Estudo bíblico - A Existência de Deus
Domingo 29 de Julho De 2012
A EXISTÊNCIA DE DEUS
O
fato da existência de Deus é tanto do ponto de partida bíblico quanto lógico
para um estudo sistemático da doutrina bíblica. É do ponto de partida das
Escrituras que o primeiro versículo da Bíblia informa-nos disso. É da parte
lógica o fato da existência de Deus ser subjacente a todas as outras doutrinas
Bíblicas. Sem a existência de Deus, todas as outras doutrinas da Bíblia seriam
sem sentido.
John
Gill, em seu "Corpo Da Divindade" (p. 1) observa com muita
propriedade: "Eu devo começar com o Ser de Deus e provas e evidências
disso; que é o fundamento de toda religião, pois se não há Deus, a religião é
uma coisa vã e não importa o que nós acreditamos, nem o que fazemos, uma vez
que não há um Ser Superior a quem devamos prestar contas de fé ou prática.”
Em
comentando sobre o primeiro versículo de Gênesis, o professor Herbert W.
Morris, em "A Ciência e a Bíblia" (p. 25) diz: "Assim se abre o
livro de Deus com o anúncio de uma verdade que nenhum processo de raciocínio
poderia ter alcançado, e uma declaração de fato que nenhuma filosofia jamais
poderia ter revelado. Nada pode exceder a grandeza do pensamento, nada supera a
adequação das palavras, como uma introdução ao livro Sagrado. Olhando para trás
toda a gama de resíduos de todas as eras passadas, esta frase da sublimidade
divina, como um arco mágico, está no fechamento de fronteiras da eternidade
passada, além dele são o silêncio e a escuridão da noite eterna; dele é a fonte
das epocas e cenas e acontecimentos de todo o tempo ".
I. A EXISTÊNCIA DE DEUS ESTÁ ASSUMIDA NA BÍBLIA.
A
Bíblia inicia por assumir e declarar a existência de Deus, sem cometimento para
prová-la. Isto é um fato digno de nota. Ao comentá-lo, diz J. M. Pendleton em
"Doutrinas Cristãs": “Moisés, sob inspiração divina, têve, sem
dúvida, as melhores razões para o curso que ele tomou.” O autor crê que há três
boas razões pelas atitudes adotadas por Moisés, a saber:
1. ISRAEL, EM CUJO BENEFÍCIO MOISÉS ESCREVEU PRIMARIAMENTE,
JÁ CRIA EM DEUS
Daí,
o propósito de Moisés, que foi mais prático que teológico, não exigiu uma
discussão de provas da existência de Deus.
2.
AS EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS SÃO VISÍVEIS E
VIGOROSAS
Assim,
foi desnecessário, mesmo para a raça humana como um todo, que um discurso
prático tratasse das evidências da existência de Deus. Mas o nosso estudo é
teológico bem como prático; logo, é-nos oportuno notar estas evidências
visíveis e vigorosas.
"Alguns,
porque o ser de Deus é o primeiro princípio, que não deve ser contestado, e
porque não há uma proposição auto-evidente a ser refutada; têm pensado que não
deve ser admitido como uma questão de debate; mas uma vez que essa é a malícia
de Satanás, como sugerir o contrário para as mentes dos homens, e tal a
fraqueza de alguns bons homens a serem perseguidos e angustiados diante das
dúvidas sobre isso, às vezes, não pode ser impróprio para procurar fortalecer
nossas mentes com razões e argumentos contra essas sugestões" (Corpo da
Divindade - Gill, p. 1).
Essas
evidências nos vêm da:
(1) Criação Inanimada
A.
A matéria não é eterna e, portanto deve ser criada.
George
McCready Price, autor de "Fundamentos da Geologia" e outros livros
científicos, diz: "Os fatos da radioatividade proíbem muito positivamente
a eternidade passada da matéria. Daí, a conclusão é silogística: a matéria deve
ter se originado em algum tempo no passado..." (Q. E. D., pág. 30). O
Professor Edward Clodd diz que "tudo aponta para uma duração finita da
criação atual" (História da Criação, pág. 137). "Que a forma presente
do universo não é eterna no passado, mas começou a ser, não somente a
observação pessoal mas seu testemunho da geologia nos assegura isso"
(Strong, Teologia Sistemática, pág. 40).
B.
A matéria deve ter sido criada por outro processo que não os naturais; logo, a
evidência de um criador pessoal.
