Escola Bíblica - A MANEIRA COMO ADQUIRIMOS BENS CAPÍTULO 5.1-11 - Domingo 09 de Novembro de 2014

Domingo 09 de Novembro de 2014


A MANEIRA COMO ADQUIRIMOS BENS CAPÍTULO 5.1-11

 
     Os homens enfrentam uma grave crise quando se trata de dinheiro. A medida do interesse nunca se enche e não há satisfeitos com o tanto que possuem. Com isto quem tem muito continua investindo para ter mais para poder gastar ainda mais. Quem não tem nada deseja o que os outros têm e, mesmo que consiga algo, também não ficará satisfeito.
 
     Tiago, quase no fim de sua carta, entrou neste assunto. Ele tocou no calcanhar de Aquiles da humanidade. Sua última oração, no capitulo anterior foi: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz nisto está pecando”.  Ai, então, ele tocou no bolso dos seus leitores. Para se fazer o bem às pessoas é necessário gastar dinheiro.
 
     Um erro enorme é achar que falar de dinheiro é tocar apenas nos ricos. Tiago mostra que não, pois o rico egoísta e desonesto erra no seu modo de adquirir seus bens e o pobre desejoso de possuir o que o rico tem também erra quando, querendo fazer justiça, aplica meios desonestos para adquirir os bens que deseja ter.
 
     Provérbios 13.11, diz: “Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho, terá aumento”. É bom saber que os bens úteis e duráveis são aqueles frutos do teu trabalho que você conhece sua origem honesta e os adquiriu passo a passo. Quando tiver o bastante não se sentirá por cima de ninguém, pois você conhecerá o duro caminho até obtê-los.
     Neste estudo trataremos sobre:

O MODO COMO ADQUIRIMOS OS NOSSOS BENS.

     Em primeiro lugar veremos que OS BENS QUE OS RICOS ADQUIREM DESONESTAMENTE LHES FARÃO MAL.

     Vivemos num reality show em que nossa vida é observada diariamente. As pessoas nos observam e estão atentas ao nosso crescimento financeiro. No mundo espiritual não é diferente. Satanás e seus demônios nos observam e desejam, constantemente, a nossa queda. Deus nos observa e espera ver em nós atitudes corretas, honestas e dignas daqueles que foram alvos do Seu amor infinito. Ele deseja que nossas atitudes em relação ao próximo reflitam o amor que nós recebemos dEle.

     Deus cobrará dos desonestos e trará desventuras para suas vidas por causa do modo como adquiriram seus bens. Veja o que Tiago disse:“Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão”.

     Tiago faz uma afirmação quanto as desventuras na vida do rico desonesto. Tiago não se refere a todos os ricos, mas aqueles que desonestamente e injustamente adquiriram seus bens. Ele afirma que Deus não lhes deixará impune. Desventuras virão e lhes farão muito mal.

     Provérbios 11.24b e 15.27a, diz: “Ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda” e “O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa”. O sábio deixa claro que quem adquire desonestamente os seus bens atrairá para si e para sua família desventuras sem fim. Todos os que ajuntam mais do que necessitam acabam tirando algo de outro que necessita. O que sobra em tua mesa é o que falta na mesa de outros.

     Os bens mal adquiridos trarão malefícios: “As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes”.

     Eclesiastes diz que a riqueza do desonesto não o deixa dormir. Ao contrário, o Salmo 4 revela uma grande bênção de quem leva sua vida honestamente: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque só tu, Senhor, me fazes repousar seguro”.

     Quem adquire bens desonestamente não poderá dormir tranquilo porque imaginará que outros farão o mesmo com os seus bens. Até mesmo quando dormem tranquilos isto lhes será para seu mal: “Sua impressão de bem estar os leva à perdição” (Pv 1.32) e “As suas iniquidades o prenderão...” (Pv 5.21-23).

     Bens conseguidos com “esperteza” sobre os desavisados ou indefesos atrairão a justiça do alto. Talvez você, leitor, se sinta seguro porque não é rico e imagina que esta mensagem não se aplica a você. Você está enganado. Todos, em algum momento, pagarão pelo serviço de alguém. O salário baixo pago à empregada doméstica ou à pessoa que cuida do teu filho, ou ao eletricista que fez um serviço em tua casa, caso eles não recebam o justo pelo seu serviço você estará na posição do rico que tira do pobre o seu sustento. É bom citar Provérbios 11.1, que diz: “Balança enganosa é abominação para o Senhor”.

     Outro julga ter feito um ótimo negócio porque comprou a casa de uma pessoa que estava desesperada para salvar a vida de seus filhos vítima de bandidos e por isso vendeu a casa pela metade do preço. Não julgue que você fez um bom negócio, pois sabendo o preço justo, e tendo pago pela casa muito menos do que o valor de mercado, aproveitando a situação, saiba que você roubou daquela pessoa e Deus, tendo visto isto, cobrará de ti cada centavo que você deixou de pagar.

