Estudo Bíblico - Nas Mãos do criador
Domingo 24 de fevereiro de 2013
Nas Mãos do criador
Como
é possível Deus ter determinado o destino final das pessoas segundo a sua
vontade, se são muitos os que entram pela porta larga? Ora, se a vontade
expressa de Deus é que ninguém pereça e que muitos venham ao conhecimento da
verdade, como conciliar a parábola dos dois caminhos com a idéia de que o
destino final das pessoas é segundo a vontade de Deus?
Uma Lição
na Casa do Oleiro
“A PALAVRA do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo:
Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E
desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas,
como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a
fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer” ( Jeremias
18:01 -04).
Após escutar a voz de Deus, Jeremias
desceu à casa do oleiro e passou a observar o oleiro trabalhando o barro.
O
profeta observou que o oleiro em questão fazia a sua obra sobre as rodas.
Perceba que o ato de trabalhar o barro até formar os vasos é uma obra
específica do oleiro. Em determinado momento, o vaso que estava sendo moldado
quebrou-se, e o oleiro tornou a fazer do vaso quebrado outro vaso. Tudo que foi
realizado pelo oleiro era conforme o seu parecer.
De
tudo que o profeta Jeremias observou podemos destacar o seguinte:
·
A matéria prima que o oleiro utiliza sobre as rodas
é o barro;
·
O produto final da obra do oleiro é o vaso;
·
Quando um vaso, que esta sendo moldado, se quebra o
oleiro pode utilizar a mesma massa, porém, o resultado final é outro vaso;
·
O oleiro tem autonomia para fazer o vaso segundo o
seu parecer.
O Profeta Isaias complementa o exposto
por Jeremias: "Ai daquele que contende
com o seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro
ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?" ( Isaias 45:09 ).
·
Para os que contendem com o Criador não há
salvação;
·
A obra soberana de Deus é formar vasos a partir do
barro;
·
O caco de barro que contende com o Oleiro Eterno
questiona as ações como se as mãos do Criador não pudessem salvar.
Após
o profeta observar o oleiro exercendo o seu ofício, Deus falou com Jeremias:
“Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o SENHOR.
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de
Israel”
( Jeremias 18:06 -07)
( Jeremias 18:06 -07)
A palavra de Deus teve inicio com uma
pergunta: “Não
poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?”. A pergunta é respondida com um sonoro ‘Sim’! Assim como
o barro inerte depende do oleiro para tomar forma, o povo de Israel precisava
descansar (confiar) nas mãos do Oleiro Eterno, que tem poder para fazer
novamente todas as coisas.
Para
os calvinistas a soberania de Deus se estabelece quando Deus salva ou condena o
homem, porém, o que se depreende da palavra de Deus anunciada pelo profeta Jeremias é que a soberania de Deus é
exercida na criação do homem.
O
apóstolo Paulo ciente desta verdade escreveu aos cristãos em Roma e alertou
aqueles que achavam que a palavra de Deus havia falhado para com o povo de
Israel ( Romanos 09:06 ).
Princípios
“Ou não tem o oleiro poder sobre o
barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” ( Romanos 09:21
)
Para
rebater os judeus contradizentes e enfatizar que a palavra de Deus não falhou (
Romanos 09:06 ), o apóstolo Paulo ao escrever aos cristãos em Roma introduziu
as mesmas figuras que Deus apresentou ao profeta Jeremias: o oleiro, o barro e
o vaso.
É assente entre os cristãos que Deus é o
oleiro, visto que, através de algumas referências bíblicas é possível aos
leitores das Escrituras chegarem a esta conclusão "Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o
nosso oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos" ( Isaias 64:08 ).
Seguindo o exposto no versículo anterior
é fácil concluir que os homens são ‘feitos’ a partir do barro. Não importa se
salvos ou não, todos os homens são provenientes do ‘barro’, como é demonstrado
no Gênesis ( Genesis 02:70 ). Do mesmo modo que se conclui que todos os homens
são vasos ‘confeccionados’ (formados) a partir do barro, conclui-se também que
todos os homens (salvos e perdidos) são obras da mão de Deus “... da mesma massa fazer um
vaso para honra e outro para desonra?” (
Romanos 09:21 ).