Diz
o Prof. Price.: "Há uma ambigüidade de evidência. Tanto quanto a ciência
moderna pode lançar luz sobre a questão, deve ter havido uma criação real dos
materiais pelo qual se compõe o nosso mundo, uma criação inteiramente
diferente, tanto em qualidade como em grau, de algum processo contínuo".
(Q. E. D. pág. 25). A origem das coisas não se pode computar sobre uma base
naturalística. Buscando assim, Darwin foi obrigado a dizer: "Estou num
lamaçal desesperado." Seria sensato acreditar que os livros são escritos
pelas forças residentes no alfabeto e pela operação das leis da ortografia e
gramática como acreditar que o universo foi criado por forças residentes em
matéria e da operação da lei natural. "Assim, as investigações da ciência
moderna, em qualquer ponto do início do horizonte, converge e se une na grande
e fundamental verdade, de que “NO PRINCÍPIO CRIOU DEUS OS CÉUS E A TERRA”
(Herbert W. Morris, Ciência e Bíblia, p. 30).
“Cada
pessoa pensativa acredita em uma série de causas e efeitos na natureza, cada
efeito tornando-se a causa de outro efeito. Agora, a aceitação disso como um
fato logicamente nos obriga a admitir que deve haver um começo para qualquer
série, ou seja, nunca poderia ter havido primeiro o efeito se não houvesse a
Causa primária. Esta primeira Causa para mim é deidade, e porque eu não posso
dizer onde a Primeira Causa surgiu não há razão suficiente para negar que Ele
existe, senão assim também poderia negar a existência do efeito milionésimo,
que, por causa do argumento, pode acontecer de ser deste mundo. Veja bem, se eu
admitir uma causa como nunca tendo existido, eu sou obrigado, eventualmente,
por indução a chegar à primeira causa”(R.A.L, em um folheto, “A Razão do Por
que” , Irmãos Loizeaux, Edições).
(2) Criação Animada
A.
A Matéria Viva não pode provir da não-viva.
Escrevendo
no "London Times", disse Lord Kelvin: "Há quarenta anos
perguntei a Liebig, andando nalgum lugar pelo campo, se ele acreditava que o
capim e as flores que víamos ao nosso redor cresciam por meras forças químicas".
Ele respondeu: "Não mais do que eu podia crer que um livro de botânica que
as descrevesse pudesse crescer por meras forças químicas". Numa preleção
perante o Instituto Real de Londres, Tyndall afirmou candidamente os resultados
de oito meses de árduas experiências como segue: "Do princípio ao fim do
inquérito não há, como visto, uma sombra de evidência a favor da doutrina de
geração espontânea ... Na mais baixa como na mais elevada das criaturas
organizadas o método da natureza é: que a vida será o produto de uma vida
antecedente". O Professor Conn diz: "Não há a mais leve evidência de
que a matéria viva possa surgir da matéria morta. A geração espontânea está
universalmente vencida" (Evolução de Hoje, pág. 26). E o Sr. Huxley foi
forçado a admitir: "A doutrina que a vida somente pode vir da vida está
vitoriosa em toda a linha" (O Outro Lado da Evolução, pág. 25).
B.
Desde que a matéria não é eterna, a vida física, que envolve a matéria viva,
não pode ser eterna.
O
fato de a matéria não ser eterna proíbe a suposição que a vida física é o
resultado de uma série infinita de gerações. E desde que, como vimos, a matéria
não pode provir da não-viva, somos forçados a aceitar o fato de um criador
pessoal, não-material. Que este é um fato que nem mesmo a teoria da evolução
pode eliminar adequadamente foi francamente declarado por este consciecioso
evolucuionista Professor Drummond, que dsse: “Em vez de abolir o lado criativo
a evolução demanda por isso. Em vez de se opor à Criação, todas as teorias
começam por assumi-la" (A Ascensão do Homem).
(3) Ordem, Desígnio e Adaptação no Universo,
Nós
vemos a ordem maravilhosa no sistema planetário, onde se encontram "não os
resultados desconectados e chocantes de azar", sob o qual teria pelo menos
" mil chances contra a conveniência e segurança para uma em seu
favor," mas sim "nós encontramos o sistema como ele existe - livre de
todas esses perigos e inconveniências," com todos "os planetas se
deslocando em órbitas que garantem a segurança perfeita para todos e as maiores
vantagens para cada um." Isto tem sido provocada “pela forma mais uniforme
e matematicamente exato ajuste de número, peso e medida em todas as partes,
apresentando a evidência mais convincente de que o todo é o trabalho de uma
Mente Onipotente e Compreensiva" (Morris, da Ciência e da Bíblia, p. 309,
312).