     Quando fores pagar pelo serviço de alguém você deve aplicar o princípio cristão de fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a ti, ou seja, pague ao próximo pelo seu serviço o quanto você mesmo gostaria de receber caso você fosse o trabalhador que trabalha para ti. Sendo justo você não transformará os teus bens adquiridos em maldição para tua vida.

    Veja o que Tiago disse a este respeito: “Tesouros acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”É duro ouvir isto, mas é verdade. O trabalhador faz seu serviço para ti e espera receber. Deixar de pagar ou pagar menos que o justo é roubar dos menos favorecidos e isto lhe exporá ao juízo divino.

     O Salmo 12.51, diz: “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, eu me levantarei agora, diz o Senhor; e porei a salvo a quem por isso suspira”. Provérbios 22.22,23, confirma o comportamento divino: “Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprimas em juízo ao aflito, porque o Senhor defenderá a causa deles e tirará a vida aos que os despojam”. E diz mais: (Pv 14.31 e 17.5) “O que oprime o pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado”.

     Viver no luxo sem se importar com aqueles que vivem no lixo é pecado. É ser injusto e apoiar a injustiça social. É associar-se ao sistema capitalista desonesto que faz o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Não pense você que Deus não verá e não te julgará por causa desta situação injusta e desonesta.

     Preocupado com esta situação, Tiago disse: “Tendes vivido regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes engordado o vosso coração, em dia de matança; tendes condenado e matado o justo, sem que ele vos faça resistência”.

     Você já parou para pensar no quanto de alimento jogamos fora em nossas festas? Quanto bolo e pedaços de carne assada vão para o lixo ou ficam secando na brasa até não servir mais para nada? Esse alimento jogado no lixo seria um banquete para muitos. Há milhares de pessoas que não têm o básico para comer. Porque não servir menos e levar a carne que sobrou para pessoas carentes para que tenham o que comer?

     Vi isso dentro da minha casa e me serviu de lição. Minha mãe havia feito muita comida para receber um grupo de pessoas em casa. O grupo foi menor do que o esperado. Ela serviu e sobrou muito. Ela me pediu para ir à casa de vizinhos pobres e perguntar se eles aceitariam a nossa comida. A resposta foi afirmativa. Levamos tudo para sua casa. Comeram, fartaram-se e louvaram a Deus pelo alimento recebido. Essa atitude é o que devíamos fazer sempre, pois esbanjar e jogar no lixo o que falta na mesa do necessitado é pecado e Deus, que vê isto, cobrará caro.

     Pare para pensar e veja se está correta a tua gastança. Você gasta uma fortuna com carros. Gasta rios de dinheiro com roupas e calçados luxuosos. Desperdiça o dinheiro, gastando dissolutamente, sendo que este dinheiro está fazendo falta na mesa de tantos necessitados. Porque não levar uma vida mais simples e melhorar a vida de quem não tem nada?

     Saiba que (Pv 28.27) “O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os olhos será cumulado de maldições”. Quando você se importa com o próximo e socorre o necessitado Deus vê e abre as portas dos céus e faz de você uma pessoa ainda mais abençoada e abastada. No entanto, o contrário é verdadeiro, pois quando você se nega a pensar na necessidade alheia e se justifica por possuir o que tem e acha justo que o necessitado padeça da falta das coisas básicas, você receberá do Senhor maldições por ter um coração tão duro e insensível.

     Em segundo lugar veremos que Tiago direciona sua atenção para o outro lado. Ele acabou de mostrar que a riqueza que os ricos adquiriram injusta e desonestamente é alvo do juízo de Deus. Agora ele mira sua atenção para os pobres que se julgam injustiçados e correm o risco de fazer injustiça e sofrer penalidades por agir assim.    


A JUSTIÇA DESONESTA DO POBRE TAMBÉM TRARÁ JUÍZO

     Vivemos tempos de refrigério. A inflação está dominada. Não é como acontecia anos atrás que a inflação chegava a 80% ao mês. Mas, mesmo controlada, ainda existe. Por esta causa é necessário que anualmente se faça uma correção no salário dos trabalhadores e todos estes esperam por ela.

     Quando a esperada correção salarial não chega o trabalhador se entristece e corre atrás dos seus direitos. Isto é legal e correto. Defendendo seus direitos ele apenas exigirá que receba o salário devido. O problema é a forma como é feita essa pressão nos patrões. Por causa da injustiça sofrida os empregados acabam cometendo outra injustiça com aqueles que dependem do seu trabalho.

