EBD - Os Dez Mandamentos
Domingo 18
de janeiro de 2013
Os Dez mandamentos
Êxodo 20:01-17
A Palavra “Lei” e os Seus
Múltiplos Significados
A palavra “lei”, com frequência é usada para descrever as diferentes
partes da revelação de Deus a respeito de si mesmo. Quando encontrarmos esta
palavra, é necessário discernirmos seu sentido específico e o contexto no qual
ela está sendo usada.
A palavra “lei” é muitas vezes utilizada para se referir ao Pentateuco
ou os primeiros cinco livros de Moisés (Lucas 24:27). Moisés numa maneira única
e singular recebeu e relatou a lei de Deus (João 01:17).
A “lei” às vezes parece ser uma referência a Bíblia toda (Salmo 01:01-02;
Salmo 19:07-10).
A palavra “lei” é muitas vezes utilizada para designar todo o sistema
cerimonial de adoração entregue à Israel. Isto incluiria o tabernáculo,
sacerdócio, ofertas, dias santos e as leis de dieta alimentar do Velho
Testamento (Hebreus 10:01; Hebreus 09:22).
As leis civis que Israel deveria obedecer são chamadas de “lei”. Êxodo
22- 24 nos dão um exemplo desta parte da lei.
A frase “lei moral” é muito usada para se referir aos padrões básicos de
certo e errado que permanecem até hoje. A lei cerimonial poderia ser
aniquilada, mas o dever de amar a Deus permanece sempre. Os Dez Mandamentos são
frequentemente citados como sendo a lei moral, embora alguns estudantes da
Bíblia discordem que o sábado seja incluído nesta classificação.
Um certo grau de conhecimento do certo e do errado foi implantado por
Deus na consciência humana (Romanos 02:14-15). Num sentido mais profundo, a lei
é escrita no coração daqueles que nascem de novo (Hebreus 08:10; Romanos 07:22).
Eles não somente tem um maior entendimento das exigências da lei como também
amam e desejam obedecer a seus preceitos.
I. As Implicações da Lei
A própria existência da lei abrange muito. Os homens raramente
consideram o quanto é comprovado justamente pela crença do certo e errado.
A. A crença na lei requer a crença em um legislador. Para ser
consistente o ateísta deveria privar-se de qualquer conceito de moral absoluta.
Se não há Deus não há nada de certo ou errado. Assassinato e caridade são meras
atividades diferentes.
B. As leis morais das Escrituras revelam o caráter santo de Deus. A lei
sempre reflete a natureza do legislador. Note a impureza das leis feitas por
homens ímpios ou atribuídas a falsos deuses.
As leis encontradas na Palavra de Deus são perfeitamente santas. O fato
do amor cumprir a lei revela a perfeição da natureza de Deus (Romanos 13:08; I
João 04:08). Considere que a Regra de Ouro é simplesmente uma declaração condensada
do nosso dever para com o próximo. Poderíamos conceber que nosso Senhor
permitiria o aborto, as jogatinas ou a impureza sexual como o fazem os nossos
modernos legisladores?
C. Se a lei de Deus é reconhecida, então Ele deve ser visto como nosso
soberano Criador. Quem, exceto o Todo-Poderoso, poderia ter autoridade para
declarar o que é certo ou errado? Os governos humanos somente têm
autoridade outorgada por Deus (Romanos 13:01). O governo Civil não tem
autoridade para ordenar a desobediência à Deus (Atos 05:29).
D. Uma vez admitida a existência do certo e errado a certeza do
julgamento fica estabelecida. As leis não são meras sugestões. Toda lei carrega
consigo a ameaça da penalidade para aqueles que a violam. O pecado é a
transgressão da lei de Deus (I João 03:04) e traz consigo uma horrenda
condenação (Romanos 06:23).
E. A existência da lei de Deus prova a Sua natureza infinita. A lei de
Deus revelada nas Escrituras e em nossas próprias consciências revela as más
ações, palavras e pensamentos. Somente um Deus Onisciente poderia fazer leis
que responsabilizam as palavras e segredos de pensamento dos homens e dos
anjos. Somente um Deus Todo-Poderoso poderia trazer cada ofensor à julgamento.
Pelo fato dEle ser Onipresente ninguém pode escapar do Seu julgamento (Salmo
139; Atos 17:31).
Esta discussão poderia ser grandemente estendida, mas isto é o
suficiente para provar a completa tolice do ateísmo ou o perigo da adoração dos
falsos deuses. Fazer isso é negar e corromper a lei que governa os
homens.
II. Os Atributos da Lei de Deus
Muitos códigos de lei têm sido promulgados pelo homem para governar a
sociedade. Entretanto, há coisas que podem ser ditas a respeito da lei de Deus
que não podem ser ditas a respeito das leis dos homens.