A
importancia total do exposto só pode ser apreciada quando levamos em
consideração a atração mútua de todos os planetas e seus satélites, através da
qual os planos equatorais são transferidos, os pólos norte são feitos para
vagar,eixos de rotação, as velocidades orbitais alterados, e os planetas são
puxados para fora do elipse plano, caso contrário, eles segueriam. Nosso
sistema solar está arranjado de tal forma que estas perturbações são
oscilatórias ou cíclicas. "Agora tudo isto, como Laplace e Lagrange têm
demonstrado, é assegurado por três ajustes específicos e distintos, a saber, os
movimentos dos planetas, sendo na mesma direção, suas órbitas serem de pequena
excentricidade, e essas serem ligeiramente inclinadas para o outro"
(Morris, Ciência e a Bíblia, p. 317). A este pode ser adicionado outros três
ajustes, a saber, a imensa força gravitacional do sol, a grande distância entre
os planetas, e o fato de que dois planetas não ficam em oposição (formam uma linha
com o sol no mesmo lado do sol), na mesmo lugar de sua órbita por vez. “Nós
ainda assim vemos que a eliptica está em contante mudança na forma elíptica;
que a órbita da terra oscila para cima e para baixo; que o pólo norte
firmemente tranforma seu dedo indicador sob um mostrador que marca 26,000 anos;
que a terra precisamente está solta no espaço, que gentilmente acena para a
atração do sol, da lua e planetas. Assim, as mudanças estão ocorrendo, que
acabaria totalmente invertendo a ordem da natureza. Mas cada uma dessas
variações tem seus limites além dos quais ele não pode passar.” (Steele, Nova
Astronomia descritiva. p. 112). “Quem pode contemplar essa prova da beleza e da
perfeição do sistema planetário, e não curva em reverência e adoração diante do
Arquiteto Onisciente do Céu, dizendo: Grandes e maravilhosas as tuas obras de
arte, Senhor Deus Todo-Poderoso, Tu és maravilhoso em conselho e excelente no
trabalho”. (Morris, ibid, p.317)
Vemos
o modelo maravilhoso no qual a terra foi posta na distância exata para receber
o sol, sob todas as circunstâncias que predominam, o benigno benefício de
receber os raios vivificadores e não ser queimado pelo calor inimaginável.
Esta
distância vantajosa da terra do sol é vista como extremamente notável, ao
refletirmos sobre o fato de que ela seja mantida, porque é aqui que a força
atrativa da gravidade é exatamente empatada pela força antagônica do impulso
centrífugo da terra. A força atrativa da gravidade entre a terra e o sol é
dependente do tamanho e densidade (que determinam as "massas") de
ambos, a terra e o sol, juntamente com a distância entre a terra e o sol. A
força centrífuga da terra depende da massa da terra, sua velocidade de
movimento em que giram em torno do sol, e sua distância do sol. Mude a massa de
uma terra ou o sol materialmente, ou alterar a velocidade da terra
materialmente, e da distância da terra do sol seria substancialmente alterado
automaticamente. "A distância de um planeta do sol, outras coisas sendo
iguais, determina a quantidade de luz e calor. Se, portanto, a terra e os seus
ocupantes, como agora constituída, foram colocados mais perto do sol, ou muito
longe dele, a mudança seria atendida com conseqüências fatais. Se fosse
transferido, por exemplo, mover-se na órbita de Mercúrio, nossa luz e calor
seria aumentada sete vezes, e o esplendor do brilho do sol iria extinguir a
nossa visão, e a intensidade de seus raios secariam rapidamente todos os
fluídos em nossos corpos. Por outro lado, fosse a terra levada a girar na
órbita distante de Saturno, nossa luz e calor seriam apenas parte de um
nonagésimo do que nós apreciamos agora, e os raios fracos e dispersos do sol
dificilmente nos permitiria distingui-lo de uma estrela, ou melhor, antes que
pudesse lançar a ponto de fazer tal observação, o frio imensurável nos
transformaria em uma pedra de gelo. Vemos, então, que o nosso globo pode ter
sido movido uma centena de diferentes distâncias muito perto do sol, e em mil
outras distâncias muito longe dele, para ser uma morada adequada para os seus habitantes
presentes. Mas vamos encontrá-lo colocado em uma órbita onde a temperatura está
exatamente adaptada à constituição corporal e o grau de luz preciso aos órgãos
visuais, dos seus inquilinos viventes. Para quem, então, devemos atribuir essa
coincidência extraordinária, esta adaptação feliz e universal? Ao acaso? ou
para a previsão da Mente Infinita? "(Morris, Ciência e a Bíblia, p. 282).