     O modo de conseguir seus direitos é a greve. Pare para pensar e perceba quais são as pessoas que sofrem as penalidades da greve. Veja, por exemplo, quando bombeiros, médicos, garis, policiais e professores entram em greve. A fogo destruirá a casa de muitos; pessoas ficarão horas à espera de atendimento e muitos morrerão; sujeira se acumulará nas ruas e muitos ficarão doentes, além do mal cheiro que tomará conta das ruas; bandidos invadirão casas de pessoas honestas e trarão prejuízos, medo e traumas; milhares de crianças deixarão de aprender e serão prejudicados no ano letivo. Viu? O patrão não perderá nada, mas os mais necessitados é que sofrerão o dano por causa da exigência do pobre que se julga no  direito de prejudicar outros porque ele foi prejudicado na ausência do aumento no seu salário.

     Com certeza existem outros modos de fazer pressão para conquistar melhores salários. Serviços bem feitos e uma alta produtividade, por exemplo, fazem com que patrões valorizem seus empregados. Bons empregados farão falta se migrarem para empresas concorrentes. Você, conhecendo o teu valor, deverá ir, cara a cara, e expor tua necessidade ao chefe. Isto é o que ensina Provérbios 25.9,10 - “Pleiteie a tua causa diretamente com o teu próximo”. Caso todas as tentativas falhem, por que não arrumar outro emprego melhor? É melhor agir assim do que praticar a injustiça prejudicando pessoas que não tem nada a ver com teu salário.

     A vítima de injustiça, sendo um crente e servo de Deus, deve ser paciente e não fazer justiça tirando desonestamente o que pensa ser o seu direito. Quando o justo age injustamente ele perde o seu direito e se torna réu da situação. É o que se vê quando grevistas se acham no direito de fazer baderna e destruir bens de outros se justificando que estão apenas protestando e defendendo os seus direitos.

     Tiago disse: “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor”Sendo crentes, sabendo que somos filhos de Deus e sabendo que ele se importa conosco, devemos ser pacientes. Esta paciência será fruto da confiança de que Deus fará justiça e não deixará que seus filhos sofram, por muito tempo, nas mãos de pessoas ímpias.

     Tiago usa o exemplo do lavrador para mostrar como deve ser nossa paciência: Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima”.

     Pense nesta situação: o lavrador prepara a terra, planta a semente e o que mais pode fazer? Nada, a não ser esperar e confiar no cuidado divino. As chuvas não são controladas pelos agricultores e sim por Deus. Esse exemplo nos faz pensar que, do mesmo modo, devemos colocar as situações desagradáveis e injustas nas mãos de Deus e orar para que Deus faça justiça.

     Cuidado: Orar para que Deus faça justiça não é exigir a punição daquele que foi injusto conosco. A justiça de Deus é diferente da nossa. Para fazer justiça aos que o rejeitavam (nós) Deus matou o seu próprio Filho. Veja que os caminhos divinos se diferem muito dos nossos e Sua justiça é aplicada de modo absolutamente diferente dos nossos.

     Somos induzidos a fortalecer o coração na esperança da justiça de Cristo. Quando o Senhor voltar ele fará justiça. Nenhum ímpio ficará impune. Todos os injustos sofrerão a pena por sua injustiça.

     Provérbios 16.1-6, diz: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas obras e os teus desígnios serão estabelecidos. O Senhor fez todas as coisas para determinado fins e até o perverso, para o dia da calamidade. Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune. Pela misericórdia e pela verdade, se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal”.

     Se você está sofrendo algum tipo de injustiça e se sente roubado nos seus direitos cuidado com o que pretende fazer para alcançar os teus direitos. Teu coração pode planejar, mas a resposta dependerá de Deus. Teus caminhos podem parecer puros e corretos, mas o coração humano é enganoso e corrupto, então não confie nele. Confia ao Senhor todos os teus caminhos. Coloque tua causa no altar do Senhor, dê os passos necessários e espere confiante pela resposta divina.

     Cuidado para que não venhas a pecar na busca pelos teus direitos. Queixas e ações horizontais fazem do justo um réu. Veja o que Tiago diz:“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados”. Quando julgamos aos outros nós nos colocamos na posição de juízes e acabamos atraindo juízo sobre nós mesmos. O justiceiro toma o lugar do verdadeiro Juiz: “Eis que o juiz está às portas”.  Confie que o Juiz de verdade fará justiça.

     Tiago oferece outro modelo de paciência: “Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor”. Se observarmos a vida e o ministério dos profetas veremos o quanto as pessoas foram injustas com eles. Muitos foram presos, lançados em cisternas, amarrados em troncos. Isto lhes aconteceu enquanto trabalhavam para Deus. Eles faziam o trabalho corretamente e mesmo assim foram injustiçados. Hoje são valorizados, mas enquanto viveram sofreram muito na defesa da verdade.

     Tiago revela que os perseverantes serão bem-aventurados: “Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes”. Saiba, leitor, que ser verdadeiro e honesto não é garantia de segurança e bem estar. Tiago usou o exemplo do agricultor que espera pelas chuvas, mas elas podem não vir e a colheita ser perdida, mas mesmo assim não podem deixar de confiar em Deus. Outro exemplo foi o dos profetas. Muitos morreram na esperança sem ver suas profecias cumpridas e sofreram muitas injustiças mesmo fazendo seu trabalho de modo fiel, responsável e honesto.