A. Pureza Perfeita – As imperfeições e limitações dos homens são
refletidas nas suas próprias leis. O único sistema de leis perfeitamente santo
é o de Deus (Salmo 19:08).
B. Espiritual – As leis dos homens controlam a conduta e, de uma forma,
as palavras da sociedade. Só a lei de Deus é que julga o coração. Que governo
humano poderia fazer do Sermão do Monte parte do seu sistema legal (Note Mateus
05:28; 43-44). Entretanto, este sermão expõe a verdadeira espiritualidade da
lei de Deus.
C. Abrangência – Os governos humanos estão sempre fazendo novas leis
para cobrir situações não previstas. A lei de Deus não precisa de adendos. Ela
cobre cada dever do homem em seus princípios e preceitos (Salmo 119:96).
D. Unidade – Alguém pode quebrar a lei dos homens e ainda ser obediente
em outras áreas. Este não é o caso da lei de Deus (Tiago 02:10). Isto ocorre
porque o amor é o fundamento de tudo (Romanos 13:08-10). Pecar em qualquer área
é falhar em amar, que é o fundamento da lei de Deus como um todo.
III. A Natureza do Decálogo
Os dez mandamentos são mencionados com frequência como sendo o
“Decálogo” ou dez palavras. A fim de entendermos os Dez Mandamentos nós
precisamos considerar vários aspectos:
A. O decálogo está dividido em duas partes. Os primeiros quatro
mandamentos tratam dos nossos deveres para com Deus (Êxodo 20:01-11). Eles são
resumidos nas Escrituras pelo primeiro grande mandamento (Mateus 22:35-38). Os
seis mandamentos restantes tratam dos nossos deveres para com os homens. Eles
são resumidos no segundo grande mandamento. Isto prova a doutrina de Paulo em
Romanos 13:08-10.
B. Cada um dos Dez Mandamentos somente apontam para o dever principal de
uma série de deveres. Esta forma de representar o “todo” através do “singular” é chamada de “Sinédoque”.
Vamos tomar por exemplo a ordem “não matarás” que nos proíbe de ferir ou mesmo
de desejar ferir nosso próximo de alguma maneira (I João 03:15; Mateus 05:21-22).
De fato o dever oposto está também incluído e subentendido. A ordem de “não roubarás”
inclui o dever de proteger a propriedade do nosso próximo de prejuízo ou perda
quando está em nosso poder fazê-lo (Êxodo 23:04).
C. As leis de Deus proíbem aquilo que incite ou dê ocasião ao pecado
(Compare Êxodo 20:14 com I Coríntios 07:1-2).
IV. O Propósito da Lei
A lei nunca foi dada para salvar a alma. Qual é então o seu propósito?
A. A lei nos dá uma revelação maravilhosa da santidade, poder e grandeza
de Deus.
B. A lei é usada para revelar ao homem seu estado de pecador e a
necessidade de Cristo (Romanos 03:19-20; Romanos 07:09). Aqueles que se medem
pelo padrão perfeito de Deus, podem ver o quanto caíram. Tais pessoas
compreendem a necessidade de receber a justiça perfeita, que lhes é imputada
pela fé em Cristo. Certos pregadores do passado se referem à lei como a agulha
que abre o caminho para a linha do evangelho. Como um arado, ela quebra a
justiça própria do coração do homem, para que a semente do evangelho possa ser
plantada.
C. A lei determina a regra da conduta Cristã. Os santos não estão
debaixo da lei como um meio de obter justificação diante de Deus (Romanos 10:04)
ainda que ela revele para eles o que Deus requer de suas vidas (Efésios 06:01-03;
I João 05:21 etc.).
D. A lei julgará o homem no último dia. Mesmo aqueles que nunca viram a
Bíblia, muitas vezes revelam nos julgamentos que fazem de outros a extensão
pela qual a lei de Deus é revelada em seus corações (Romanos 02:14-15).
V. Jesus Cristo e a Lei
A. O Senhor Jesus como nosso representante nasceu sob a lei e
perfeitamente cumpriu cada um de seus preceitos (Gálatas 04:04; Mateus 03:17;
Mateus 05:17).
B. Quando Jesus Cristo morreu na cruz, Ele estava sofrendo pelos pecados
do Seu povo. Ele pagou a dívida daqueles que quebraram a lei de Deus (Romanos 06:23).
C. Aqueles que crêem em Cristo têm Sua justiça imputada sobre eles
(Romanos 03:20-22; II Coríntios 05:21; Filipenses 03:09). Sendo assim,
eles estão livres da condenação da lei e permanecem justificados aos olhos de
Deus.
Pense nisso!
Do seu
Amigo, Irmão Samuel;
A graça do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,
E o amor de
Deus,
E as doces
comunhão e consolações do Espírito Santo,
Sejam com
todos vós,
E com todo
povo de Deus espalhados sobre a terra,
Desde agora
e para todo Sempre,
Amém.
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