Observamos
a adaptação surpreendente na aptidão das coisas que foram previstas para o
homem. Leva o ar que respiramos e apenas um dos inúmeros exemplos. A atmosfera
é composta de aproximadamente 21 partes de oxigênio e setenta e oito partes de
nitrogênio. (A outra parte é composta de dióxido de carbono, hidrogênio,
argônio, hélio, neônio, criptônio e xenônio, misturado com uma quantidade
variável de vapor de água, poeira e matéria orgânica). Essas proporções de
oxigênio e nitrogênio são exatamente aqueles que mais se adequa às necessidades
do homem. Se a quantidade de nitrogênio foram significativamente aumentada, todas
as funções do corpo humano seria realizada com tanta dificuldade e dor a ser
interposto, eventualmente, a uma paralisação. Se a proporção do oxigênio fosse
aumentado consideravelmente, todos os processos da vida iriam se acelerar a um
ritmo febril que os corpos de todos os homens e os animais em breve seriam
queimados. Algumas outras proporções desses gases seriam transformados pelo
calor para venenos mortais. De fato, fora uma centena de proporções possíveis
de oxigênio e nitrogênio, temos a única perfeitamente adaptada às necessidades
do homem e animais.
Não
é inoportuno salientar ainda as disposições que foram feitas para manter as
proporções, em circunstâncias normais, sem variação perceptível. Quando os
homens e os animais respiram tomam grande parte do oxigênio do ar e devolvem o
nitrogênio. Além disso, a pequena quantidade de oxigênio que é exalada por
homens e animais é combinado com carbono para formar o dióxido de carbono, que
é imprópria para a respiração. Muito dióxido de carbono também são despejadas
na atmosfera pelos processos de combustão e decomposição. Mas o equilíbrio é
mantido. O nitrogênio é mais leve que o ar. Conseqüentemente, quando ele é
exalado, ele sobe; para nunca mais voltar até que ele seja mais uma vez
misturado com a proporção adequada de oxigênio. O dióxido de carbono é mais
pesado que o ar e, portanto, se estabelece, de modo a tornar-se disponível para
a vegetação, o que retira o carbono para sustentar seu crescimento e retorna a
maior parte do oxigênio no ar. Também as folhas das plantas, sob a influência
da luz do sol, libertam um suprimento extra de oxigênio. Assim, por um sistema
bem ajustado de compensação, o ar que respiramos é mantido adequado para
sustentar a vida. Não há explicação natural deste, já que o nitrogênio e oxigênio
na atmosfera não entram em um composto, mas continuam livres.
Tudo
isso evidencia um Criador Inteligente. É suficiente para convencer a todos,
exceto aqueles que são deliberadamente cegos. Poderíamos, assim acreditar que é
só por acidente que os rios nos países civilizados sempre correm pelas cidades
quanto de acreditar que a ordem universal, desígnio, e adaptação manifestos no
universo são produtos de um concurso fortuito de átomos.
(4) A Consciência Humana
Para
fins práticos, a consciência pode ser definida como a faculdade ou poder humano
de aprovar ou condenar suas ações numa base moral. O apóstolo Paulo, um dos
maiores eruditos do seu tempo, afirmou que os pagãos, que não tinham ouvido de
Deus ou de Sua lei, mostravam "a obra da lei escrita em seus corações,
testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer
acusando-os, quer defendendo-os" (Romanos 2:15). Paulo assim afirmou de
homens que não aprenderam de um padrão moral autorizado tinham um senso comum
do certo e do errado. Eruditos modernos nos dizem que os povos mais
rudimentares da terra têm consciência.
Não
se pode dizer, portanto, que o homem tem consciência por causa dos ensinos
morais que ele recebeu. Não se pode duvidar que a instrução moral aguça a
consciência e faz sua sensibilidade mais pungente; mas a presença da
consciência no pagão ignorante mostra que a educação moral não produz
consciência.
A
consciência, então, nos informa da existência da lei. A existência da lei
implica a existência de um legislador; logo a consciência humana atesta o fato
da existência de Deus.