    No entanto, os perseverantes e pacientes serão recompensados, é o que Tiago garante: “Tendes ouvido da paciência de Jó e viste  que  fim o Senhor lhe deu? Porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo”.  Ele usa, agora, o exemplo de Jó. Jó era justo, íntegro e se desviava do mal, mantendo sua família sob o temor do Senhor e mesmo assim foi vítima do inimigo, sob a anuência de Deus. Foi fiel até o final. Perseverou na sua fidelidade mesmo que tudo depunha contra ele. E no final Deus deu em dobro tudo o que perdera no seu período de provação.

     Pode ser que você não veja o fruto do teu trabalho e seja vítima da injustiça dos teus patrões ou dos teus superiores. Mesmo que venhas a sofrer injustiça não se torne injusto fazendo injustiça para alcançar os teus direitos. Não prejudique inocentes, pois assim tornar-te-ás réu e sofrerá punição. Confia tua causa ao Senhor e lute com armas justas e corretas. Saiba que mesmo que pareça que nada de bom acontecerá, no final, assim com aconteceu a Jó, Deus te recompensará por tua perseverança.

     Concluindo, é bom lembrar as advertências que Tiago fez aos crentes da sua época e que são dirigidas a nós: O amor ao dinheiro leva à injustiças. As injustiças não são prerrogativas só dos ricos. O problema pode estar no rico que retém o salário justo do pobre ou no pobre que luta desonestamente para conquistar seus direitos.

     Devemos aprender a lidar com nosso desejo de possuir bens neste mundo. A conquista deles deve ser acompanhada de justiça e honestidade. Ninguém que obtenha bens desonestos terá prazer em usufruir deles, seja o rico ou o pobre.

     Estudamos sobre O MODO COMO ADQUIRIMOS BENS. Vimos que OS BENS QUE OS RICOS ADQUIREM DESONESTAMENTE LHES FARÃO MAL e que A JUSTIÇA DESONESTA DO POBRE TAMBÉM LHE TRARÁ JUÍZO. Seja justo e confie no Senhor, assim, tudo o que tiveres será teu de verdade e será usado para o teu bem.

 
RECOMENDAÇÕES FINAIS

Tiago 5.12-20

     É sempre a mesma coisa. Depois de uma grande lição chega-se a conclusão do trabalho feito. É como quando um filho vai ao acampamento e a mãe faz muitas recomendações. Tiago não fugiu à regra.
 
     Na carta Tiago tratou de temas relevantes. Ao final dela deixa recomendações importantes. Sua ênfase não foi teológica, foi prática. Ao contrário da abordagem de Paulo, que explica a razão teológica das coisas, Tiago observa os aspectos práticos. Ele quer ver os crentes vivendo sob as rédeas da fé. Ele exige que aqueles que dizem ser crentes revelem aos seus observadores o modo como sua fé regula o seu modo de viver.
 
     Tiago era religioso. Mas depois de um longo tempo como religioso ele aprendeu uma lição. Aprendeu que acima da religião está Jesus Cristo. Ele descobriu que seu irmão, Jesus Cristo, filho da sua mãe Maria, e irmão de seus irmãos, não foi um homem comum. Ele foi o Redentor da humanidade. O Filho de Deus encarnado. Rendeu-se a Ele. Tornou-se servo dEle e passou a orientar a outros para que também vivessem como servos de Jesus.
 
     A sua carta chega ao final. Chegou a hora de dar AS RECOMENDAÇÕES FINAIS DE QUEM APRENDEU O QUE É IMPORTANTE.
 
     Tiago dá sua primeira recomendação final: TENHAM UMA SÓ PALAVRA “Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim, sim e o vosso não, não, para não cairdes em juízo”.

