Escola Bíblica- O Verdadeiro Sentido da Páscoa (Pêssach) - Domingo 22 de Março de 2015
Domingo 22 de Março de 2015
O Verdadeiro
Sentido da Páscoa (Pêssach)
Páscoa é a festa que marca o
início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras
festas na Bíblia. Páscoa (Pêssarr, em hebraico) significa literalmente
“passagem” (pois o Senhor “passou” sobre as casas dos filhos de Israel, poupando-os.
Ex 12:27). É uma FESTA instituída por D-us como um memorial para que os filhos
de Israel jamais se esquecessem que foram escravos no Egito, e que o próprio
D-us os libertou com mão poderosa, trazendo juízo sobre os deuses do Egito e
sobre Faraó. (Ex 12). Páscoa fala de memória, de identidade. O povo de ISRAEL
foi liberto do Egito para poder servir a D-us e ser luz para as nações. Páscoa
é uma FESTA instituída para que jamais ISRAEL se esquecesse quem foi, quem é e
o que deve ser. Da mesma forma, todos os que são discípulos do Mashiach
são co-herdeiros e co-participantes das promessas e das alianças dadas por D-us
a Israel, pois através do Evangelho foram enxertados em ISRAEL e são parte do
mesmo corpo (judeus e não-judeus), a Família de D-us (Ef 3:6). Daí, conforme o
ensino apostólico em I Co 5:8, os discípulos de Yeshua não-judeus podem e devem
também celebrar este memorial. O simbolismo da Páscoa é parte da mensagem no
Novo Testamento, e toda a obra da Cruz se baseia no evento da Páscoa Judaica. Yeshua
não apenas é morto em Páscoa, mas ele simboliza o próprio CORDEIRO pascal (I Co
5:8), que TIRA o pecado do mundo (Jo 1:29) e cujo sangue nos liberta, nos
resgata da escravidão do pecado e nos SELA como Seus filhos. Nele
(Yeshua), somos feitos NOVAS CRIATURAS sem o fermento da malícia e da maldade.
Como podemos ver, não se pode entender a obra da cruz sem o conhecimento dessa
que é a mais simbólica das Festas de D-us. Páscoa fala de nossa LIBERTAÇÃO para
servirmos a D-us.
Representação de um Sêder (jantar) de Pêssach dos dias de Yeshua
Como os antigos judeus
comemoravam esta data?
Segundo Ex capítulo 12, Páscoa deveria ser celebrada com um jantar familiar, onde um Cordeiro seria assado e comido por todos. O jantar também deveria ter o pão asmo ou sem fermento (matzá, em hebraico) e ervas amargas. O pão sem fermento nos ajuda a lembrar que na noite da Páscoa no Egito, comemos às pressas e o pão não teve tempo de fermentar. As ervas amargas nos lembram de como nossa vida era amarga quando éramos escravos de Faraó. Por volta do ano 550 a.C., os judeus criaram uma seqüência para o jantar (chamada de Hagadá), que incluía o RELATO do Êxodo, os 4 cálices de vinho e o Charosset (pasta doce). A intenção do mandamento (Ex 12:26) é que TODOS os membros da família participem das narrativas e da liturgia, e que a festa seja uma ferramenta DIDÁTICA para se ensinar às crianças sobre como o Senhor nos libertou com mão forte do Egito. Yeshua, quando celebrou seu último jantar de Páscoa com os discípulos, seguiu exatamente a tradição judaica vigente em sua época e até os dias de hoje. Ele utilizou quase todos os elementos e a seqüência que temos hoje nos lares judaicos. Não apenas isso, mas ele utilizou parte da tradição criada no séc VI a.C. para institucionalizar a Santa Ceia (um Kidush com simbolismo mais rico).
Existem adereços especiais que
nos ajudam a ver como a Páscoa era comemorada?
A forma como desde o século VI a.C. os judeus celebram a Festa de Páscoa é praticamente a mesma de hoje. Na mesa temos um prato especial chamado “Keará”. Nele dispomos os elementos do jantar: Beitsá (um ovo cozido que representa a oferta de Páscoa feita no Templo – Chaguigá), o Zerôa (um osso de cordeiro que representa o Cordeiro Pascal – nos lares judaicos tradicionais não se come cordeiro em luto à destruição do Templo), as ERVAS Amargas (Karpás: batada cozida ou cebola – que representa o duro trabalho dos hebreus no Egito; o Marôr: gengibre; e o Chazêret: salsão), e o Charôsset (uma pasta doce que se assemelha a um barro – lembrando do barro que os filhos de Israel amassavam no Egito para fazerem tijolos). Além dos elementos do PRATO KEARÁ, temos também TRÊS pães ásmos e 5 cálices de vinho – cada um com um simbolismo diferente.