(5) A Bíblia
A
referência aqui não é o testemunho da Bíblia sobre a existência de Deus. É
ilógico dar autoridade Bíblica como prova da existência de Deus, porque a
autoridade Bíblica implica a existência de Deus. Tal conduta inicia o
questionamento. Mas a referência é a -
A. A natureza do conteúdo da Bíblia
Bem
falado foi que a Bíblia é um livro que o homem não o podia ter escrito, se o
quisesse, como não o teria escrito, se pudesse. Ela revela verdades que o
homem, deixado a si mesmo nunca poderia ter descoberto. Uma discussão mais
ampla deste fato virá no próximo capítulo. E, se o homem pudesse, por que
escreveria ele um livro que o condena como criatura pecaminosa, falida,
rebelde, merecendo a ira de Deus? É da natureza humana condenar-se assim a si
mesmo?
B. A profecia cumprida
O
cumprimento minucioso de dezenas de profecias do Velho Testamento está
arquivado no Novo Testamento, o qual traz a evidência interna de uma história
verossímil. O cumprimento da profecia evidencia um Ser Supremo que inspirou a
profecia.
C. A Vida de Jesus
Aceitando
o testemunho do Evangelho como possuindo as credenciais de uma história
verossímil, vemos em Jesus uma vida singular. Nem a hereditariedade, nem o
ambiente, as duas forças naturais na formação do caráter, podem dar conta de
Sua vida. Assim temos evidência de um Ser Divino que habitou Jesus.
D. A Ressurreição de Jesus
A
ressurreição de Jesus, como um fato sobrenatural e bem atestado mostra que Ele
era divino. Temos assim subsequente evidência de que há um ser divino.
Prova
da ressurreição de Jesus. Depois de ouvir uma conversação num trem entre dois
homens que discutiam a possibilidade de ser enganado sobre a ressurreição de
Jesus, W. E. Fendley, advogado de Mississippi, escreveu um artigo que foi
publicado no "Western Recorder" de 9 de dezembro de 1920. Ele abordou
a matéria como advogado e deu as três seguintes razões para negar a
plausibilidade da sugestão que o corpo de Jesus foi roubado: (1) "Não era
ocasião oportuna para roubar o corpo". O fato que três festas judaicas
ocorreram no tempo da crucificação certifica que as ruas de Jerusalém estariam
cheias de gente. Por essa razão o Sr. Fendley diz que não era boa ocasião para
roubar-se o corpo. (2) "Havia cinco leis com pena de morte ligadas ao
roubo do corpo e nenhuma delas foi imposta ou executada". As penalidades
são dadas como sendo: primeira, por permitir que o selo fosse rompido; segunda,
por quebrar o selo; terceira, por roubar o corpo; quarta, por permitir roubar o
corpo; quinta, por dormir quando em serviço. (3) "Nego outra vez o alegado
sobre o fundamento de testemunho premeditado e não premeditado." E então
ele mostra como os soldados vieram do sepulcro e disseram que um anjo os
enxotara de lá e que, quando peitados pelos fariseus, disseram que o corpo de
Jesus fora roubado enquanto eles, soldados, dormiram.
O
Sr. Fendley prossegue dando cinco pontos dos quais as pessoas devem acreditar
para crer no relatório dos soldados, que são:
(1)
"Devem crer que sessenta e quatro soldados romanos sob pena de morte dormiram
todos de uma vez". (2) "Devem aceitar o testemunho dos
dorminhocos". (3) "Devem crer que os discípulos, que estavam tão
medrosos, todos de uma vez se tornaram tremendamente ousados". (4)
"Outra vez, devem crer que os ladrões tiveram bastante tempo de dobrar as
roupas mortuárias e colocá-las ordenadamente ao lado". (5) "Também
devem crer que esses discípulos arriscariam suas vidas por um impostor defunto,
quando o não fizeram por um Salvador vivo".
3. O FATO DA EXISTÊNCIA DE DEUS É ACEITO QUASE UNIVERSALMENTE
Isto
se dá como a terceira razão que justifica o curso seguido por Moisés em assumir
e declarar o fato da existência de Deus sem oferecer quaisquer provas. A
aceitação universal pode ser ainda uma maior evidencia da existência de Deus.
Os raros que negam a existência de Deus são insignificantes. "As tribos
mais baixas tem consciência, temem a morte, crêem em feiticeiras, propiciam ou
afugentam maus destinos. Mesmo o fetichista, que a uma pedra ou a uma árvore
chama de um deus, mostra que já tem a idéia de Deus" (Strong, Teologia
Sistemática, pág. 31). "A existência de Deus e a vida futura são em toda a
parte reconhecidas na África" (Livingstone). O grande Plutarco resumiu
tudo na seguinte citação famosa dele: "Se você passar por cima da terra,
você pode encontrar cidades sem muralhas, letras, reis, casas, riqueza e
dinheiro, desprovido de teatros e escolas, mas uma cidade sem templos e deuses,
e onde não há uso de orações, juramentos e oráculos, nem sacrifícios para obter
o bem ou evitar o mal, ninguém nunca viu.” Cícero diz bastante verdadeiramente:
"O consentimento de todas as nações em algo é tido como a lei da
natureza", e ele se refere às noções sobre Deus, como implantados e inata.