     Tiago trata da fé na prática e de como outros vêem em você a tua fé. Ele se preocupa agora com a palavra do crente. As posições teológicas e pessoais do crente não podem ser volúveis. Não se pode defender algo agora e defender o outro lado depois. Não se pode dar sua palavra como garantia agora e desfazer dela noutro momento. Tiago se preocupa em que os crentes tenham firmeza no que acreditam e não mudem de posição no decorrer da sua história sendo dominados pela situação presente.
     Deus rejeitou o rei Saul. Saul foi um homem sem firmeza. Ele não mantinha sua posição. Recebeu uma ordem para exterminar um povo e seus animais, mas, por causa da pressão do povo deixou de fazer o que Deus lhe ordenara. Esta é a “Ética Situacional”. É a ética que o “Sim” ou o “Não” dependem de como está o momento. A verdade pouco importa. Este comportamento não pode reger a vida do crente. É um péssimo exemplo.
     A pessoa sem palavra perde credibilidade e autoridade. Quem se fiaria na palavra de uma pessoa que defende uma posição agora e pende para o outro lado em outro momento? Como confiar tua vida a alguém que pode te deixar sozinho na pior hora e no momento mais crítico da vida?
     Uma pessoa de palavra, que sempre cumpre o que diz terá a confiança dos seus ouvintes. A palavra dada é suficiente. Neste caso é desnecessário jurar. Todos acreditam na palavra dada e o juramento tem pouca ou nenhuma necessidade.
     Confiança se conquista. Não há como obrigar alguém a confiar em ti. Tiago cobra que os crentes sejam confiáveis em sua palavra. Que não sejam volúveis, dizendo “Sim” agora e “Não” noutro momento. Ele deseja que os crentes conquistem a confiança de todos ao ponto do juramento ser desnecessário. Pessoas que não são confiáveis é que necessitam dos juramentos para firmarem sua palavra. O crente não deve necessitar desta ferramenta para se fazer acreditado.
     Quando criança, ouvi muitos meninos dizerem: “Juro pela alma da minha mãe”. Essa era uma forma de evocar uma autoridade superior para se fazer crido. Tiago defende que os crentes não devem usar o juramento e o fiar-se nos votos feitos com Deus para firmarem sua palavra. Devem ter um posicionamento definido de tal modo que todos creiam, sem duvidar. E se duvidar a palavra dada deve prevalecer, sem necessidade de juramentos como fiador.
     Tenha apenas uma palavra. Se é Sim, é sim. Se é Não, é não. O que passar disso vem do Diabo. Ficar em cima do muro é um comportamento vergonhoso e detestável. O indeciso nunca será confiável. Os crentes, que defendem a verdade divina, devem ser confiáveis e devem manter sua palavra dada, até mesmo sob as maiores ameaças.

 
     A segunda recomendação final foi: PARTICIPEM ATIVAMENTE DA VIDA DOS TEUS IRMÃOS - “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores. Esta alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhes-ão perdoados”.