O
apóstolo Paulo apresenta duas categoriais de vasos: vasos para honra e vasos
para desonra. Daí surgem outras perguntas: Quem são os vasos para honra e os
vasos para desonra? Quando são ‘modelados’? No que diferem os vasos para honra
dos vasos para desonra?
Analisemos
a argumentação paulina:
·
Deus é o oleiro – “... não tem o oleiro poder sobre o barro...?” – a figura do oleiro foi utilizada por
vários escritores do Antigo Testamento e Paulo utilizou a mesma figura de modo
singular, visto que é da alçada de quem exerce o ofício de oleiro modelar o
barro segundo a sua livre vontade, decisão e agência;
·
Deus é Todo Poder – “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro...?” – é incontestável o poder
criativo de Deus. Ele é todo poder (soberano) "Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que
edificou todas as coisas é Deus" (
Hebreus 03:04 ). Soberanamente Deus cria (forma) os homens tendo por matéria
prima o barro;
·
O Oleiro e o barro -
Deus exerce o seu poder sobre o barro, ou seja, o poder do Oleiro
Eterno é exercido especificamente sobre o barro, diferente da idéia difundida
de que o poder de Deus ou a sua soberania é a imposição da sua vontade sobre
alguns vasos. O ‘barro’ é a matéria prima onde o ‘oleiro’ exerce
soberanamente o seu oficio. O comparativo estabelecido por Paulo demonstra que
Deus exerce o seu eterno poder criativo (soberania) sobre o barro (massa), para
trazer a existência os homens (vasos) “... ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso...”. Este verso demonstra que Deus exerce poder quanto
à criação dos homens (poder sobre o barro para fazer vasos), porém, como é
próprio à sua santidade, Deus a ninguém oprime, ou seja, Ele não exerce o seu
poder criativo com o fito de obrigar as suas criaturas (vasos) a submeterem-se
ao seu senhorio. O oleiro não exerce o seu poder sobre os vasos, antes
o seu poder é exercido sobre o barro, podendo fazê-los (criar) conforme o
estabelecido pelo seu propósito eterno: vasos para honra e vasos para desonra.
·
O homem é feito do barro - “Ou não tem o oleiro poder
sobre o barro...?” –
utilizaremos Isaias 64: 08 para compreender melhor a atuação de Deus sobre o
barro. Em Isaias 64:05 , o profeta indaga sobre como é possível ao homem
alcançar salvação; no verso 6 ele demonstra que todos os homens são comparados
ao que é imundo; os atos de justiça dos homens são comparáveis a trapos de
imundície; todos os homens estão sujeitos a morte (folha que cai) devido ao
pecado (salário do pecado). Devido à condição da humanidade não há quem esteja
vivo (acordado), que invoque a Deus e detenha a sua ira; Porém, mesmo diante
deste quadro horrível, o profeta clama a Deus invocando-o como Pai, pois ele
sabia que, para ser salvo é necessário a filiação divina, e este milagre só é
operado por Deus quando o homem reconhece a sua condição de miséria herdada de
Adão e descansa (fé) em Deus. A massa (barro) utilizada para fazer os vasos
para honra e desonra é a mesma. Isaias profetizou neste texto, por figura, a
idéia da doutrina do novo nascimento;
·
A massa utilizada é única – “... para da mesma massa...” - a matéria prima utilizada para moldar os
vasos para honra e desonra é a mesma: o barro! Da mesma massa Deus faz vasos
para honra e desonra. Como isto é possível? Os homens (vasos para desonra) são
gerados através da semente corruptível de Adão (barro), e por serem gerados de
novo através da semente incorruptível, que é a palavra de Deus (evangelho),
Deus usa a mesma ‘massa’ para fazer vasos para honra em Cristo.