Os
homens sentem instintivamente a existência de Deus. Por que, então, alguns a
negam? É por causa de falta de evidência? Não, é somente por não lhes agradar
este sentimento. Ele os perturba na sua vida pecaminosa. Portanto, conjuram
argumentos que erradiquem o pensamento de Deus de suas mentes. Todo ateu e
agnóstico lutam, principalmente para convencer-se. Quando eles apresentam os
seus argumentos a outrem, é em parte por um desejo de prová-los e em parte em
defesa própria, nunca por um sentimento que suas idéias podem ser de qualquer
auxílio a outros.
Um
ateu é um homem que, por amor ao pecado, entremeteu-se na sua mente e a trouxe
a uma condição de guerra com o seu coração em que a mente assalta o coração e
tenta arrebatar dele o sentimento de Deus. O coração contra-ataca e compele a
mente a reter o pensamento de Deus. Neste prélio a mente, portanto, está
constantemente procurando argumentos para usar como munição. Ao passo que
descobre esses argumentos, desfere-os contra o coração com o mais alto barulho
possível. Isto é porque o ateu gosta de expor seu pensamento. Está em guerra
consigo mesmo e ela lhe dá confiança quando ele ouve seus canhões roncarem.
Há
muitas evidências de que a mente do ateu nunca é totalmente vitoriosa sobre o
seu coração. "O número de ateus verdadeiramente especulativos foram muito
poucos, se algum; alguns têm afirmado corajosamente sua descrença de Deus, mas
é uma questão de saber se os seus corações e bocas concordaram, pelo menos eles
não foram capazes de manter sua incredulidade longa sem algumas dúvidas e
medos" (Gill, Corpo da Divindade, p. 3). Shelley, que foi expulso de
Oxford por ter escrito um panfleto sobre a "Necessidade do Ateísmo",
tinha prazer em pensar de um “belo espírito intelectual permeando o
universo." Voltaire diz-se que orou numa tempestade alpina e, ao morrer,
disse: "Ó Deus, se existe um Deus - tenha piedade de mim?" Portanto
podemos concluir com Calvino: "Aqueles que justamente julgam sempre
concordam que há um sentimento indelével da divindade gravado sobre as mentes
dos homens." Não há nenhuma explicação racional dessa "lei da
natureza", exceto na hipótese de que Deus existe.
Antes
de passar adiante, presume-se bem notar as fontes desta crença quase universal
na existência de Deus. Há duas fontes desta crença; a saber:
(1) A Tradição.
Cronologicamente,
nossa crença em Deus vem da tradição. Recebemos nossas primeiras idéias de Deus
de nossos pais. Não há dúvida que isto tem sido verdade de cada sucessiva
geração desde o princípio. Mas não basta a tradição para dar conta da aceitação
quase universal do fato da existência de Deus. O fato que somente uns poucos
repelem esta aceitação (é duvidoso que alguém sempre a rejeite completamente)
mostra que há uma confirmação íntima na crença tradicional da existência de
Deus. Isto aponta-nos à segunda fonte desta crença, que é:
(2) Intuição.
Logicamente,
nossa crença em Deus vem da intuição. Intuição é a percepção imediata da
verdade sem um processo cônscio de arrazoamento. Um fato ou verdade assim
percebidos chama-se uma intuição. Intuições são "primeiras verdades",
sem as quais seria impossível todo pensamento refletivo. Nossas mentes são
constituídas de tal modo a envolverem estas "verdades primárias" logo
que se apresentem as devidas ocasiões.
A.
Prova que a crença quase universal em Deus procede logicamente da intuição e
não da razão.
(a)
A grande maioria dos homens nunca tentou raciocinar ao fundo do fato da
existência de Deus, nem são capazes de tal raciocínio que serviria para lhes
fortificar a crença na existência de Deus.
(b)
A força da crença dos homens na existência de Deus não existe em proporção ao
desenvolvimento das faculdades raciocinantes, como seria o caso se essa crença
fosse primariamente o resultado de raciocínio.