      O Salmo 133 é muito conhecido. Todos sabem seu inicio – “Oh como é bom e agradável viverem unidos os irmãos”. O final do salmo é ainda mais enfático – “Ali ordena o Senhor a Sua bênção e a vida para sempre”. Deus ordena a sua bênção na comunidade cristã onde seus membros vivem em comunhão. Onde um se preocupa com o bem estar do próximo. Onde um crente cuida do outro como parte da sua própria vida.
     Devemos “Chorar com os que choram e sorrir com os que sorriem”. Nem sempre é fácil, mas é necessário. Para perceber a tristeza do irmão você deve estar próximo. Para vivenciar os momentos felizes também.
     Tua participação na vida do irmão tem muita importância. Não se pode viver a vida cristã solitária. A igreja é como um corpo, onde cada órgão necessita dos outros. Tiago diz: “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração”. Não há nada mais agradável do que perceber o cuidado do irmão quando estamos passando momentos de agonia. Uma visita no momento de dor é como bálsamo sobre uma ferida aberta. Alivia a dor do corpo e acalma a alma agitada.
     Aqui Tiago incentiva os crentes a perceberem o sofrimento dos outros irmãos e não somente isto. Uma vez tendo se identificado a razão do sofrimento, se envolver em oração com ele. Gastar tempo orando com ele e por ele. A presença dos irmãos nesses momentos ruins renova as energias e dá força para lutar e vencer os problemas.
     Tua presença é importante, mas mais importante diante do sofrimento alheio é você gastar tempo orando com ele. Coloque-o na presença de Deus. Faça-o sentir-se sob os cuidados divinos. Lembre-o da sua importância diante de Deus. Faça-o saber que por amá-lo Deus não poupou o Seu próprio Filho. Orando assim o irmão que estava sofrendo perceberá o enorme cuidado de Deus e o teu grande amor e cuidado por ele, então, terá forças para lutar e vencer.
     Estar junto nos momento ruins é de suma importância, mas estar junto nos momentos alegres também é importante. Veja o que Tiago disse: “Está alguém alegre? Cante louvores”. Participe da alegria dos irmãos. Festeja com eles as suas vitórias e os bons momentos. É por isso que deve haver comunhão, pois quem  está  distante  não  percebe  o  choro  e nem os sorrisos.
     Assim como você orou quando o irmão estava sofrendo agora tua participação na vida dele é “Cantar louvores”. É tua obrigação levar o irmão a se lembrar que as vitórias pessoais são fruto do amor de Deus. Esse é um ótimo momento para lembrar-se de que Deus sustenta os seus. É hora de dizer: Graças a Deus pela vitória.
     Outra situação importante e dolorosa na vida dos irmãos são os momentos de enfermidades. Doenças destroem a estabilidade pessoal, familiar e financeira dos enfermos. Quem está doente não pode trabalhar e com isso as contas se acumulam. Os familiares nem sempre se importam com a dor dos membros da família e isso causa mal estar. A pessoa enferma se afasta dos demais e perdendo o contato acaba ficando solitária.
     Para que esses momentos não se tornem ainda piores, Tiago disse: “Esta alguém entre vós doente? Chame os presbíteros.” Mova-se pelo irmão. Sentiu falta de um irmão na igreja, vá procurá-lo. Sua doença pode ser do corpo ou da alma. Assim como chamamos o SAMU para socorrer os enfermos, devemos informar e insistir para que os presbíteros se envolvam com o sofrimento do irmão.
     Porque chamar “Os presbíteros”? Primeiro porque são eles que foram ordenados pela Igreja para assumir o cuidado do rebanho. Sua autoridade espiritual vai além das paredes do templo. São ministros de Deus e devem ser canais da bênção divina sobre a vida dos irmãos enfermos. Por esta razão são levados a impor as suas mãos sobre o enfermo rogando as bênçãos dos céus. Para isto ocupam o ofício do presbiterato e devem ser avisados neste caso.
     Tiago disse: “Estes façam oração sobre ele”. Quando Israel lutava no deserto as mãos de Moisés, como representante de Deus, foram definitivas para a vitória. Enquanto suas mãos estavam levantadas o povo vencia. Cansado ele baixava as mãos e o povo perdia. Por isso teve suas mãos sustentadas por dois auxiliares e o povo venceu. Os presbíteros são chamados para orar, e como ministros de Deus, interceder pelo enfermo. Receberam autoridade da parte de Deus e devem ser instrumentos de Deus para a cura da igreja.
     A outra razão é que os Presbíteros regem a igreja. Como regentes têm as finanças da igreja sob sua responsabilidade. Eles podem socorrer o irmão enfermo nas suas necessidades materiais e físicas. Percebendo a necessidade de alimento, remédios e até mesmo a existência de uma situação financeira instável, podem socorrer o irmão enfermo.
     Tiago diz que os Presbíteros devem “Ungir com óleo, em nome do Senhor”. O bom samaritano ungiu o ferido com óleo. Usou-o como uma espécie de remédio. Entramos aqui num território perigoso. O óleo da unção tinha um preparo único e uma fórmula dada por Deus e era feito pelos próprios sacerdotes. Fora usado várias vezes no Antigo Testamento apenas para unção de sacerdotes e reis. Na Bíblia o óleo nunca foi usado para unção de enfermos a não ser como remédio passado sobre feridas.
     O grande problema quanto ao uso do óleo é que, em primeiro lugar, não temos e não sabemos que tipo de óleo deve ser usado, pois o uso de outro óleo era proibido nas unções citadas acima.
     Outro grande problema é a idolatria que envolve a unção com o óleo. O irmão enfermo recebe a visita do pastor que ora e o unge com óleo. Deus abençoa e o irmão é curado. Noutra situação o irmão está enfermo e o pastor ora, mas não está com o óleo. Neste caso, na maioria das vezes, o enfermo desacredita na cura pelo simples fato de não haver óleo para a unção, como se fosse o óleo que tivesse algum ingrediente mágico ou abençoador para fazer a cura. Nesse caso seria o óleo o “ser” abençoador e não Deus. Acaba-se idolatrando o óleo.
     Deus não necessita de material algum para agir. Deus proibiu qualquer uso de imagem para não desviar a atenção do adorador. No entanto, em casos especiais materiais foram usados, como o cajado de Moisés para abrir o Mar Vermelho. O cabo do machado jogado por Eliseu para fazer flutuar o machado e o prato de sal para purificar as águas. 
     O material tem a ver com a necessidade do doente. O enfermo pode querer ver para crer, o que não é correto, mas pode sentir a necessidade do toque do pastor e a presença do óleo em sua pele pode dar-lhe a impressão de segurança e cuidado, mesmo após a saída daqueles que oraram por ele.
     O resultado da visita dos irmãos, dos presbíteros e do uso do óleo é que “A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o levantará e se houver cometido pecados ser-lhes-ão perdoados”. Quem salva o enfermo não é o óleo, é Deus através da oração e da fé. No entanto, observe a ênfase de Tiago na prática cristã e na resposta humana na prática da fé. O enfermo, tendo recebido a oração e o óleo é motivado a reagir. Ele reage à situação, se levanta, alimenta, se fortalece e é curado. Deus usa os seus ministros, sejam os irmãos ou os Presbíteros para motivar o irmão e através deles, cura o enfermo.
     Mas a enfermidade pode residir na alma. Na presença dos Presbíteros o enfermo é incentivado a confessar seus pecados. Pecados não confessados trazem culpa e enfermidade. Tendo confessado o pecado e orientado pelos Presbíteros o irmão toma posse do perdão dado por Jesus Cristo através da instrução dos presbíteros.
     Os Estados Unidos estão investindo pesado em Capelães hospitalares. Baseados em estudos chegaram à conclusão que um paciente orientado espiritualmente e acompanhado por um capelão sara mais rápido. Tiago ensina o mesmo, pois revela a importância do ritual do culto para o adorador. A presença dos irmãos e dos Presbíteros pode levá-lo a reagir e sair do estado de enfermidade.