O Keará (prato de Pêssach) com os elementos do Jantar
Como as famílias devem hoje
celebrar esta data?
Os Judeus (sejam eles crentes em
Yeshua ou não), celebram esta festa da forma descrita acima pois ela é um
estatuto perpétuo (Ex 12:14). Para os judeus crentes, esta festa é ainda
mais especial, pois Yeshua é o nosso Cordeiro Pascal. Mas e os cristãos
não-judeus? Temos provas históricas que a Igreja, até meados do séc IVd.C.,
celebrava a Festa de Páscoa como os judeus (com pães asmos e no dia 14 de
Nissan) – I Co 5:8 e Cl 2:16. Algumas obras Patrísticas também atestam a mesma
coisa (Peri Pascha – Melito de Sardes – séc II d.C.). Vejam o que escreve
Polícrates, então bispo de Éfeso, sobre a celebração de Pêssach. Ele estava
argumentando contrariamente à decisão do Bispo de Roma, Papa Vitor I, sobre a
imposição de mudança da data e do simbolismo da Páscoa:
“Nós observamos o dia exato, sem
tirar nem por. Pois na Ásia grandes luminares também caíram no sono [morreram],
(…) incluindo João, que foi tanto uma testemunha quanto um professor, que
se deitou no peito do Senhor e (…) Policarpo, que foi bispo
e mártir; e Tráseas, bispo e mártir de Eumênia, que dormiu
em Esmirna. Por que precisaria eu mencionar o bispo e mártir Sagaris, que
se deitou em Laodicéia, ou o abençoado Papirius ou Melito (…)? Todos
estes observavam o décimo-quarto dia da Páscoa judaica de acordo com
o evangelho, não desviando em nenhum aspecto, mas segundo a regra de fé. E eu
também, Polícrates, o menos importante de todos, faço de acordo com a tradição
de meus pais (…) E meus parentes (07 outros bispos) sempre observaram o dia que
as pessoas separavam o fermento (…) Pois os que são maiores que eu disseram
‘Nós devemos obedecer a Deus ao invés dos homens…‘ (…)”. Eusébio
sobre a Carta de Polícrates de Éfeso ao Papa Vitor I – História Eclesiástica –
Livro V – Cap. 24
A Pascoa Judaica só foi proibida
de ser celebrada no Concílio de Antioquia, em 341 d.C, e demorou quase 400 anos
até que as pessoas tivessem deixado de vez esta tradição dos apóstolos. Assim,
os cristãos de hoje deveriam obedecer ao apóstolo Paulo e seguir o exemplo dos
primeiros crentes, realizando em suas igrejas e em suas famílias um jantar
festivo, com pão sem fermento, o cordeiro assado e ervas amargas, para se
lembrarem de como a vida era amarga antes de conhecermos a Yeshua, e como ele
nos RESGATOU com mão forte das garras do inimigo e da escravidão do pecado, e
nos fez NOVA CRIATURA sem o fermento do pecado. Deveríamos todos celebrar neste
dia como o SANGUE do Messias foi derramado por nós, nos marcando e nos
consagrando a D-us.
"Coelho" da Páscoa ou Matzá de Pêssach? Qual é a verdadeira
tradição Bíblica e Apostólica?
Ovo de páscoa… pode?
A Páscoa Cristã, oficializada
pelos pais da Igreja Católica no séc IV d.C., foi instituída com o
intuito de substituir a Páscoa celebrada por Yeshua e pela Igreja até então.
Nos países de língua anglo-saxônica a páscoa cristã é conhecida como “Easter”,
mas nos países de língua latina a palavra “Páscoa” foi mantida como uma transliteração
da palavra “Pêssach”, em hebraico). O nome “Easter” é proveniente de uma
festividade de primavera celebrada por Assírios, Babilônios (e posteriormente
Celtas), em adoração a deusa Ishtar (ou Oestre no mundo nórdico). Esta era a
deusa da fertilidade, daí ovos e coelhos eram usados como simbolismos. Em
outras palavras, qualquer historiador ou qualquer enciclopédia atestará que a
origem do ovo é pagã. Se temos a verdadeira Páscoa que era celebrada por
Yeshua, pelos apóstolos e pela Igreja até o séc. VI d.C, porque deveríamos
adotar costumes pagãos em nossas casas? Será que Yeshua endossaria a troca de
ovos enfeitados e coelhos de chocolates? Que cada discípulo de Cristo
verdadeiro saiba discernir a Fé que vive e ensina à seus filhos.
Shalom e Chag Pêssach Samêach a
todos!
Pense nisso! Páscoa é com Cordeiro e não
com Coelho
Do seu Pastor: Samuel José dos Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e consolações do
Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
E com todo povo de Deus espalhados
sobre a face da terra,
Desde agora e para todo Sempre,
Amém.
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