Escola Bíblica Dominical - Deus, José e o impacto de sonhos realizados
Domingo 21 de outubro de 2012
Deus, José e o
impacto de sonhos realizados (Gênesis
37 a 50)
A história de José é uma das
mais instrutivas do Velho Testamento. Não é sem razão que o livro de Gênesis dá
mais espaço a vida de José do que a de qualquer outro personagem. Sua vida foi
tão significativa que ele foi incluído na galeria dos heróis da fé, mencionada
em Hebreus 11:22. Mas “o relato dos
sonhos, vindo logo no início, faz de Deus, não de José, o herói da história”
(Derek Kidner em Gênesis, Introdução e Comentário – Vida Nova), afinal, não há
quem controle os próprios sonhos.
Os capítulos anteriores de
Gênesis narram diversos fatos que nos levam a concluir que José vivia em um lar
desestruturado. A narrativa bíblica dá, ainda, a impressão de que Israel (Jacó)
nada aprendera com sua experiência anterior de favoritismo, tanto que Gênesis
37:03 diz: “Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho,
porque lhe havia nascido em sua velhice”. A vida de José, entretanto, vai
mostrar que nem tudo que uma pessoa recebe no lar, nem tudo que vê e ouve em
casa, precisa ter influência determinante em seus dias posteriores.
Na história narrada a partir do
capítulo 37, vemos que os irmãos de José o odiavam porque percebiam a preferência
do pai. O clima entre eles era tão ruim que o texto diz que “não conseguiam
falar com ele amigavelmente”. A situação já era complicada quando José teve
sonhos, e relatou-os, tanto aos seus irmãos, quanto ao seu pai. Isso só fez
aumentar o ódio de seus irmãos.
A ira dos irmãos os levou a
desejarem sua morte, e isso só não aconteceu por intervenção divina. Ruben, o
irmão mais velho, foi usado por Deus para livrar José (Gn 37:21). Ao invés de
matá-lo, resolveram vende-lo. Seus irmãos lhe arrancaram a túnica, marca da
preferência do pai, e o jogaram em um poço, que estava vazio (Gn 37:23).
O mal-intencionado plano dos
irmãos se concretizou quando eles se deparam com uma caravana de comerciantes
Ismaelitas, carregados de produtos, indo em direção ao Egito. Vinte peças de
prata para cá, José para lá, e lá se vai o “filhinho do papai”, que os irmãos
não toleravam mais ter por perto.
Assim como diz o Salmo 42:07: “um abismo chama outro abismo”, os irmãos de José
experimentam essa verdade. Para explicar ao pai a ausência do irmão, eles
inventam uma tragédia: matam um animal e molham a túnica de José no seu sangue,
desejando que Jacó concluísse que um animal selvagem havia atacado seu filho
amado (Gn 37:31-33). No fundo de seu coração carregado de maldade, os irmãos de
José pensam terem-se livrado dele. No entanto, como sabemos, o herói da
história é Deus, e nada pode sair do Seu controle.
Chegando ao Egito, José foi
vendido a um oficial do faraó e capitão da guarda. Na casa do influente e poderoso
Potifar, José teve a oportunidade de mostrar seu caráter, justificando por que
tinha sido escolhido por Deus, para dar continuidade à aliança firmada com
Abraão. Nesse tempo, José experimentou altos e baixos. Tempos de grande êxito,
e tempos de injustiça e frustrações.
José chegou à casa de Potifar
como um simples escravo e aos poucos foi dando evidências de honestidade,
responsabilidade e lealdade. No capítulo 39 lemos que quando Potifar percebeu
que o Senhor estava com José, e que tudo que José realizava prosperava, colocou-o
como administrador de todos os seus bens: “Potifar deixou a seu cuidado a sua
casa e lhe confiou tudo o que possuía” (Gn 39:04). O texto não deixa claro
a forma como Potifar reconheceu a causa da prosperidade de José.
Entretanto, não é difícil
concluir que deve ter sido em decorrência do testemunho do próprio José, que a todo
instante devia atribuir a Deus a razão de suas habilidades e de seu caráter.