Através
da análise anterior foi possível determinar que:
·
Deus é o oleiro;
·
Os homens são vasos (para honra ou desonra);
·
Ambos os vasos são feitos de uma mesma massa: o
barro;
·
Deus exerce o seu poder sobre o barro para fazer
vasos (homens), diferente da idéia de que Deus exerce poder sobre os vasos;
Obs.: o senhorio do pecado ou da obediência sobre os homens vincula-se
respectivamente a Adão e Cristo, visto que, a quem o homem se oferecer por
servo para obedecer, será servo de quem obedecer: ou do pecado ou da obediência
( Romanos 06:16 );
·
Adão vendeu-se ao pecado, e com ele todos os seus
descendentes (humanidade).
Honra
Resta determinar quem são os vasos para
honra. Ora, o apóstolo Paulo demonstra que ‘nós’, ou seja, os cristãos (aqueles
que são chamados através do evangelho dentre judeus e gentios) são os vasos de
honra “... a fim de que também desse a conhecer as
riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para a glória já dantes
preparou, os quais somos nós...” ( Romanos
09:23 -24).
“Vasos
de misericórdia” é o mesmo que “vasos de honra”, de acordo com o que se
depreende da argumentação paulina. Todos que crêem em Cristo, conforme diz as Escrituras, são vasos para honra, visto
que, em Cristo todos são feitos participantes da natureza divina, contados como
filhos de Deus.
Os
vasos para honra são os cristãos. Todos os que creram foram de novo modelados
(criados) segundo o evangelho que é poder de Deus ( João 01:12 -13; Romanos 01:16
). Deixam a condição de filhos da ira para serem vasos de misericórdia.
Deixaram a condição de pecado proveniente da desobediência de Adão, e passaram
a condição de filhos de Deus proveniente da obediência do último Adão (Cristo).
Desonra
Ora, se os vasos para honra são
provenientes da obediência do último Adão, que é Cristo, segue-se que os vasos
para desonra são provenientes da desobediência do primeiro Adão. Todos os
homens sem Cristo são vasos para desonra,
visto que são nascidos segundo a vontade do varão, da vontade da carne e do
sangue, e por isso todos os homens nascem sob o senhorio (jugo) do pecado ( João
01:13 –13). Em Adão os vasos para desonra são ‘criados’.
Ora,
o poder de Deus trás à existência tanto os ‘vasos’ para desonra quanto os
‘vasos para honra. O barro utilizado para fazer os vasos para a honra e desonra
é o mesmo. Porém, não podemos esquecer que, primeiro são feitos os vasos para
desonra, para depois vir à existência os vasos para honra ( 1ª Coríntios 15:46
-48). Primeiro o homem natural, depois o espiritual.
Através
da análise anterior chega-se a conclusão que:
·
Todos os homens são vasos;
·
Os homens sem Cristo são vasos para desonra;
·
Os que crêem em Cristo são vasos para honra;
·
Os ‘vasos’ para desonra passam somente uma vez pela
‘olaria’ de Deus, e isto se dá quando do nascimento natural; já os vasos para
honra passam pela segunda vez na mão do Oleiro, visto que, é necessário que o
vaso para desonra seja quebrado, e novamente modelado, ou seja, o homem
necessita nascer de novo para ser feito vaso para honra.
O Barro nas Mãos do
Oleiro e a Teologia da Reforma
A
teologia reformada ou calvinista considera que o homem sem Deus é semelhante a
uma porção de barro, desprovido de vida e de poder.
Com base nos versos analisados
anteriormente, podemos demonstrar que o homem sem Deus não é uma porção de
barro, antes é um vaso “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a
conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” ( Romanos 09:22
).
O Oleiro Eterno exerceu o seu ofício
quando criou o primeiro homem a partir do pó da terra, utilizando o barro como
massa “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra...” ( Genesis 02:07 ), porém, esta obra não
parou, visto que, ao conceder aos homens a dádiva de trazerem a existência os
seus semelhantes, Deus continua a exercer o ofício de oleiro.