(c)
A razão não pode demonstrar cabalmente o fato da existência de Deus. Em todo o
nosso raciocínio sobre a existência de Deus devemos começar com admissões
intuitivas que não podemos demonstrar. Assim, quando os homens aceitam o fato
da existência de Deus, aceitam mais do que a exata razão que os levaria a
aceitarem.
B. A existência de Deus como "Verdade Primária".
(a)
Definição. "Uma verdade primária é um conhecimento que, conquanto
desenvolvido em ocasiões de observação e reflexão, delas não se deriva - um
conhecimento, pelo contrário, que tem tal prioridade lógica que deve ser
assumido ou suposto para se fazer qualquer observação e reflexões possíveis.
Tais verdades não são, portanto, reconhecidas como primeiras em ordem de tempo;
algumas delas assentam depois com um maior crescimento da mente; pela grande
maioria dos homens elas nunca são conscienciosamente formuladas de modo algum.
Contudo, elas constituem a presunção necessária sobre a qual descansa todo
conhecimento, e a mente não tem nem a capacidade inata de envolvê-las logo que
se apresentem as devidas ocasiões, mas o reconhecimento delas é inevitável logo
que a mente principia a dar a si mesma conta de seu próprio conhecimento"
(Strong, Teologia Sistemática, pág. 30).
(b)
Prova. "Os processos do pensamento reflexivo implicam que o universo está
fundado na razão e é a expressão dela" (Harris, Filosofia Básica do
Teísmo). "A indução descansa sobre a presunção, como ela exige para seu
fundamento, que existe uma divindade pessoal e pensante ... Ela não tem sentido
ou valia a menos que assumamos que o universo está constituído de tal modo que
pressuponha um Originador absoluto e incondicional de suas forças e leis ...
Analisamos os diversos processos do conhecimento nos seus dados pressupostos
adjacentes e achamos que o dado que se pressupõe a todos eles é o de uma
inteligência auto-existente" (Porter, Intelecto Humano). "A razão
pensa em Deus como existente e ela não seria razão se não pensasse em Deus como
existente" (Dorner, Glaubenslehre). É por esta razão que Deus disse na Sua
Palavra: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus." (Salmo 14:1).
Só um tolo negará a existência de Deus. Alguns tolos são iletrados; alguns são
educados; mas, não obstante, são tolos, porque não tem conhecimento ou ao menos
não reconhecem nem mesmo o Princípio da Sabedoria, o Temor do Senhor. Veja
Provérbios 1:7.
II. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É DEMONSTRÁVEL MATEMATICAMENTE,
CONTUDO, É MAIS CERTA DO QUE QUALQUER CONCLUSÃO DA RAZÃO.
1. A EXISTÊNCIA DE DEUS NÃO É DEMONSTRÁVEL MATEMATICAMENTE.
A
respeito de todos os argumentos a favor do fato da existência de Deus, diz
Strong: "Estes argumentos são prováveis, não demonstráveis" (Teologia
Sistemática, pág. 39). Lemos outra vez: "Nem pretendi que a existência,
ainda a deste Ser, pode ser demonstrada como demonstramos as verdades abstratas
da ciência" (Diman, Argumento Teístico, pág. 363). Strong cita Andrew
Fuller como questionando "se a argumentação a favor da existência de Deus
não tem mais cépticos do que crentes"; e então acrescenta: "Tanto
quanto isto é verdade, é devido a uma saciedade de argumentos e à noção
exagerada do que se pode esperar deles" (Teologia Sistemática, pág. 40).
2. A EXISTÊNCIA DE DEUS, CONTUDO, É MAIS CERTA DO QUE QUALQUER
CONCLUSÃO DA RAZÃO.
Deixe
o estudante ler novamente as citações dadas para mostrar que a existência de
Deus é uma "verdade primária", uma verdade que está assumida por
todos no processo da razão, "Aquele que nega a existência de Deus deve
assumir, tacitamente, essa existência no seu próprio argumento, por empregar
processos lógicos cuja validade descansa sobre o ato da existência de Deus"
(Strong, Teologia Sistemática, pág. 33). É uma verdade axiomática que aquilo
que é o fundamento de toda a razão é mais certo do que qualquer conclusão da
razão. "Não podemos provar que Deus é, mas podemos mostrar que, em face de
qualquer conhecimento, pensamento, razão do homem, deve o homem assumir que
Deus É" (Strong, Teologia Sistemática, pág. 34).