     A terceira orientação final de Tiago foi: SEJA CONFIÁVEL E CONFIE PARA ALCANÇAR A CURA - “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”.
     A comunhão da igreja é de suma importância. O calor humano, a cobrança na hora certa, a animação nos momentos de fraqueza, a admoestação na hora do vacilo, o companheirismo na solidão e a oportunidade de confessar os pecados ou a fragilidade espiritual a alguém não tem preço. Os irmãos precisam uns dos outros assim com cada parte do corpo está ligada e necessita dos outros membros.
     Pequenos animais se protegem em grupo. Pequenos peixes se juntam para parecerem um peixão e espantar os predadores. Juntos ficam mais fortes. A Bíblia nos fala do “Cordão de Três Dobras” que fortalecem as uniões.  Amós nos afirma que é melhor serem dois do que um. Nenhum de nós foi chamado por Deus para viver sozinho.
     Tiago fala sobre a confissão entre irmãos e o efeito positivo desta confissão na prática. Revela que a confissão levará à posse da certeza da absolvição dos pecados, em Cristo.
     Outro aspecto é que, na prática, a confissão mútua de pecados protegerá os crentes da inclinação para pecar. Confiar suas inclinações carnais e as tentações sofridas a um irmão em quem se  confia  é  abrir  o baú da alma. Segredos e fragilidades espirituais enfraquecem e adoecem a alma. Tirá-los de lá através da confissão é esvaziar a alma de coisas ruins e se fortalecer na esperança em Cristo.
     O efeito da confissão é mútuo. Você e o irmão se fortalecem. Você, que está inclinado a pecar, encontra força no irmão que ora e acompanha tua vida de perto. Essa presença amiga será um aspecto a mais para levá-lo a fugir de situações que podem te levar à prática de pecados. Você e ele se fortalecem juntos em oração.
     Não podemos fugir da confissão ao irmão com base na desconfiança e do medo de que suas fraquezas se tornem públicas. O texto afirma que a confissão dos pecados é o caminho para a “CURA”. Se queremos a cura no seio da igreja temos de nos tornar confiáveis para que irmãos contem conosco em momentos de fraqueza e temos de nos confiar aos irmãos, quando nós mesmos estivermos fracos.
     Há um aspecto que penso ser importante. Os crentes não possuem autoridade espiritual para decidir sobre pecados de irmãos. No caso de alguém te confessar a prática de pecados, em primeiro lugar, você terá de manter absoluto sigilo, pois o irmão confiou em ti. Caberá a você acompanhar o irmãos em oração e fortalecê-lo para que usando da tua companhia tenha forças para lutar e vencer a situação. Mas você deve orientá-lo a se expor às autoridades instituídas na igreja. Eles saberão o modo certo de agir e são eles que foram ordenados, não somente para orar pelos enfermos, mas para tratar de práticas de pecados na igreja.
     Não desvalorize o poder da oração. Deus ouve as tuas orações. Não adianta você orar confessando os pecados alheios e pedindo a Deus que o perdoe. A confissão de pecados é pessoal. Suplique, então, a Deus para que leve esse irmão à confissão pública dos seus pecados, como manda a Bíblia. A cura pode estar neste remédio amargo e o tratamento dado ao irmão que confessa livremente o seu pecado é diferente do tratamento dado ao pecador que peca ocultamente e é acusado por outro do seu pecado.
     Tiago afirma: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. A oração é o canal aberto entre nós e Deus. Deus quer ouvir-te. Ore. Quando fizeres uso da oração verás que o irmão que estava sofrendo angústias e você orou por ele, encontrou descanso e paz. Não pense que tua oração não tem valor. Deus a valoriza.
     Para mostrar o valor da oração pessoal Tiago usa como exemplo o profeta Elias. Ele diz: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra e por três anos e seis meses não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva e a terra fez germinar seus frutos”. Não se desvalorize. Se Deus ouviu a Elias, porque não ouviria a ti? Você pode e deve orar pelos irmãos.

