao mesmo tempo as Escrituras não nos dão a idéia de que os três nomes são
somente diferentes designações de um mesmo ser, como teríamos se as Escrituras
dissessem: "No nome do Pai, Filho e Espírito". As Escrituras dizem:
"Batizando-os no nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".
A
TRINDADE REFLETIDA NA CRIAÇÃO
Enquanto que
na criação não achamos coisa alguma que explique ou justifique a Trindade de
Deus, a trindade explica a criação. Esta criação é um tri-universo, uma criação
três em um. Um dos grandes livros de nosso tempo é o livro de Nathan R. Wood
intitulado: "O Segredo do Universo". Neste livro o autor mostra o que
o universo é, como é, porque foi criado por um Deus triúno. Primeiramente ele
demonstra que o universo físico ou exterior é uma trindade. Os elementos
básicos são: espaço, matéria e tempo, três modos de existência e, como Deus,
cada parte é um todo do todo. E cada uma destas partes básicas são triúnas. O
espaço tem três dimensões: comprimento, largura e altura. Cada um é o todo do
espaço, mas ao mesmo tempo ainda existem três dimensões. A matéria é composta
de três elementos: energia, movimento, e fenômeno; três modos de existência
distintos, mas um só e cada modo é um inteiro do todo. Como universo de tempo
temos uma trindade absoluta: passado, presente e futuro; cada qual distinto mas
ainda cada um compõe o todo. Todo o tempo é ou tem sido futuro; o futuro inclui
todo tempo. Todo tempo é ou tem sido ou será presente. E todo tempo é ou será
passado.
Em seguida,
o autor toma a alma ou o que ele chama de universo interior, e mostra que a
alma do homem é triúna, isto é, tem três modos de existir. Ele chama-os de:
natureza, pessoa, personalidade; distintos mas cada um permanece sendo o todo
da alma. Podemos dizer, trindade absoluta e também unidade absoluta. Aqui, o
autor mostra que o homem como alma reflete o Deus triúno de uma maneira que a
criação física jamais poderá. Ele faz de Deus a chave que destranca o universo.
Num tipo de resumo ele diz: "A estrutura do universo, a natureza de
espaço, da matéria, do tempo e da vida humana, atestam a Trindade. Eles
refletem a Trindade. Eles exigem a Trindade. A Trindade os explica".
A diferença
entre Einstein, com sua teoria da relatividade (argumentada pela sugestão duma
quarta dimensão) e Wood é a diferença entre a aproximação ateísta e cristã ao
segredo do universo.
Pense Nisso,
pois servimos a um Deus Trí-Único;
O Senhor te abençoe e te
guarde;
O Senhor faça
resplandecer o seu rosto sobre ti,
E tenha misericórdia de ti;
O Senhor levante sobre
ti o seu rosto, e te dê a paz.
Do seu Irmão e Amigo,
Samuel.
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