A bíblia demonstra que o caminho dos
ventos e a formação da criança no útero da mãe é obra exclusiva d’Ele “Deus os abençoou e lhes disse:
Frutificai e multiplicai-vos...” (
Genesis 01:28 ). Porém, devemos lembrar que, foi Adão quem gerou filhos segundo
a sua espécie, e não Deus. Deus gera filhos para si através da sua palavra, e
Adão segundo a carne. A carne gera homens carnais e o Espírito gera homens
espirituais ( João 03:06 ). Para o homem nascer de Deus é necessário nascer da
água, ou seja, da palavra de Deus ( João 03:05 ).
Nicodemos ficou perplexo diante do
ensinamento de Jesus e perguntou: “Como pode ser isso?” (
João 03:04 ). Jesus respondeu com uma citação de Eclesiastes: “Assim como não sabes qual o
caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida,
também não sabes as obras de Deus, que faz todas as
coisas” ( Ecresiastes
11:05 ).
Ora,
todos os homens descendem de Adão, e, portanto, são obras da mão de Deus. Todos
os homens passaram pela olaria de Deus na condição de barro e foram modelados
assumindo a condição de vasos.
Porém,
por causa da queda de Adão, todos os vasos (descendentes de Adão) que são
moldados são vasos para desonra. São destituídos da vida que há em Deus.
(Sobre
a origem da parte imaterial do homem será feito uma exposição em outra ocasião)
Outra afirmativa dos reformadores dá
conta que não há diferença intrínseca entre os eleitos de Deus e os não
eleitos. Ambos são feitos do mesmo barro. Concordo com este posicionamento, de
que não há diferença entre salvo e perdidos quanto à substância da qual foram
formados: ambos são formados do barro “Ou não tem o oleiro poder
sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra, e outro para desonra?” ( Romanos 09:21 ).
No
entanto, vale salientar que, como não há diferença intrínseca entre os salvos e
os não salvos, é possível demonstrar uma falha na declaração de que o homem sem
Deus é uma porção de barro. Ora, tanto os salvos quanto os não salvos são
feitos e uma mesma massa, porém, após saírem da olaria de Deus são vasos. Os
vasos para honra, embora feitos da mesma massa utilizada para fazer os vasos de
ira, foram refeitos participantes da vida que há em Deus, enquanto os vasos
para desonra, aqueles que permanecem na condição oriunda do primeiro
nascimento, permanecem divorciados da vida que há em Deus.
A
idéia calvinista também dá conta que o destino final dos homens é decidido
(soberanamente) por Deus, porém, o que se depreende das figuras do oleiro, do
barro e do vaso não coaduna com este posicionamento.
Observe que soberanamente Deus disse: “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (
Genesis 01:26 ), e, segundo o que propôs na eternidade, o Oleiro Eterno formou
o homem do pó da terra.Quem era Adão para se queixar do Criador? Ora, acaso a
coisa formada poderia queixar-se do Criador, dizendo: “Por que me fizeste
assim?” Não! Embora alguém possa questionar a soberania de Deus, o homem na
condição de vaso jamais poderia fazê-lo, pois o Oleiro é detentor de todo
poder.
O
que se observa na leitura do Gênesis, Jeremias e Romanos é que o poder de Deus
e a sua soberania se estabelecem sobre o barro, ou seja, quando Ele cria o
homem. A soberania de Deus não se dá sobre os vasos, visto que, Adão como vaso
perfeito, recém saído da olaria de Deus, rebelou-se contra o Criador. De vaso
para honra Adão passou a condição de vaso para desonra. De filho de Deus passou
a condição de filho da desobediência. De agradável a Deus passou à condição de
filho da ira.
Ora,
se a soberania de Deus se dá sobre os vasos, como dizem os calvinistas, era da
vontade de Deus a queda de Adão? Adão não conseguiu resistir à sugestão da
serpente ou a queda foi da vontade de Deus? Se um calvinista responder que Adão
não conseguiu resistir à vontade da serpente, conclui-se que a soberania de
Deus não engessa a vontade do homem. Se responder que a vontade de Deus não era
a queda de Adão, como ele conseguiu resistir à vontade de Deus?