Descartes
(1596-1650) que distinguiu-se em física e revolucionou o estudo da geometria e
da filosofia, talvez nunca tenha sido superado na sua declaração do caso da existência
de Deus. Em seu Discurso do Método, ele escreveu o seguinte: "Finalmente,
se ainda houver pessoas que não estão suficientemente convencidas da existência
de Deus e da alma, pelas razões que apresentou, eu estou desejoso que eles
deveriam saber que todas as outras proposições, a verdade da qual eles se
consideram talvez mais seguros, como temos um corpo, e que existem estrelas e
uma terra, e como tal, são menos certas, porque, embora tenhamos uma certeza
moral destas coisas, que é tão forte que há uma aparência de extravagância em
duvidar de sua existência, mas, ao mesmo tempo, ninguém, a menos que seu
intelecto esteja prejudicada, pode negar, quando a questão diz respeito a uma
certeza metafísica, que há razões suficientes para excluir toda a garantia, na
observação de que durante o sono que podemos do mesmo modo nos imaginar
possuidores de um outro corpo e que vemos outros astros e outra terra, quando
não há nada do tipo. Pois como sabemos que os pensamentos que ocorrem no sonho
são falsos e não as coisas que experimentamos quando acordados, já que o
primeiro muitas vezes não são menos vivas e distintas do que o segundo? E
embora os homens de grande gênio estudem esta questão como desejam, eu não
acredito que eles serão capazes de dar qualquer razão que pode ser suficiente
para eliminar esta dúvida, a menos que elas pressuponham a existência de Deus.
Porque, em primeiro lugar, até mesmo o princípio que já tomei como regra, que
todas as coisas que nós concebemos clara e distintamente são verdadeiras, é
certo apenas porque Deus é ou existe, e porque Ele é um Ser Perfeito, e porque
tudo o que possuímos é derivado dEle, donde resulta nossas idéias ou noções,
que, na medida da sua clareza e distinção são reais, e procedem de Deus, deve,
nessa medida, ser verdadeiro . . . Mas se não soubéssemos que tudo o que
possuímos de real e verdadeiro procede de um ser perfeito e infinito, contudo
nossas idéias devem ser claras e distintas, não deveríamos ter nenhum
fundamento que representem a garantia de que eles possuíam a perfeição de ser
verdade." "As pessoas mais irracionais do mundo são aquelas que no
sentido estreito dependem unicamente da razão" (Strong). "A crença em
Deus não é a conclusão de uma demonstração, mas a solução de um problema"
(Strong); e esse problema é o problema da origem do universo. "O universo,
como um grande fato, requer uma explanação racional e ... e a explanação mais
racional que se pode possivelmente dar é essa fornecida na concepção de um tal
Ser (como Deus). Nesta conclusão a razão descansa e recusa-se a descansar em
qualquer outra" (Diman, Argumento do Teísmo). "Chegamos a uma crença
científica na existência de Deus tanto como a qualquer outra verdade humana
possível. Nós a assumimos como uma hipótese absolutamente necessária para dar
conta do fenômeno do universo; então evidência de todos os cantos começa a
convergir sobre ela, até que, no processo do tempo, o senso comum da
humanidade, cultivado e iluminado pelo conhecimento sempre crescente,
pronuncia-se sobre a validade da hipótese com uma voz escassamente menos
decidida e universal do que ele o faz no caso de nossas mais elevadas
convicções científicas" (Morell, Fragmentos Filosóficos). Logo, podemos
dizer: "Deus é o fato mais certo do conhecimento objetivo" (Bowne, Metafísica).
III. A EXISTÊNCIA DE DEUS, PORTANTO, PODE SER TOMADA POR CONCEDIDA
E PROCLAMADA OUSADAMENTE.
Os
fatos precitados deveriam fazer o pregador ousado na sua proclamação do fato da
existência de Deus, não temendo de proclamá-la confiadamente aos profanos.
Estamos sobre terreno seguro em proclamar esta verdade. Nenhum homem pode
logradamente contrariar nossa mensagem. Há vezes, talvez, quando o pregador no
púlpito deveria discutir as evidências da existência de Deus; todavia, como uma
coisa usual, ele deveria assumi-la e declará-la como Moisés fez. E quando ele
trata das evidências da existência de Deus, que ele não as sobrecarregue de
modo a deixar a impressão que a validade do fato da existência de Deus depende
de uma rigorosa demonstração racional.
Pense nisso!
Seja transformado por esse Deus maravilhoso, Invisivel mais Real;
O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti,
e
tenha misericórdia de ti;
O Senhor levante sobre
ti o seu rosto, e te dê a paz;
Do seu Irmão e Amigo,
Samuel.
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