Mas o texto diz que “José era atraente e de boa aparência” (Gn 39:06). E
essa descrição é a introdução da narrativa do episódio entre ele e a esposa do
seu patrão. José estava vivendo um tempo de ventos a favor. Sucesso, muito
sucesso. Mas não é justamente quando as coisas caminham bem que o inimigo fica de
olho, preparando ciladas para os filhos de Deus? A mulher de Potifar aguardou
um momento oportuno e atacou o homem a quem o seu marido havia confiado todas
as coisas. Resistir não deve ter sido fácil para José. Ele era jovem e
saudável, e estava na época em que o impulso sexual anda à flor da pele. E não
devemos nos esquecer que frequentemente, os tempos de sucesso tendem a produzir
orgulho, e a gerar uma baixa natural da guarda, tornando a pessoa vulnerável.
A mulher de Potifar mentiu ao
relatar o acontecido, e pressionou o marido a agir. A Bíblia Vida Nova sugere
que “se Potifar tivesse crido naquela história contada por sua mulher,
certamente teria executado a José”. Mas o respeito que José havia conquistado
perante Potifar certamente contribuiu para que houvesse um “abrandamento da
pena”. Acima de qualquer outro motivo, Deus estava cuidando e preservando a vida
de José. Como consequência, José vai para a prisão. E embora estivesse preso no
local em que eram postos os prisioneiros do rei (Gn 39:20), não devemos
imaginar que fosse um lugar de algum conforto, porque o Salmo 105:18,
mencionando José, informa: Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros
prenderam-lhe o pescoço”. Por mais de dois anos José permaneceu preso.
Quando o faraó tem sonhos que
não podem ser interpretados pelos magos do Egito (Gn 41:08), José é lembrado
pelo chefe dos copeiros, que sugere o seu nome como alguém capaz de ajudá-lo.
José não só interpreta os sonhos, mas como a graça de Deus era abundante sobre
a vida de José que ele foi capaz de apresentar um plano para salvar o Egito do
tempo de fome que estava por vir. O faraó fica tão encantado que entrega a José
o comando do seu palácio e determina que todo o povo se sujeite às suas ordens.
Ao ser vendido pelos irmãos,
injustiçado pela mulher de Potifar e esquecido na prisão, José tinha tudo para
ser um homem revoltado, amargurado e ressentido. Mas, como mostra a
continuidade do texto, José não permitiu que qualquer dessas coisas negativas e
destrutivas o afetasse. José podia agora, do alto de sua posição, vingar-se de
todos. Mas o jovem governador, de apenas 30 anos (Gn 41:46) escolheu usar o seu
poder para beneficiar não só a terra do Egito, mas todo o mundo.
Quando a fome alcançou a terra
onde vivia seu pai e seus irmãos, Jacó enviou seus filhos para buscarem alimento
no Egito. E embora José fosse o governador, tinha a responsabilidade pela venda
do trigo aos povos da terra (Gn 42:06). Que bela oportunidade para José pagar
os seus irmãos com a mesma moeda.
Afinal, agora eles dependiam de
José para sobreviver.
A princípio José não se dá a
conhecer a seus irmãos, e chega até mesmo a tratá-los com aspereza.
Entretanto, no coração de José
há amor e misericórdia, e ao ver seus irmãos prostrando-se diante dele, lembra-se
imediatamente dos sonhos que tivera (Gn 42:06-09). Ele testa seus irmãos de
todas as maneiras para ter certeza de que agora tinham uma nova atitude. No
segundo encontro com os irmãos, o choro compulsivo revela que seu coração já
não aguentava mais de tanta emoção, e ele dá-se a conhecer (Gn 45:02).
Impressiona a convicção que
José revela a respeito da soberania de Deus sobre aqueles que o temem.
São marcantes as palavras que
ele usa para consolar seus irmãos: “Assim, não foram vocês que me mandaram para
cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro de faraó, e me fez
administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito” (Gn 45:08). Não é
possível encontrar nessa fala de José qualquer princípio de rancor, mágoa ou
vontade de vingança. Com essa atitude José se tornou benção para seus irmãos,
seu pai, o povo de Israel e a história.
Perguntas para discussão em
grupo
1. Que problemas pode causar a
postura de predileção dos pais em relação aos filhos?