O que se verifica nos textos que fazem
referência ao poder e soberania de Deus é que ambos, poder e soberania, se
demonstram quando o Oleiro Eterno trabalha o barro, e não quando os vasos estão
formados “...
tornou a fazer dele outro vaso,conforme o que pareceu bem
aos olhos do oleiro fazer” (
Jeremias 18:04 ).
Todos os homens são obras das mãos de
Deus, visto que ele os faz conforme o que parece bem aos seus olhos: vasos para
honra e vasos para desonra "Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o nosso
oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos" (
Isaias 64:08 ).
Paulo destaca que Deus tem poder sobre o
barro para fazer vasos conforme bem parece aos seus olhos “Ou não tem o oleiro poder
sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para
desonra?” ( Romanos 09:21
).Observe que o poder do Oleiro se manifesta sobre a massa para tão somente
fazer vasos, ou seja, em momento algum temos a idéia de que Deus intervém ou
influência o destino final dos vasos.
O
que determinou o destino dos vasos para desonra foi a desobediência de Adão e
não Deus, como dizem os seguidores da reforma.
Através
de Adão Deus faz do barro vasos para desonra, e através do último Adão, que é
Cristo, Deus faz vasos para honra. A desobediência de Adão fez surgir os vasos
para desonra, e a obediência de Cristo os vasos para honra. Ora, o que se
percebe é que Deus não decidiu o destino da humanidade, antes todos os homens
podem decidir-se por Cristo para se verem livres da condenação estabelecida em
Adão.
Como
é possível Deus ter determinado o destino final das pessoas segundo a sua
vontade, se são muitos os que entram pela porta larga? Ora, se a vontade
expressa de Deus é que ninguém pereça e que muitos venham ao conhecimento da
verdade, como conciliar a parábola dos dois caminhos com a idéia de que o
destino final das pessoas é segundo a vontade de Deus?
Jesus
demonstrou que são muitos os que entram pela porta larga e seguem o caminho que
conduz à perdição ( Mateus 07:13 ), porém, o apóstolo Paulo demonstra que a
vontade de Deus é que nenhum homem se perca, antes que todos venham ao
conhecimento da verdade ( 1ª Timóteo 02:04 ).
Ora,
se são muitos os que seguem pelo caminho de perdição, isto demonstra claramente
que Deus não impõe a sua vontade sobre os homens, pois ela é clara: Ele deseja
que todos venham ao conhecimento da verdade. Embora soberano, Ele não é
ditador, visto que não oprime as suas criaturas para que façam ou se submetam a
sua vontade.
Como é possível Deus decidir o destino
final dos homens se a desobediência de Adão deu origem à porta larga por onde
todos os homens entram? Como é possível Deus estipular o destino final das
pessoas se elas entraram pelo caminho que as
conduz à perdição? É Deus que conduz os homens à perdição ou à salvação, ou é o
caminho que trilham que os conduz? “Entrai pela porta estreita. Pois larga é a porta, e espaçoso o
caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mateus 07:13 ).
Jesus
demonstrou que é o caminho em que os homens estão que os conduz à perdição ou à
salvação. Embora muitos homens não desejem conscientemente a perdição, esta
vontade não muda e nem influência o destinou final deles. Caso continuem sem se
decidirem pelo caminho estreito, seguirão inexoravelmente para a perdição.
Sabemos
que a porta estreita é Cristo e que Ele é o caminho que conduz os homens a
Deus. Também sabemos que Adão é a porta larga, por onde os homens entram ao
nascer, e que a porta larga dá acesso ao caminho largo que conduz à perdição.
Para
os calvinistas, Deus molda os vasos segundo o seu propósito e consentimento. É
o que denominam de eleição incondicional, ou seja, para eles Deus decidiu
unilateralmente onde cada um dos homens passará a eternidade. O que se observa
através da leitura da bíblia é que o pensamento que teve origem na reforma não
é conforme a verdade do evangelho!
Pense
Nisso!
A graça do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,
E o amor de
Deus,
E as doces
comunhão e consolações do Espírito Santo,
Sejam com
todos vós,
E com todo
povo de Deus espalhados sobre a face da terra,
Desde agora
e para todo Sempre,
Amém.
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