     A quarta recomendação final de Tiago foi: INVISTA NA CONVERSÃO DE PECADORES - “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados”.
     Há por aí uma multidão de desviados. São pessoas que um dia fizeram parte de alguma igreja, confessaram sua fé e foram batizados e, por motivos variados, abandonaram a igreja. Voltaram a prática de pecados que consideravam nojentos e sujos. Abandonaram sua fé e agora a questionam. A situação espiritual deles é nojenta, comparada ao cachorro que volta a comer o seu próprio vômito ou a porca lavada que volta a revolver-se na lama.
     I João 2.19, diz: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”. João observa que aqueles que abandonaram a igreja e voltaram a antigas práticas revelaram com seu comportamento que nunca foram convertidos de verdade.
     Muitas são as razões que levam pessoas a procurar uma igreja. Na sua maioria tentam suprir alguma carência pessoal, mas descobrem que essa batalha não é deles. Não são nascidos de novo e não se submetem à autoridade divina. Querem viver como donos de si. São como o “Populacho” que saiu com os israelitas do Egito e criaram problema, pois não faziam parte do povo de Deus. No caso do comentário de João, eles saíram porque nunca fizeram parte da igreja.
     Hebreus 6.4-6 e 10.26,27, diz: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” e “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários”.
     Estes dois textos de Hebreus nos levam a ver a triste situação dos desviados. Eles tomaram conhecimento da verdade do evangelho e o rejeitaram. Conheceram o sacrifício de Cristo e preferiram o mundo e seus prazeres. O texto deixa claro que, como rejeitaram o único Salvador, não lhes resta outro caminho. Sua perdição é certa, pois o único caminho para se chegar aos céus é Jesus Cristo. Quem o rejeita, rejeita a salvação.
     Como Tiago observa o aspecto prático da vida cristã ele analisa que muitos desviados deixaram o “Caminho” por fraquezas pessoais. Não são blasfemos. São apenas irmãos que foram vencidos pelas tentações nas suas concupiscências e devem ter a atenção da igreja. Estes precisam ser motivados ao novo encontro com o Salvador. São filhos de Deus que estão misturados aos filhos das trevas. Precisam ser arrancados de lá.
     Estes. ou voltam para Cristo ou não terão outra chance de salvação. Desviados são tão importantes quanto os incrédulos. Sua situação é ainda pior, pois estão em rebeldia consciente. Não podem alegar falta de conhecimento da verdade.
     A respeito dos crentes desviados Tiago observa que você leitor, assim como eu e outros, corremos o risco de nos tornar um deles: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados”. Trazer o pecador para os braços do Pai é salvá-lo da morte. É salvar sua vida e sua alma. É arrancar um pecador das garras de Satanás. É retirá-lo do fundo mais profundo do poço de perdição que se encontrava.
     Trazê-lo de volta aos braços de Jesus é levá-lo ao perdão. Cristo cobre os pecados do desviado ou do novo convertido. Ao se encontrar com Cristo ele toma posse do perdão de seus pecados que somente Jesus Cristo pode dar.  Os pecados são cobertos pelo sangue de Cristo.
     Uma questão que fica no ar é: De quem são os pecados que são cobertos? Os do desviado que volta ou do crente que investe no seu retorno? Guarde bem no teu coração esta informação: nenhum ato humano pode levá-lo ao perdão de teus pecados. Eles foram perdoados quando Cristo morreu por ti. Só Jesus nos garante o perdão de pecados. Caso alguém pudesse cobrir pecado levando desviados a Cristo, então Jesus teria morrido em vão. Seria desnecessário a sua morte.
     Os pecados do desviado que retorna a Cristo é que são perdoados. O reencontro com Jesus Cristo cobrirá todos os seus pecados e ele reencontrará a alegria da salvação que fora perdida quando ele retornou ao mundo e aos seus prazeres.
    Jesus nos deu o “Ide”. Todos sabemos da necessidade de pregar o evangelho. Tiago apenas nos adverte sobre os benefícios que nosso trabalho evangelístico trará na vida do pecador que se converte e na vida do desviado que retorna a Deus. Então, sabendo destes benefícios, trabalhe com carinho e responsabilidade, pois muitos estão presos às garras de Satanás por falta da insistência dos crentes que se acomodaram e deixaram de falar do amor de Deus e da Sua salvação oferecida em Jesus Cristo e tratam o desviado como alguém que merece estar distante.

     Para concluir, irmão, gostaria de lembrá-lo do nosso tema:
     RECOMENDAÇÕES FINAIS DE QUEM APRENDEU O QUE É IMPORTANTETiago nos deu quatro recomendações:

     TENHAM UMA SÓ PALAVRA;
     - PARTICIPEM ATIVAMENTE DA VIDA DOS TEUS IRMÃOS;
     - SEJA CONFIÁVEL E CONFIE PARA ALCANÇAR A CURA;
     - INVISTA NA CONVERÇÃO DE PECADORES.

     Estas recomendações também dizem respeito a nós. Acatemos, portanto, e coloquemos em prática na nossa vida. Nós e nossos irmãos seremos todos beneficiados com isto. Que Deus nos abençoe!

Do seu Pastor: Samuel José dos Santos Filho
A graça do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,
E o amor de Deus,
E as doces comunhão e consolações do Espírito Santo,
Sejam com todos vós,
 E com todo povo de Deus espalhados sobre a face da terra,
Desde agora e para todo Sempre,
Amém. 


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