2. As influências recebidas na
casa dos pais determinarão, com certeza, o comportamento dos filhos, na vida
adulta? Você pode relatar um exemplo?
3. Que outros exemplos de ódio
e inveja encontramos na Bíblia? Em que eles resultaram?
4. A presença de Deus em nossa
vida é sempre certeza de tempos de vitória?
5. Podemos afirmar que José
prosperou na casa de Potifar por o Senhor estava com ele? E quando você
experimenta êxito e progresso, também costuma reconhecer que é por causa da
presença de Deus em sua vida?
6. É verdade que o sucesso na
vida tende a nos tornar autossuficientes? Quais são as consequências quando
isso acontece?
7. Você acredita que foi
colocado na posição onde se encontra, apenas para o seu benefício? De que forma
você pode abençoar outros com sua posição?
8. Há fatos em sua vida, que
dariam a você direito de vingança? Como servo de Deus, como você deve responder
a isso?
Perdoar... eu?
Objetivo: Estimular os membros
do grupo a perdoarem antigas ofensas e mágoas, como José.
Material necessário: Acessórios
de cabelo (chapéu, boné, borrachinha, presílias, tearas, fitas, gel, peruca),
de rosto (óculos de grau, óculos escuros, maquiagem, bigode, barba, cicatriz) e
de pescoço (gravata, chale, enxarpe) /ou/folhas A4 cortadas ao meio, pincéis
atômicos e fita crepe ou alfinetes.
Atividade: Coloque no centro da
sala os acessórios para rosto, cabelo e pescoço ou as folhas A4 partidas ao
meio, os pincéis atômicos e fita crepe ou alfinetes. Se você optar pelos
acessórios, peça para que se disfarcem o melhor possível, a ponto de ficarem
irreconhecíveis. Se optar pelas folhas de papel, peça para esceverem o nome de
uma profissão que considerem importante, a profissão dos sonhos e devem
prendê-la no peito, sobre a roupa, como se fosse um crachá gigante.
Quando estiverem todos prontos,
faça as seguintes colocações:
- Anos passaram e você mudou,
está diferente, irreconhecível para as pessoas do seu passado.
ou
- Anos passaram e você se
tornou o profissional que tanto queria ser, o melhor na área, importante, reconhecido
e até diferente na aparência e na postura.
- Uma pessoa do seu passado,
que muito lhe magoou, feriu, humilhou não o reconhece e pede sua ajuda para um
problema grave que está passando: perdeu o emprego e está passando fome, ele e
sua família.
Ele não sabe que você é um
cristão. Como você reagiria? O que faria por ele?
Dê um tempo para que todos
possam se expressar.
Em seguida, diga que alguém
viveu uma situação similar na Bíblia e então apresente um resumo das passagens
bíblicas abaixo, contando rapidamente o que acontecera a José.
Gen 37 – a maldade de seus
irmãos
Gen 39: 01-05 – José torna-se
Governador do Egito
Gen 42,43 – José reconhece seus
irmãos
Gen 45 – José os perdoa e pede
para virem morar com ele.
Perguntas para o grupo:
- Tem alguém ou alguma situação
na sua vida, que você constantemente lembra com dor, ira, revolta, tristeza...? Você já perdoou essa pessoa?
- Leia as passagens abaixo (ou
peça para os membros do grupo lerem):
(Salmos 86:05) “Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante
em benignidade para com todos os que te invocam”.
(Provérbios 17:09) “O que perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que
renova a questão, afastam amigos íntimos”.
(Miquéias 07:18) “Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e
que te esqueces da transgressão do resto da tua herança? O Senhor não retém a
sua ira para sempre, porque ele se deleita na benignidade”.
(Mateus 06:14,15) “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens,
tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas”.
(Efésios 04:32) “Antes sede bondosos
uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo”.
Peça aos membros do grupo
orarem sozinhos pedindo a Deus que lhes dê forças para perdoar e voltar a amar
como José o fez.
Pense nisso!
Do seu
Amigo, Irmão Samuel;
A graça do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,
E o amor de
Deus,
E as doces
comunhão e consolações do Espírito Santo,
Sejam com
todos vós,
Desde agora
e para todo Sempre,
Amém.
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